20 anos de sucessos nas bilheterias brasileiras – Ano 2009
Enquanto os cinemas estão fechados graças à epidemia de COVID-19, que tal olharmos para trás? Nesta série de matérias especiais, vamos conhecer os filmes que levaram multidões aos cinemas...
Enquanto os cinemas estão fechados graças à epidemia de COVID-19, que tal olharmos para trás? Nesta série de matérias especiais, vamos conhecer os filmes que levaram multidões aos cinemas brasileiros durante quase duas décadas nas bilheterias brasileiras.
Cada parte da matéria trará as 10 maiores bilheterias de cada ano do século, com uma análise em separado sobre suas performances, além das maiores aberturas, entre outros temas muito interessantes!
Leia aqui sobre as maiores bilheterias dos anos 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008, e conheça agora as maiores de 2009:
Maiores filmes em 2009:
# | Nome do filme | Data de estreia | Nº de ingressos vendidos | Faturamento (em R$) |
1 | A Era do Gelo 3 | 03/07/2009 | 9.266.335 | 81.002.814 |
2 | Avatar | 18/12/2009 | 9.150.778 | 103.087.289 |
3 | Se eu Fosse Você 2 | 02/01/2009 | 6.137.345 | 50.543.885 |
4 | A Saga Crepúsculo: Lua Nova | 20/11/2009 | 5.965.054 | 47.935.346 |
5 | 2012 | 13/11/2009 | 5.279.983 | 42.899.855 |
6 | Harry Potter e o Enigma do Príncipe | 15/07/2009 | 4.511.149 | 36.015.667 |
7 | X-Men Origens: Wolverine | 30/04/2009 | 3.198.878 | 27.326.454 |
8 | Anjos & Demônios | 15/05/2009 | 3.065.855 | 27.927.205 |
9 | Uma Noite no Museu 2 | 22/05/2009 | 2.600.185 | 21.076.515 |
10 | A Mulher Invisível | 05/06/2009 | 2.353.136 | 20.498.576 |
Há duas formas de se olhar as bilheterias brasileiras, ambas válidas: analisando pelo faturamento e pelo número de ingressos vendidos. Sob o primeiro critério, o campeão absoluto de 2009 foi a ficção científica de James Cameron Avatar. Entretanto, o longa daquele ano que mais vendeu ingressos foi a animação infantil A Era do Gelo 3.
Ambos foram distribuídos pela Fox, que teve um ano nada menos que brilhante em 2009.
A animação da Blue Sky comandada pelo brasileiro Carlos Saldanha foi o titã indiscutível das férias de julho. A franquia A Era do Gelo já havia experimentado crescimentos expressivos entre do primeiro para o segundo longa, porém simplesmente explodiu com o terceiro. Em seu primeiro fim de semana, A Era do Gelo 3 levou nada menos que 1,23 milhão de pessoas às salas, tornando-se a quarta maior abertura na época, atrás apenas da trilogia do Homem-Aranha de Sam Raimi.
O divertido longa praticamente não teve concorrentes naquelas férias e atraiu crianças de todas as idades. No fim das contas, sua bilheteria foi quase 60% superior à do segundo filme, além de se tornar o primeiro longa desde Titanic a bater a marca dos 9 milhões de ingressos vendidos no Brasil. A Era do Gelo 3 não chegou perto dos (na época) 16 milhões de público conquistados pelo épico romântico, porém o superou no faturamento: nada menos que R$ 81 milhões (conquistados com uma grande ajuda dos ingressos 3D) contra R$ 79 milhões de Titanic. Com isso, a terceira aventura de Manny, Diego, Sid e o esquilo Scratch tornou-se o maior faturamento da história em reais até aquele ponto.
Porém, esta coroa não demorou muito a cair. No final daquele ano, o cineasta responsável por Titanic voltou com um novo projeto ambicioso: Avatar, o épico sci-fi que popularizou o cinema em três dimensões. Ainda que o sucesso do longa seja de uma enormidade difícil de mensurar (US$ 2,7 bilhões globalmente), seu início aqui no Brasil foi humilde: 750 mil pagantes no primeiro fim de semana.
Ainda assim, Avatar desempenhou exemplarmente durante o Natal daquele ano e nas férias de janeiro. Foram semanas a fio entre os filmes mais assistidos do fim de semana, com o longa permanecendo no top 10 do Brasil até o final de março do ano seguinte. Quando a Fox finalmente o tirou de circulação, haviam sido 9,15 milhões de espectadores, não o bastante para alcançar A Era do Gelo 3, porém o suficiente para ser o segundo maior público daquela década.
Em faturamento, porém, graças aos ingressos em 3D Avatar tornou-se o primeiro filme a bater a antes impensável marca dos R$ 100 milhões. Ele reinou por alguns anos como a maior bilheteria brasileira, até ser substituído por uma certa equipe de super-heróis três anos depois.
O terceiro colocado daquele ano veio do Brasil: a continuação de Se eu Fosse Você foi um absoluto blockbuster, com 6,14 milhões de pessoas nos cinemas, um público quase 70% superior ao do primeiro. Dominando os circuitos em janeiro daquele ano, a comédia de Daniel Filho até hoje é uma das maiores bilheterias nacionais da história.
Com tanto sucesso, é de se estranhar que até hoje a Globo Filmes não tenha investido em um Se eu Fosse Você 3.
Logo abaixo, outra franquia que também explodiu no segundo capítulo: a Saga Crepúsculo começou de maneira humilde com o primeiro capítulo, mas logo conquistou os corações de incontáveis garotas adolescentes com o segundo, Lua Nova. Foram quase 6 milhões de pessoas nos cinemas para acompanhar o triângulo amoroso entre Bella, o vampiro Edward e o lobisomem Jacob (lembra-se?), um público 435% maior (!) que o do primeiro filme.
Uma semana antes de Lua Nova chegar destruindo tudo, o mundo terminou no épico catástrofe de Roland Emmerich 2012. Apesar das péssimas críticas, multidões se reuniram para assistir o cineasta alemão destruir mais monumentos e locações em um filme inspirado pela lenda maia de que o mundo acabaria no ano de 2012.
Foram 5,28 milhões de pessoas nos cinemas, um público superior ao de O Dia Depois de Amanhã e Independence Day, que fecharam com pouco mais de 3 milhões de ingressos vendidos em 2004 e 1996 respectivamente. Claro, 2012 foi exibido em bem mais salas do que ambos os sucessos catástrofe anteriores de Emmerich.
Após ser adiado de 2008 para 2009 graças a O Cavaleiro das Trevas ser um sucesso maior que o esperado, Harry Potter e o Enigma do Príncipe chegou às telonas em julho daquele ano. Foram 4,51 milhões de ingressos vendidos, um público no mesmo patamar dos de A Pedra Filosofal (4,57 milhões em 2001), A Câmara Secreta (também 4,57 milhões em 2002) e O Cálice de Fogo (4,61 milhões em 2005) e acima de O Prisioneiro de Azkaban (3,35 milhões em 2004) e A Ordem da Fênix (4,25 milhões em 2007).
2009 foi o último ano em que não tivemos um único filme do MCU lançado. Em vez disso, o representante do cinema de super-heróis em cartaz foi o pessimamente recebido X-Men Origens: Wolverine. Lembrado até hoje como um dos piores exemplares do gênero e ridicularizado pelos pavorosos (d)efeitos especiais, o filme conseguiu convencer quase 3,2 milhões de pessoas a pagarem de seu suado dinheiro para testemunhar o espetáculo deprimente que é este longa. É um público no mesmo patamar de X-Men 2 e O Confronto Final, mostrando que os filmes dos mutantes estavam estagnados. Ainda assim, um resultado louvável considerando que o longa havia vazado na internet um mês antes da estreia.
Infelizmente, maio de 2009 foi um mês muito triste para os frequentadores de cinema, pois foi um festival de blockbusters de baixa qualidade. Alguma semanas depois de Wolverine chegar às telonas, os multiplex espalhados pelo país tiveram a “honra” de receber “obras-primas” do calibre de Anjos e Demônios e Uma Noite no Museu 2.
O primeiro era a continuação de O Código Da Vinci que levou Tom Hanks a uma caçada pelo Vaticano e por Roma. Seu resultado foi decente, ainda que 34% inferior ao do primeiro longa, que teve sua carreira turbinada por causar controvérsia entre religiosos. Já o segundo deu sequência ao sucesso-surpresa estrelado por Ben Stiller. Com 2,6 milhões de ingressos, Uma Noite no Museu 2 ficou a apenas 430 mil ingressos de seu antecessor.
Completando o top 10 daquele ano, outro hit nacional. A Mulher Invisível foi uma comédia de grande sucesso estrelada por Luana Piovani, Vladimir Brichta e Selton Mello, que levou 2,35 milhões às salas escuras em junho de 2009. Com uma premissa extremamente inventiva, o longa deixou no chinelo seus concorrentes, outros (péssimos) blockbusters estrangeiros, como O Exterminador do Futuro: A Salvação e Transformers: A Vingança dos Derrotados (que nem entraram no top 10).
Maior fim de semana de abertura do ano: A Saga Crepúsculo: Lua Nova, que vendeu 1,41 milhões de ingressos em seu primeiro fim de semana. Na época, foi a segunda maior abertura da história, atrás apenas de Homem-Aranha 3, porém superando os dois primeiros filmes do Cabeça de Teia.
Número de salas de cinema naquele ano: 2.096
Público total: 113 milhões de ingressos
Média por sala: 53.799
Após quatro anos seguidos de quedas, em 2009 a bilheteria brasileira voltou ao patamar de mais de 110 milhões de ingressos vendidos no ano todo. Com um ano recheado de bilheterias monstruosas, ficou fácil para o ano chegar a uma excelente média por sala. Agora não havia mais volta: o cinema havia finalmente se popularizado.
E isso só iria crescer nos anos seguintes.
Fonte: FilmeB.