[CRÍTICA] O Predador: A Caçada é um retorno épico ao que há de melhor na franquia

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O sucesso do primeiro longa fez com que a 20th Century Fox financiasse a sequência já em 1990, chamada de O Predador 2: A Caçada Continua. Schwarzenegger não reprisou seu papel como Dutch Schaefer, sendo substituído por Danny Glover como protagonista. A franquia não se limitou apenas aos longas-metragens, mas se ramificou para os livros, histórias em quadrinhos, brinquedos, jogos e outras mídias.

Em 2010, o terceiro filme foi lançado com o título de Predadores, estrelado por um grande elenco formado por Adrien Brody, Topher Grace, Alice Braga, Walton Goggins e Laurence Fishburne. Já em 2018, foi a vez do conhecido diretor Shane Black lançar sua visão da franquia com O Predador.

Houve também um grande crossover cinematográfico entre as franquias Alien e Predador, levando ao lançamento de Alien vs. Predador em 2004, seguido por Aliens vs. Predador: Requiem em 2007. No entanto, entre altos e baixos, a saga nunca conseguiu emplacar nenhum outro grande sucesso crítico e comercial desde o original em 1987.

De vilão sanguinário à anti-herói, a criatura assumiu muitas formas, figurinos e personalidades conforme os anos se passavam. Com o longa de 2018 tendo sido um fracasso absoluto, resultando em prejuízo aos cofres do estúdio, a Disney, nova detentora dos direitos da franquia, resolveu apostar em um projeto de baixo orçamento lançado direto para a Hulu.

Dirigido por Dan Trachtenberg e escrito por Patrick Aison, O Predador: A Caçada é o mais novo filme do monstro alienígena. Situado cerca de 300 anos no passado, no mundo da Nação Comanche, a trama segue uma personagem chamada Naru (Amber Midthunder), uma indígena que busca ser reconhecida como uma grande caçadora.

Quando um alienígena ameaça sua tribo, Naru se propõe a proteger seu povo. O filme apresenta um elenco composto quase inteiramente por nativos americanos e das Primeiras Nações. A narrativa retorna às origens da franquia e aposta em conflitos menores, mais íntimos e mais assustadores, ao invés de apresentar uma invasão alienígena de grande escala.

Aqui, como no filme original, a humanidade é superada com facilidade. No entanto, o espírito humano faz com que a protagonista ganhe forças para enfrentar suas adversidades. Citando o próprio Trachtenberg, “a ingenuidade de um ser humano que não desiste, que é capaz de observar e interpretar, basicamente o torna capaz de vencer alguém mais forte, mais poderoso e mais bem armado”.

Falando no diretor, suas habilidades no comando da direção já ficaram bem evidentes em Rua Cloverfield, 10, seu primeiro longa-metragem. No entanto, mesmo com um orçamento limitado, O Predador: A Caçada potencializa todas as qualidades de Trachtenberg e o coloca na vitrine do cinema de ação.

A cinematografia e o trabalho sonoro também ajudam a definir o tom mais intimista da produção, que conta com cenários belíssimos das florestas canadenses. Embora tenha uma história simples e direta, a narrativa é liderada pela atuação consistente de Amber Midthunder, que consegue transmitir com êxito a ingenuidade e firmeza de Naru, em oposição à presença ameaçadora do antagonista.

Ao emular com sucesso todos os conceitos basilares que fizeram do longa original um fenômeno, enquanto também apresenta suas próprias perspectivas e introduz novos elementos para a saga, O Predador: A Caçada não é só uma das melhores ficções científicas dos últimos anos, mas é o melhor capítulo da cultuada série de filmes.

Sangrento e divertido, O Predador: A Caçada é um retorno épico ao que há de melhor na franquia, oferecendo tudo o que os fãs gostariam de ver e certamente colocará as próximas aventuras do alienígena em caminhos mais satisfatórios. Chegando ao Brasil através do Star+, o longa estreia no dia 05 de agosto.

NOTA: 9/10

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