20 anos de sucessos na bilheteria brasileira – Ano 2004

Cada parte da matéria trará as 10 maiores bilheterias de cada ano do século, com uma análise em separado sobre suas performances, além das maiores aberturas, entre outros temas...

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Compartilhe: Tiago
Publicado em 8/5/2020 - 19h13

Enquanto os cinemas estão fechados graças à epidemia de COVID-19, que tal olharmos para trás? Nesta série de matérias especiais, vamos conhecer os filmes que levaram multidões aos cinemas brasileiros durante quase duas décadas nas bilheterias brasileiras.


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Cada parte da matéria trará as 10 maiores bilheterias de cada ano do século, com uma análise em separado sobre suas performances, além das maiores aberturas, entre outros temas muito interessantes!

Leia aqui sobre as maiores bilheterias dos anos 2000, 2001, 2002 e 2003, e conheça agora as maiores de 2004:

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Maiores bilheterias em 2004:

No início dos anos 2000, havia um evento cinematográfico que sempre fazia o público brasileiro se dirigir aos montes ao cinema: o Homem-Aranha. Considerado o melhor filme do personagem, Homem-Aranha 2 chegou às telonas em julho de 2004 e foi aguardadíssimo: tendo levado 1,36 milhão de pessoas aos cinemas, o filme quebrou o recorde de maior fim de semana de abertura na época, tomando-o de seu próprio antecessor.

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Claro, Homem-Aranha 2 não viria a ter a mesma carreira lendária do primeiro, que saiu de cartaz com um público superior aos 8 milhões. Porém, seu resultado final impressiona até os dias de hoje: 7,73 milhões de ingressos vendidos, uma das maiores bilheterias da história na época, e a segunda maior do recém-iniciado século, atrás apenas do primeiro Homem-Aranha. A carreira do filme foi excelente ao longo de todo o mês de julho, tornando-se o autêntico filme daquelas férias.

Atraindo públicos de literalmente todas as idades, a trilogia de Sam Raimi mostrou o quanto Hollywood teria a ganhar se apelasse para a maior audiência possível, ao invés de apenas estratos demográficos específicos. É uma lição que foi aperfeiçoada por praticamente todas as franquias que fazem sucesso hoje, do MCU a Jurassic World, passando pelos novos Star Wars. Combinado a outros fatores, isso levou a bilheterias extraordinárias no país nos anos seguintes e à consolidação da cultura nerd entre o jovem brasileiro, conforme você verá quando nossa série de artigos chegar à década de 2010.

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O medalhista de prata de 2004 também marcou época: dirigido por Mel Gibson, o violento e controverso A Paixão de Cristo alcançou uma bilheteria excelente em um país marcado pela forte religiosidade cristã. Discutido por pessoas de todas as religiões e muito criticado por sua sanguinolência ao retratar as últimas horas de nosso Senhor Jesus na Terra, A Paixão de Cristo foi assistido por quase 7 milhões de pessoas em sua exibição inicial durante a Páscoa de 2004.

Curiosidade: até hoje nos EUA o longa é a maior bilheteria para um filme proibido para menores de idade.

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Uma das comédias mais memoráveis daquele ano foi uma animação: Shrek 2 ficou na terceira posição naquele ano e, graças ao boca a boca gerado pelo filme inicial do ogro, sua sequência obteve um público quase 130% superior ao do primeiro. Mais do que isso, Shrek 2 também superou diversos longas da Disney e foi na época o terceiro maior público para uma animação, atrás apenas de O Rei Leão e Procurando Nemo. Isso foi alcançado ao atrair não apenas famílias com crianças, mas também adultos e jovens aos cinemas, graças às piadas que apenas os mais velhos conseguiriam compreender que fizeram a fama da franquia.

Mas a Disney não ficou para trás: no fim daquele mesmo ano, Os Incríveis chegou com tudo às telonas. Tal como Shrek 2, a animação da Pixar ficou conhecida por ser interessante não apenas para pais com crianças pequenas, mas também para jovens e adultos, com sua trama complexa sobre super-heróis.

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Tanto Shrek 2 como Os Incríveis foram respectivamente o maior e o segundo maior fim de semana de abertura no Brasil para animações até aquele momento. Combinado isso ao sucesso de Procurando Nemo no ano anterior, e o público tupiniquim estava realmente dando atenção para os grandes blockbusters animados mais uma vez.

Lembra-se de quando Brad Pitt tentou ser um astro dos épicos no melhor estilo Russell Crowe em Gladiador? Não? Pois isso ocorreu em Tróia, uma das grandes esperanças de bilheteria e de Oscars da Warner naquele ano. O gênero, afinal, estava bem em voga na época após os prêmios conquistados pelo longa comandado por Ridley Scott e o hoje sumido diretor Wolfgang Petersen quis fazer sua tentativa.

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Infelizmente, a resposta dos críticos não foi exatamente positiva, e a bilheteria nos EUA ficou abaixo do desejável (US$ 133 milhões, sendo que o orçamento do filme foi de absurdos US$ 175 milhões), mas aqui no Brasil a resposta do público foi positiva. Com mais de 4 milhões de ingressos vendidos, Tróia obteve um público 58% superior ao de Gladiador no Brasil, e na verdade superior ao de qualquer épico da época.

Claro, ir aos cinemas no Brasil em 2004 havia se tornado uma atividade bem mais frequente do que em 2000, quando Gladiador chegou às telonas nacionais. Por isso, muitos dos que tiveram que esperar para ver o épico de Crowe em casa puderam assistir Tróia nos cinemas. Curiosidade: o roteirista de Tróia é David Benioff, que anos depois viria a ser um dos criadores do hit de audiência Game of Thrones para a HBO, adaptando os livros de George R.R. Martin.

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Também da Warner, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban ficou na sexta posição no ranking daquele ano. Considerado por muitos críticos como o melhor filme da franquia, o terceiro longa do jovem bruxo é infelizmente sua menor bilheteria, nos EUA, no mundo e, claro, no Brasil. Por aqui, ele vendeu mais de 1 milhão de ingressos a menos do que os dois primeiros filmes da saga de fantasia.

Um dos motivos para isso foi a forte competição daquela temporada. Afinal, Azkaban estreou uma semana depois do blockbuster catástrofe O Dia Depois de Amanhã, nosso sétimo colocado na lista. Alertando sobre os riscos do aquecimento global, o filme levou pouco mais de 3,2 milhões de pessoas aos cinemas. Um público bastante similar ao de Independence Day, do mesmo diretor, que foi lançado em 1996 – embora, para aquela época, tais números significassem a primeira posição no ranking dos mais assistidos do ano.

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Um dos gatos mais queridos da cultura pop fez sua estreia em live action naquele ano com Garfield: O Filme – embora como um bizarro efeito especial. Não muito bem recebido nem pelos críticos nem pelos fãs do felino comilão, o filme levou 3,2 milhões de pessoas aos cinemas em julho de 2004, ao apelar para pais de crianças que julgavam que Homem-Aranha 2 fosse ser muito intenso para seus filhos.

Completando o ranking daquele ano, finalmente temos dois exemplares do cinema nacional – e, por incrível que pareça, nenhum deles é uma comédia. O drama biográfico Cazuza: O Tempo Não Para é a biografia estrelada por Daniel de Oliveira do músico do título, que fez sucesso com a banda Barão Vermelho nos anos 1980 e infelizmente veio a falecer de AIDS. E, em décimo lugar, o épico Olga, a trágica biografia da militante comunista que enfrentou a ditadura de Getúlio Vargas nos anos 1930 e acabou morrendo nos campos de concentração na Alemanha.

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Ambiciosos em seu seu escopo, ambos levaram mais de 3 milhões de pessoas aos cinemas, um bom resultado para o cinema nacional que não envolve comédias. Nos anos seguintes, exemplares de nosso cinema nos futuros top 10 que não sejam comédias produzidas pela Globo Filmes ficariam cada vez mais raros.

Maior fim de semana de abertura do ano: Homem-Aranha 2, que, como dito acima, levou 1,36 milhão de pessoas aos cinemas em seu primeiro fim de semana. Mais uma vez, foi o recorde de maior abertura para a época, um que perduraria por quase três anos.

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Número de salas de cinema naquele ano: 1.997

Público total: 117 milhões de ingressos vendidos

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Média por sala: 58.814 ingressos por sala ao longo do ano

Foi mais um ano de grande expansão para o cinema nacional. Desde 1986 não se vendiam tantos ingressos assim no espaço de um ano no país. A combinação da aguardadíssima sequência do Homem-Aranha, blockbusters muito comentados (A Paixão de Cristo, Shrek 2, Os Incríveis, etc.) e o avanço nas condições financeiras e sociais do país permitiam que muitos que antes não tinham acesso ao cinema dos shopping centers voltassem a frequentá-los.

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Fonte: FilmeB.



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