Tecnologia de inteligência artificial traz voz de John Lennon de volta aos Beatles
Paul McCartney revela que a inteligência artificial foi usada para separar a voz de John Lennon de uma antiga demo, permitindo a criação do 'último disco dos Beatles'.
Paul McCartney anunciou que a inteligência artificial foi utilizada para extrair a voz de John Lennon de uma antiga gravação demo, possibilitando a criação do que será considerado o “último disco dos Beatles”. A tecnologia foi empregada durante a produção do documentário “The Beatles: Get Back”, permitindo que as vozes dos Beatles fossem separadas dos sons de fundo. A música, proveniente de uma demo inacabada de Lennon, está programada para ser lançada ainda este ano.
No processo de produção do documentário dirigido por Peter Jackson, a IA permitiu que a voz de John Lennon fosse isolada a partir de um trecho de fita cassete e piano. Essa descoberta abriu caminho para a criação de um álbum póstumo dos Beatles, com a voz de Lennon aprimorada digitalmente e mixada com novos arranjos musicais. Paul McCartney descreveu a tecnologia como “assustadora, mas empolgante”, deixando aberta a possibilidade para futuras explorações nesse campo.
Embora a demo não tenha sido oficialmente nomeada, especula-se que seja a música de amor inacabada de Lennon, “Now and Then”, de 1978. A fita cassete, intitulada “For Paul”, foi presenteada a McCartney por Yoko Ono, viúva de Lennon. Essa descoberta representa um marco significativo na história da música e resgata a voz de um dos maiores ícones do rock mesmo décadas após sua morte.
Paul McCartney já havia experimentado uma colaboração virtual com Lennon usando a tecnologia de inteligência artificial no Festival de Glastonbury, onde realizou um “dueto” com seu falecido companheiro de banda. Agora, essa nova aplicação da IA permite que Lennon retorne à música de forma ainda mais profunda e significativa, mantendo seu legado vivo para as futuras gerações.
Além disso, a artista Holly Herndon, conhecida por suas explorações musicais com o uso de inteligência artificial, ressalta que a separação de fontes tornou-se mais acessível com o aprendizado de máquina, permitindo a extração de uma voz de uma gravação original e sua combinação com novos arranjos instrumentais. Esse avanço tecnológico abre possibilidades infinitas para a criação de novas obras a partir de materiais antigos.
Enquanto aguardamos o lançamento do “último disco dos Beatles”, Paul McCartney também se prepara para abrir uma exposição de fotografias inéditas que ele mesmo tirou nos primeiros dias dos Beatles, mostrando o olhar de McCartney sobre a “Beatlemania”. A exposição, intitulada “Eyes of the Storm”, apresentará mais de 250 fotos capturadas entre 1963 e 1964, revelando momentos únicos dos integrantes da banda e de seu empresário, Brian Epstein.