[CRÍTICA] Resident Evil: A Série é qualquer coisa, menos Resident Evil

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Entretanto, ao prometer um caminho canônico para o que, talvez, pudesse ser uma boa série, a trama comete diversos erros. Inclusive, usando apenas famosos personagens e easter eggs para chamar a atenção de quem passa pelo seriado. Só que, a história é tão vazia que não cumpre muito bem com o seu propósito, deixando a impressão que se a série não se chamasse Resident Evil, não faria falta.

Confira agora a crítica de Resident Evil: A Série sem spoilers.

Deixem Resident Evil quieto, é oficial

Sabemos que uma franquia com tantos anos de estrada e uma legião enorme de fãs precisa sempre se manter em destaque para continuar sendo reconhecida. O que, em partes, é o caso de Resident Evil, já que com tantos jogos lançados, ele consegue atrair ainda mais fãs para conhecer as histórias. Talvez, seja por isso que a Capcom está apostando também em seus remakes.

Há anos os fãs estão cansados de acompanhar adaptações completamente fora da casinha, que se distanciam cada vez mais dos jogos. E, até mesmo, quando pensamos que algo viria para dar um respiro de esperança, Welcome to Raccoon City mesmo sendo o mais próximo de uma adaptação dos jogos, não cumpriu o seu papel.

E o que Resident Evil: A Série faz é completamente fora do normal, chegando a dar saudade dos filmes da Milla Jovovich. Que vamos combinar, quem é fã mesmo não gosta, mas ele levou RE ao mainstream e apresentou a franquia para outras pessoas. Porém, nessa mesma pegada com a série da Netflix, ela peca em diversas coisas, dando a entender que aquilo ali é, nada mais, que uma série de ficção científica e que só leva o nome Resident Evil para chamar a atenção.

Nem o uso de personagens conhecidos, mesmo que sejam alguns gatos pingados, funcionou de verdade, porque o erro foi o diretor da trama prometer algo canônico, tendo os games usados como base. É bem possível que quem seja fã de verdade vá ficar buscando a semelhança com o que já jogou, dentro de uma história que não tem nada a ver com Resident Evil.

Os easter eggs estão ali, presentes, como o Dobermann zumbi, ou então, Ada Wong, que tem seu nome mencionado. Mas, são elementos que parecem ter sido inseridos ali para apenas deixar um quentinho no coração do fã de RE e fazer ele tentar engolir isso como mais uma série do universo da franquia. Outra coisa que incomoda bastante é o fato das duas linhas temporais acontecerem ao mesmo tempo. Claro, você consegue distinguir uma da outra por conta de enquadramento e filtros utilizados em cada um, mas chega a ser um pouco irritante.

Tem horas que você quer de fato aplaudir alguns monstros e outras horas se esconder tamanha vergonha alheia, já que o CGI alterna entre o ok e o ruim. A série da Netflix entrega, na verdade, uma ficção científica qualquer, com uma pitada de drama e adiciona o nome de Resident Evil sem se questionar. Mas, é óbvio que aquilo ali não é o RE que todo mundo conhece e sempre sonhou em ver adaptado.

Vale a pena assistir Resident Evil: A Série?

Se você é um fã que preza pelo o que cresceu jogando, ou o que conhece, caso assista já vamos adiantar que você vai odiar. Com todas as suas forças. A série consegue ser maçante e empurrada, como se quisesse criar uma atmosfera densa para o conteúdo da trama, mas no máximo faz você se desinteressar cada vez mais rápido.

Agora, se você é do tipo de fã que gosta dos filmes da Milla Jovovich, é capaz de você até dar uma chance e gostar. Ele tem a mesma pegada, um pouco distante demais dos jogos, mas ainda assim, quem curte os filmes da eterna Alice, é capaz de até curtir Resident Evil: A Série.

A Netflix lançou o seriado hoje, contendo 8 episódios. Até o momento, Resident Evil: A Série não teve sua segunda temporada confirmada.