[CRÍTICA] 'Super Mario Bros. - O Filme': Bonitinho, mas Ordinário

'Super Mario Bros. - O Filme' é um espetáculo visual, mas mostra como a melhor das intenções (e referências) pode ser desperdiçada por falta de talento.

[CRÍTICA] ‘Super Mario Bros. – O Filme’: Bonitinho, mas Ordinário

'Super Mario Bros. - O Filme' é um espetáculo visual, mas mostra como a melhor das intenções (e referências) pode ser desperdiçada por falta de talento.

[CRÍTICA] ‘Super Mario Bros. – O Filme’: Bonitinho, mas Ordinário
CRÍTICA SEM SPOILERS
Imagem: Reprodução | Divulgação
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“Super Mario Bros. – O Filme” conquistou o posto de um dos filmes mais aguardados de 2023, afinal, trata-se de uma das franquias mais lendárias e revolucionárias das histórias dos video games enfim ganhando uma adaptação à altura, deixando o público todo questionando como que isso demorou tanto tempo para acontecer.




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E o filme não poderia vir em melhor hora! Já que tivemos há pouco tempo a celebrada série de The Last of Us, que virou a página e fez história ao provar que podemos, SIM, ter ótimas adaptações de jogos nas telas. Deixando para trás décadas de tentativas fracassadas.

É nesse embalo que Super Mario Bros. traz a lendária franquia e universo de jogos da Nintendo às telonas como mais um exemplo de como essas adaptações podem dar certo. Porém, são muitos os erros e ressalvas que QUASE estragam o filme e seus acertos.


Começando pelas coisas boas, chega a ser irônico que o filme consegue acertar no que, em tese, seria o mais difícil. Isso porque o filme é visual e artisticamente IMPECÁVEL. Nunca que um filme animado baseado em um jogo poderia ser tão bonito.

A recriação de toda a identidade visual dos personagens, cenários e elementos é feita com muito capricho e é mesclada com muita competência com outros elementos mais realistas. Cada frame é uma pintura e vai encantar até mesmo quem nunca achou graça nas cores vibrantes dos games.


É tudo muito lindo e se encaixa perfeitamente com a proposta de ser uma carta de amor aos games e um presente especial e regado de nostalgia para os fãs. Do começo ao fim, o filme brinca e faz o uso máximo de referências às trilhas, cenários, personagens, fases, mapas e toda a experiência, emoção e dificuldade que é jogar um jogo do Mario, mas transformando a dinâmica do jogo de plataforma para o frenesi de um filme de ação.


O filme é quase que a prova perfeita que basta Hollywood e os estúdios ouvirem os fãs e entregarem o que eles querem ver, que teremos um resultado satisfatório. O famoso e eternizado “Sou fã e quero service” é o grande acerto, mas é prejudicado pelo motivo que traz esse “quase” para a frase: a mediocridade da Illumination.

A empresa que se tornou numa das gigantes da animação graças às franquias “Meu Malvado Favorito” e “Minions” entrega seu filme mais caprichado visualmente, mas entrega um dos roteiros mais ordinários, preguiçosos e incompetentes para um projeto com tanto potencial e expectativa.


As ideias são certeiras e feitas com as melhores intenções, mas mostram como uma pessoa incompetente e sem inspiração pode transformar um passeio divertido em uma apelação barata. Às vezes, o senso de humor é apenas uma recriação ainda mais besta do que já vimos exaustivamente nos filmes dos Minions.

Outras, é algo que não faz nenhum sentido a não ser BREGUICE, como o uso exagerado de músicas populares e batidas em cenas de ação. Por exemplo, inserir “Holding Out for a Hero” de Bonnie Tyler em uma cena empolgante é algo que TODO MUNDO JÁ FEZ, e você se pergunta seriamente por que diabos alguém achou que fazer isso mais uma vez, seria uma ótima ideia.

Além de ser as escolhas mais genéricas e batidas o possível, como AC/DC, A-Ha e até músicas popularizadas por Guardiões da Galáxia. Dando tiques que ressaltam o PIOR das manias da Illumination.

O problema maior não é o fato de ser genericamente dispensável, mas não faz sentido nenhum encher de músicas populares um filme que se trata de um jogo com a trilha-sonora mais memorável e suficiente de todos os tempos. Ainda mais quando Brian Tyler faz um ÓTIMO trabalho em adaptar todos esses temas.

A sofrível sequência no começo com Mario e Luigi lutando contra um cachorro em um banheiro é tudo o que você NÃO gostaria de ver em um filme como esses. Mas eles se redimem com as ÓTIMAS sequências no reino do Donkey Kong e com os Karts. É impossível não passar por essas cenas e não ficar com um sorriso bobo no rosto ou não imaginar como um filme somente do Mario Kart poderia ser facilmente uma das coisas mais simples e divertidas do mundo.

Por fim, é uma ironia triste que o filme que sai com um saldo positivo, mas poderia ser bem melhor se não fossem por erros bobos. É como botar um bebê de 2 meses para pilotar uma Ferrari. Não é o certo e nem muito bom… mas ainda é um passeio de Ferrari.

Em defesa, ‘Super Mario Bros. – O Filme’ obviamente não se propõe a revolucionar o cinema. Mas há algo muito de errado quando tudo que as pessoas conseguem elogiar em um filme são suas referências ou easter-eggs, nada mais.

E, encerrando falando em coisa boa, tente assistir ao filme na versão DUBLADA! O trabalho da dublagem brasileira não é surpresa para ninguém, mas se torna ainda mais especial quando vemos que até os gringos reconhecem que a nossa dublagem (e o trabalho de Raphael Rossatto, em especial) é bem melhor que o Mario de Chris Pratt.

Nota: 7/10

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