20 anos de sucessos na bilheteria brasileira – Ano 2006

Enquanto os cinemas estão fechados graças à epidemia de COVID-19, que tal olharmos para trás? Nesta série de matérias especiais, vamos conhecer os filmes que levaram multidões aos cinemas...

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Compartilhe: Tiago
Publicado em 15/5/2020 - 15h48


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Enquanto os cinemas estão fechados graças à epidemia de COVID-19, que tal olharmos para trás? Nesta série de matérias especiais, vamos conhecer os filmes que levaram multidões aos cinemas brasileiros durante quase duas décadas nas bilheterias brasileiras.

Cada parte da matéria trará as 10 maiores bilheterias de cada ano do século, com uma análise em separado sobre suas performances, além das maiores aberturas, entre outros temas muito interessantes!

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Leia aqui sobre as maiores bilheterias dos anos 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005, e conheça agora as maiores de 2006:

Maiores bilheterias em 2006:

 

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# Nome do filme Data de estreia Nº de ingressos vendidos Faturamento (em R$)
1 A Era do Gelo 2 31/03/2006 5.866.186 42.783.673
2 O Código Da Vinci 19/05/2006 4.663.454 37.531.773
3 Se eu Fosse Você 06/01/2006 3.644.956 28.916.137
4 X-Men: O Confronto Final 26/05/2006 3.276.585 24.653.629
5 Piratas do Caribe: O Baú da Morte 21/07/2006 3.115.020 23.536.942
6 Carros 30/06/2006 2.833.924 19.072.790
7 Superman: O Retorno 14/07/2006 2.561.062 19.127.453
8 Os Sem-Floresta 07/07/2006 2.276.843 15.494.960
9 Click 11/08/2006 2.271.721 17.552.374
10 Missão: Impossível III 05/05/2006 1.946.085 16.002.108

Nos quatro anos que separaram o lançamento dos dois primeiros A Era do Gelo, a popularidade da franquia só cresceu entre o público nacional. Por isso, quando o segundo filme chegou às telonas, em março de 2006, foi recebido com um público de 1,04 milhão de pessoas, na época o quarto maior fim de semana de abertura naquela época.

Nas semanas seguintes, A Era do Gelo 2 veio a ter excelente carreira e saiu de cartaz com um público inacreditável: cerca de 5,87 milhões de espectadores, a quarta maior bilheteria do século até o momento, perdendo apenas para os dois longas do Homem-Aranha e para A Paixão de Cristo. Mais do que isso, A Era do Gelo 2 deixou O Rei Leão no chinelo e tornou-se a animação mais assistida nos cinemas brasileiros da história até aquele ponto. E o terceiro filme dos amigos Manny, Diego e Sid teria um voo ainda mais alto três anos depois…

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Na segunda posição, um longa que causou grande controvérsia e debates naquele ano: O Código Da Vinci, o thriller estrelado por Tom Hanks baseado na obra de Dan Brown, que envolve uma suposta conspiração em volta de uma suposta descendência de Jesus Cristo. Criticada por religiosos conservadores (que criticam cerca de 99% dos filmes envolvendo o cristianismo), o longa chegou aos cinemas e… foi recebido com críticas fracas, tornando-se esquecido pouco tempo depois – aposto que havia anos que você nem pensava nesse filme, não é?

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Ainda assim, toda a gritaria em torno do longa só ajudou a turbinar sua bilheteria. Como eu disse ao comentar sobre A Paixão de Cristo, filmes que envolvem o cristianismo sempre ressoam entre o público brasileiro, e com O Código Da Vinci não foi diferente: mais de 1,1 milhão de pessoas foi assistir ao filme no fim de semana de estreia em maio de 2006. No entanto, o longa caiu rápido, e saiu de cartaz com apenas 4,66 milhões de espectadores, de maneira que sua abertura trouxe apenas um quarto do que viria a ser seu público final. Creio que polêmica só pode levar um filme até certo ponto…

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Na terceira posição, um autêntico sleeper hit, termo utilizado para designar filmes que tem estreias menores, mas conquistam seu público nas semanas seguintes à estreia graças ao ótimo boca a boca. Se eu Fosse Você, o longa estrelado por Tony Ramos e Glória Pires no papel de um casal que troca de corpo e que viria a se tornar um clássico das comédias tupiniquins, levou apenas 315 mil pessoas às telonas ao estrear em janeiro daquele ano.

Porém, o longa teve ótima carreira durante aquele mês e chegou aos 3,6 milhões de espectadores – sim, sua abertura representou menos de 10% de sua bilheteria total. Graças ao ótimo boca a boca, Ramos e Pires voltariam para uma sequência que seria ainda mais bem sucedida nas bilheterias.

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X-Men: O Confronto Final foi um dos filmes mais aguardados daquele ano. Prometendo trazer um encerramento à trilogia dos X-Men (longe ficou a época em que franquias de super-heróis se “encerravam” após o terceiro filme), o filme precisou de US$ 210 milhões para ser feito, na época o longa mais caro da história. Mundialmente, O Confronto Final desempenhou melhor que os outros dois, mas ainda ficou abaixo do que a Fox desejava para justificar tanto dinheiro investido. 

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Já aqui no Brasil o filme foi visto por 890 mil pessoas no primeiro fim de semana, mas saiu de cartaz com um público inferior ao do segundo filme. Isso se deveu em parte à fraca recepção do longa, que tentou juntar duas sagas clássicas dos mutantes em cerca de 100 minutos de duração, com resultados lamentáveis. Até mesmo o mais fanático pelos heróis da Marvel se viu decepcionado.

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Após uma bem sucedida estreia três anos antes, o capitão Jack Sparrow retornou às telonas em Piratas do Caribe: O Baú da Morte. Nos EUA, o longa quebrou o recorde de maior abertura, encerrou sua carreira com inacreditáveis US$ 423 milhões, o que o torna até hoje uma das 20 maiores bilheterias da Disney, mesmo após a chegada do MCU e da Lucasfilm. Ajustado pela inflação, ele levou mais gente aos cinemas americanos do que sucessos recentes da Casa do Mickey, como Rogue One, o remake de 2019 de O Rei Leão e Procurando Dory. Mundialmente, foi o terceiro filme da história a faturar mais de US$ 1 bilhão, atrás apenas de Titanic e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei.

Já aqui no Brasil seu desempenho… não foi tão espetacular assim. Estreando com 706 mil espectadores duas semanas depois da abertura americana, o longa saiu de cartaz com 3,11 milhões de ingressos vendidos, mais do que os 1,85 milhão do primeiro, mas ainda abaixo da performance monstruosa de outros países. Ainda assim, o personagem de Johnny Depp continuava em ascensão…

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Outro longa da Disney naquele ano foi Carros, a animação da Pixar que imagina um mundo habitado por veículos. Bem sucedido entre crianças menores, o longa levou menos gente aos cinemas brasileiros do que Os Incríveis e Procurando Nemo, mas foi o maior filme infantil daquelas férias de julho de 2006.

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Isso, claro, graças à fraqueza de seus concorrentes. Superman: O Retorno também estreou em julho de 2006 no Brasil, porém teve críticas mistas, desagradou os fãs com sua trama sonolenta (e bizarra, ao envolver Superman obcecado por uma mulher casada e um suposto filho do herói), e nem tão amigável assim para crianças – são pouquíssimas cenas de ação, uma das quais envolve Kal-El sendo violentamente espancado pelos capangas de Luthor por minutos, além de muito melodrama.

Resultado: apenas 2,56 milhões de espectadores, um resultado ruim em um país onde o público é tão apaixonado por super-heróis como o Brasil, ainda mais para um longa tão ambicioso. E nem foi somente por aqui: seus US$ 390 milhões mundialmente foram bem abaixo do necessário para justificar seu monstruoso orçamento de mais de US$ 270 milhões. 

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A lição que dá para tirar deste longa e de O Confronto Final é que não adianta investir rios de dinheiro em produções de super-heróis se os longas são de qualidade duvidosa. Infelizmente, os estúdios não aprenderam isso até hoje (estou olhando para você, X-Men: Fênix Negra).

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Enquanto isso, a DreamWorks lançou naquele ano a aventura animada Os Sem Floresta, que aqui no Brasil competiu com Carros pelo bolso dos pais durante as férias de julho. Foi um desempenho decente, pouco mais de 2 milhões de espectadores e US$ 340 milhões mundialmente ao custo de US$ 80 milhões… mas ainda não foi o suficiente. Segundo o CEO da DreamWorks na época, Jeffrey Katzenberg, apesar do longa ter excedido as expectativas do The Wall Street Journal, ele ainda não conseguiu alcançar uma bilheteria necessária para que o estúdio produzisse uma sequência. Segundo o empresário, foi por muito pouco.

Adam Sandler lançou naquele ano um de seus filmes mais queridos, no caso, Click. A comédia na qual ele ganha um controle remoto que controla a vida real levou mais de 2 milhões de pessoas aos cinemas por aqui. Apenas 11% desse público esteve no fim de semana de estreia, o que prova que o longa teve excelente boca a boca aqui no país.

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Para encerrar, Missão: Impossível III foi tido como um dos principais filmes de ação do ano, mas decepcionou tanto aqui quanto lá fora. Foram menos de 2 milhões de pessoas nos cinemas, um público inferior ao do segundo filme, lançado seis anos antes, quando havia bem menos salas do que em 2006.

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Maior fim de semana de abertura do ano:  O Código Da Vinci, com 1,12 milhão de espectadores. Tanta polêmica em torno do longa o levou a ter o maior fim de semana de abertura daquele ano. Ainda assim, sua bilheteria final acabou não correspondendo exatamente ao hype.

Número de salas de cinema naquele ano: 2045

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Público total: 90,2 milhões

Média por sala: 44.148

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Depois da grande queda nas bilheterias ocorrida no ano anterior, o número de salas no Brasil em 2006 permaneceu o mesmo: 2.045 salas em todo o país. Porém, o número de ingressos vendidos foi ainda menor do que em 2005, uma queda de 3,5%. A Era do Gelo 2 e O Código Da Vinci se saíram bem, porém a performance abaixo das expectativas de alguns dos blockbusters mais aguardados daquele ano, como O Baú da Morte, O Confronto Final e Superman: O Retorno, levaram a essa queda.

No ano seguinte, um certo Amigão da Vizinhança tentaria chegar ao resgate das bilheterias após essas duas quedas consecutivas. Ele seria ajudado por um órfão bruxo, um capitão pirata e um ogro. Será que essa turma foi bem sucedida em 2007? Confira nos próximos artigos!

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Fonte: FilmeB



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