Bilheteria EUA: Doutor Sono fracassa na estreia e vai dar prejuízo a Warner!

Bilheteria EUA: Doutor Sono fracassa na estreia e vai dar prejuízo a Warner!

Bilheteria EUA: Doutor Sono fracassa na estreia e vai dar prejuízo a Warner!

Pense rápido: qual filme tem maior probabilidade de liderar as bilheterias, a sequência de O Iluminado, que é um dos maiores clássicos de terror da história do Cinema, adaptando...

Bilheteria EUA: Doutor Sono fracassa na estreia e vai dar prejuízo a Warner!
Imagem: Reprodução | Divulgação
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Pense rápido: qual filme tem maior probabilidade de liderar as bilheterias, a sequência de O Iluminado, que é um dos maiores clássicos de terror da história do Cinema, adaptando o livro de Stephen King, um dos escritores americanos mais populares que existem, e ainda teve críticas decentes (74% no Rotten Tomatoes), ou um drama de guerra sobre uma importante batalha na Segunda Guerra, com uma recepção bem inferior (apenas 41% no Rotten Tomatoes)? Se você escolheu a segunda opção, meus parabéns: neste fim de semana, para o absoluto choque de incontáveis analistas de bilheteria, e também dos próprios estúdios, Midway: Batalha em Alto Mar derrotou Doutor Sono nos EUA durante o último fim de semana. Aliás, este foi um dos raros fins de semana em que os quatro primeiros colocados foram todos estreantes, empurrando os veteranos (O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, Coringa, Malévola: Dona do Mal, etc) para as últimas posições.

 


Comecemos pelo líder: apesar das críticas fracas, Midway faturou US$ 17,8 milhões, bem acima dos US$ 12 milhões a US$ 14 milhões que estavam prevendo. E olha que o longa estava em exibição em menos salas no país (cerca de 3200) do que Doutor Sono e o também estreante Uma Segunda Chance para Amar. Ainda assim, o filme certamente se beneficiou do feriado americano de Dia dos Veteranos, comemorado na segunda dia 11, e da campanha promovida por sua distribuidora nos EUA, a Lionsgate, que apelou para militares veteranos e na ativa, e suas famílias, vivendo principalmente no interior do país.

 


Atraindo um público predominantemente masculino e mais velho, Midway gerou buzz positivo inclusive nas redes sociais, onde fanáticos por história militar debateram os equipamentos e estratégias mostradas no filme. A abertura do longa (que traz no elenco o vilão de Deadpool Ed Skrein, o vilão de Aquaman Patrick Wilson e o futuro vilão de Venom 2 Woody Harrelson, entre outros), na realidade, foi similar à de outro filme baseado na Segunda Guerra Mundial que estreou em novembro e fez um sucesso surpreendente: Até o Último Homem, o drama comandado por Mel Gibson, que estreou com US$ 15,1 milhões há três anos. Tal filme teve uma longa carreira naquele ano mesmo enfrentando blockbusters como Doutor Estranho e Animais Fantásticos e Onde Habitam graças às suas críticas surpreendentemente sólidas e uma narrativa de redenção de Gibson, e encerrou sua carreira nos EUA com bons US$ 67,2 milhões.

 


 


Um resultado parecido seria o ideal para Midway nos EUA. A Lionsgate não participou da produção do filme, porém comprou seus direitos de distribuição para a América do Norte e o Reino Unido. Dessa forma, segundo fontes disseram ao site Deadline, US$ 65 milhões seria o ponto de break-even (o ponto em que uma empresa para de perder dinheiro com um produto e passa a ganhá-lo) para o filme. 

 

Entretanto, o caminho de Midway será mais duro do que o de Até o Último Homem. Para começar, como as críticas do segundo foram melhores que as do primeiro, então o drama de Gibson pôde apelar também para outros públicos, como quem buscava acompanhar os filmes da temporada do Oscar. Já o de Emmerich certamente atrairá somente fanáticos por filmes de guerra e/ou longas de ação à moda antiga (essencialmente, homens com mais de 30 anos), e talvez este nicho não leve o filme tão longe quanto Até o Último Homem. Não é uma comparação exata, porém Rambo: Até o Fim, também distribuído pela Lionsgate, saiu de cartaz com apenas US$ 44 milhões.

 

Quanto a Doutor Sono, este sofreu da mesma maldição que acometeu Blade Runner 2049: os estúdios hollywoodianos superestimaram o interesse da maior parte da população por continuações de sucessos cult dos anos 1980. Ambos os filmes tiveram atores (Ewan McGregor no primeiro e Ryan Gosling no segundo) e diretores (Mike Flanagan e Denis Villeneuve) queridinhos da crítica. Entretanto, os engravatados donos de estúdios não aprendem de forma alguma que o interesse demonstrado por nerds de cinema nas redes sociais não é o mesmo do restante da população, que acompanha o universo da Sétima Arte apenas casualmente.

 

 

E a parte mais curiosa é que um resultado similar ao de Blade Runner 2049 (abertura americana de US$ 32,7 milhões, bilheteria final nos EUA de US$ 92 milhões e global de US$ 259,2 milhões) seria mais do que ideal para Doutor Sono, considerando que o drama de horror custou em torno de US$ 50 milhões, cerca de um terço do orçamento da aclamada ficção científica lançada em 2017.

 

Em vez disso, Doutor Sono estreou com míseros US$ 14,1 milhões, bem abaixo das previsões de US$ 24 milhões do estúdio. Afinal, o que aconteceu? Para começar, a pessimamente conduzida campanha de marketing de seu estúdio, a Warner (que é acostumada a vender longas com premissas difíceis, como Coringa ou Jogador Nº 1, e fazer sucesso com eles). Bizarramente, a Casa do Pernalonga não aproveitou a excelente oportunidade apresentada pela San Diego Comic Con para começar a vender o filme, mesmo com um painel do estúdio na convenção deste ano.

 

Outro problema muito mais grave é que o filme não conseguiu se conectar com a geração mais nova, e conectada na internet. Se os dois longas da série It, também baseados numa obra de Stephen King, faturaram uma bilheteria absurda para a Warner e se tornaram dois dos principais filmes de horror para o público jovem ainda que o livro tenha sido lançado nos anos 1980, Doutor Sono não conseguiu cativar da mesma forma os millenials. Credite isso à premissa muito mais primal e fácil de se vender de It (um grupo de crianças, e depois elas enquanto adultas, precisam enfrentar um palhaço assassino metamorfo) e ao fato do longa se posicionar como uma sequência de O Iluminado – um thriller da época dos pais dos que hoje são jovens e adolescentes.

 

 

Mesmo os mais fanáticos pela obra de King não ficaram satisfeitos. Segundo a empresa RelishMix, que analisa redes sociais, o filme realiza mudanças no livro do escritor americano de uma forma que eles não teriam preferido – tal como O Iluminado de Stanley Kubrick. 

 

Enfim, o filme teve uma estreia muito inferior à de incontáveis outros longas de horror recentes, de Um Lugar Silencioso ao também baseado num livro de King Cemitério Maldito, passando por todos os filmes da franquia Invocação do Mal e seus numerosos spin-offs, até o pessimamente recebido A Maldição da Chorona, que batalhou contra ninguém menos que Vingadores: Ultimato. E as perspectivas para Doutor Sono não são boas. Caso o filme encerre sua carreira na casa dos US$ 100 milhões na bilheteria global, a Warner vai levar um prejuízo de US$ 20 milhões. Se o resultado for ainda pior, de cerca de US$ 80 milhões globalmente, o prejuízo do estúdio será de US$ 30 milhões.

 

A Casa do Pernalonga tem colecionado uma série de fracassos caros e humilhantes em 2019: afora Doutor Sono, o estúdio foi o responsável por fiascos como O Pintassilgo e Rainhas do Crime, cujas exibições ficaram às moscas, bem como por Godzilla II: Rei dos Monstros e Uma Aventura Lego 2, que ficaram bem abaixo de seus predecessores. Pelo lado positivo, ao menos Coringa e It: Capítulo Dois combinados vão gerar um lucro de mais de US$ 600 milhões para o estúdio, o que deve compensar pelos desastres.

 

Ainda assim, os executivos de lá devem estar prendendo a respiração agora com Duna, um remake de um clássico da literatura de ficção científica cuja primeira adaptação, pelas mãos de David Lynch, foi um desastre nos anos 1980.

 

 

As outras estreias da semana foram o romance Uma Segunda Chance para Amar, estrelada pela Mãe dos Dragões em pessoa, Emilia Clarke, e a comédia para toda a família Brincando com Fogo. Ambos foram feitos a orçamentos responsáveis, de menos de US$ 30 milhões, e visando públicos (mulheres e jovens casais no caso do primeiro e famílias no caso do segundo) que, conforme seus estúdios esperam, devem comparecer durante a chegada da temporada de Natal.

 

Brincando com Fogo faturou US$ 12,7 milhões, levemente acima das expectativas. Entretanto, ainda é uma abertura bem abaixo das de Pai em Dose Dupla (US$ 38,7 milhões) e sua continuação (US$ 29,6 milhões), duas outras comédias familiares também lançadas pela Paramount na temporada de fim de ano em 2015 e 2017. Ainda assim, caso consiga se segurar frente ao monstro de bilheteria que será Frozen II e tenha um desempenho similar aos da “saga” estrelada por Mark Wahlberg e Will Ferrell, Brincando com Fogo sai de cartaz com entre US$ 45 milhões e US$ 50 milhões.

 

Quanto a Uma Segunda Chance para Amar, o filme da Universal estreou com US$ 11,6 milhões, um valor decente considerando seu orçamento de US$ 20 milhões. A comédia anterior do diretor Paul Feig voltada para mulheres, Um Pequeno Favor, havia estreado com US$ 16 milhões e finalizado sua carreira com US$ 53 milhões nos EUA. No entanto, não parece que Uma Segunda Chance para Amar terá uma carreira tão longa: segundo muitos sites de pesquisa, o público não gostou do filme muito mais do que os críticos, muito por conta de uma reviravolta no terceiro ato, que é explicitada no trailer (!) do longa.

 

Assim, é bem provável que quem deseja ver um filme romântico vá ficar em casa (ou na casa do parceiro ou parceira) e maratonar as incontáveis opções do gênero disponíveis na Netflix, o que é sempre uma pena para a experiência de ir ao cinema.

 

 

De toda forma, foi um fim de semana fraquíssimo nas bilheterias americanas, bem abaixo do mesmo período em 2018, que recebia a ótima estreia da animação O Grinch. Aliás, é triste notar que, no mês onde estão sendo lançados os muito aguardados serviços de streaming da Apple e da Disney, o cinema tenha desempenhado tão mal assim. Até o momento, em novembro já tivemos os fracassos de O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio e Doutor Sono, bem como As Panteras promete ser um desastre para a Sony na semana que vem. Hollywood mal pode esperar por Anna e Elsa virem salvar a bilheteria americana no fim do mês!

 

Isso não quer dizer, claro, que as pessoas simplesmente desistiram de ir aos cinemas. 2019 ainda teve diversos sucessos históricos de bilheteria (Nós, Capitã Marvel, Vingadores: Ultimato, John Wick 3: Parabellum, Aladdin, Homem-Aranha: Longe de Casa, O Rei Leão, It: Capítulo Dois, Coringa…). Porém, mostra que as ofertas de Hollywood para o mês de novembro não foram tão atraentes assim para o público. A história era para ser outra, claro: originalmente, Mulher-Maravilha 1984 e 007: Sem Tempo para Morrer estavam agendados para estrear este mês, onde certamente faturariam horrores. Entretanto, tais filmes foram movidos para 2020 quando seus estúdios perceberam que o calendário de blockbusters do ano que vem será bem mais fraco do que o deste ano, sem nenhum sucesso no nível de um Ultimato ou O Rei Leão da vida.

 

Enfim, com exceção de Frozen II, este certamente será um mês bem fraco nas bilheterias. Vamos ver se dezembro trará presentes de Natal para Hollywood na forma de bilheterias monstruosas.

 

Bilheteria EUA 08/11/19 a 10/11/19:

 

Filme Semanas em cartaz Renda no fim de semana (em US$) Renda acumulada (em US$)
1- Midway: Batalha em Alto Mar 1 17.897.419 17.897.419
2- Doutor Sono 1 14.114.124 14.114.124
3- Brincando com Fogo 1 12.723.781 12.723.781
4- Uma Segunda Chance para Amar 1 11.441.055 11.441.055
5- O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio 2 10.808.236 48.465.366
6- Coringa 6 9.221.303 313.512.810
7- Malévola: Dona do Mal 4 8.414.186 97.714.087
8- Harriet 2 7.406.790 23.639.930
9- Zumbilândia: Atire Duas Vezes 4 4.303.498 66.643.981
10- A Família Addams 5 4.160.262 91.427.967

 

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