Godzilla e Kong ultrapassam duas marcas importantes nas bilheterias

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Com os resultados deste fim de semana, o longa estrelado pelos dois kaiju mais populares do planeta chegou a US$ 171,6 milhões nos EUA/Canadá e US$ 313,6 milhões nos mercados internacionais (incluindo US$ 119 milhões na China), resultando num total de US$ 485,2 milhões na bilheteria global.

Trata-se da segunda maior arrecadação de 2024 nas bilheterias, atrás apenas de seu colega de Warner Duna: Parte 2 (US$ 696 milhões) e pouco à frente da animação infantil Kung Fu Panda 4 (US$ 480,3 milhões). Uma curiosidade é que estes três filmes são os únicos hollywoodianos lançados em 2024 a faturarem mais de US$ 200 milhões globalmente.

Abaixo deles no ranking anual estão quatro filmes chineses com arrecadações entre US$ 479 milhões e US$ 274 milhões e somente então vemos outros hollywoodianos, como a biografia musical Bob Marley: One Love (US$ 177 milhões), a aventura Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (US$ 176,1 milhões, um total decepcionante dado seu alto orçamento de US$ 100 milhões) e a ação Beekeeper: Rede de Vingança (US$ 152 milhões).

E é bem provável que esta situação não mude muito nos próximos meses, a não ser que futuros blockbusters como Planeta dos Macacos: O Reinado e Furiosa surpreendam. De toda forma, há uma chance considerável de que não veremos outro longa produzido em Hollywood a faturar US$ 400 milhões ou mais até junho e julho, quando as animações Divertida Mente 2 e Meu Malvado Favorito 4 e o longa da Marvel Deadpool & Wolverine chegam às telonas.

É lamentável quando, após o público provar de novo (Homem-Aranha: Sem Volta para Casa), de novo (Top Gun: Maverick, Avatar: O Caminho da Água) e de novo (Super Mario Bros.: O Filme, Barbie, Oppenheimer) estar ansioso para ir ao cinema regularmente depois da pandemia quase quebrar os exibidores e Wall Street forçar as centenárias empresas hollywoodianas rumo a um ilusório “modelo Netflix”, que as greves do ano passado tenham prejudicado o calendário de lançamentos do cinema. E sabe o que causou esta greve? Justamente a ansiedade dos estúdios de apostarem pesado no streaming antes e durante a pandemia.

Seja como for, na falta do que se convencionalmente supunha-se que seria um megablockbuster como Sem Volta para Casa ou Super Mario Bros (que há um ano atrás quebrava recordes), o público não tem escolha a não ser priorizar franquias que antes eram relegadas a segundo plano.

O principal exemplo é o primeiro Duna, lançado durante a recuperação da pandemia e simultaneamente no streaming, arrecadou US$ 431 milhões, ou menos do que outros longas lançados naquela mesma época, como os hits da Marvel Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (US$ 432 milhões) e Venom: Tempo de Carnificina (US$ 502 milhões) e o encerramento da saga de James Bond 007: Sem Tempo para Morrer (US$ 759 milhões). Agora sua sequência já tem quase US$ 700 milhões e reina isoladamente como a maior bilheteria do ano, sem chance de ser alcançado por ninguém a não ser pelos citados Divertida Mente 2, Meu Malvado Favorito 4 e Deadpool & Wolverine.

Agora Godzilla e Kong, parte do antes desacreditado Monsterverse (que em 2019 entregou um dos maiores fracassos de crítica e público daquele ano com Godzilla II: Rei dos Monstros), agora é a terceira maior arrecadação global da franquia (atrás do Godzilla de 2014, com US$ 529 milhões, e Kong: A Ilha da Caveira, com US$ 560 milhões em 2017) e a segunda maior nos EUA (logo abaixo dos US$ 200 milhões de Godzilla em 2014).

Nada disso teria sido possível sem o sucesso do filme anterior da franquia: Godzilla vs Kong. Lançado em março de 2021, o longa chegou num momento terrível para a indústria, com os estúdios sem saber se seria viável lançar seus grandes blockbusters no cinema, ainda mais após as decepções de Tenet e Mulher-Maravilha 1984. Apesar de estar disponível também na HBO Max, Godzilla vs Kong arrecadou incríveis US$ 470 milhões ao redor do globo (US$ 190 milhões disso na China, que já estava num estágio de reabertura mais avançado do que o restante do mundo).

Isso foi o estímulo que Hollywood precisava para não continuar adiando seus blockbusters e de fato lançar os que já estivessem prontos ao longo de 2021, dando prosseguimento à recuperação do hábito de ir ao cinema entre o público.

Agora, graças à greve, Godzilla e Kong mais uma vez foram convocados para manter os cinemas em atividade em meio a um fraco mês de abril, enquanto Hollywood não lança seus (supostos) megablockbusters. Melhor para os cinemas, melhor para o Monsterverse, pior para franquias como o MCU.

Fonte: The Numbers