Comemoramos cedo demais? Nova onda de blockbusters pode concentrar o mercado novamente

Se no início de 2024 o público dava mostras de que poderia retornar a assistir novos tipos de filmes afora os blockbusters a que fora acostumado, as próximas estreias do cinema podem reverter essa tendência.

Comemoramos cedo demais? Nova onda de blockbusters pode concentrar o mercado novamente

Se no início de 2024 o público dava mostras de que poderia retornar a assistir novos tipos de filmes afora os blockbusters a que fora acostumado, as próximas estreias do cinema podem reverter essa tendência.

Comemoramos cedo demais? Nova onda de blockbusters pode concentrar o mercado novamente
BLOCKBUSTERS ESTÃO DE VOLTA
Imagem: Reprodução | Divulgação
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Na primeira parte desta matéria especial, apresentamos como as bilheterias brasileiras ficaram um pouco menos concentradas nos primeiros 5 meses deste ano. Na segunda, mostramos como historicamente as vendas de ingressos para o cinema se concentraram em torno de uns poucos blockbusters ao longo dos últimos anos, e como o adiamento de vários filmes aguardados fez com que, entre 2023 e 2024, o público passasse a dar uma chance a longas distintos daqueles que dominaram as bilheterias nos últimos anos.

Entretanto, os últimos dados e a perspectiva para o resto do ano indicam que esta tendência pode ter vida curta.




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Junho trouxe às salas nacionais a comédia de ação Bad Boys: Até o Fim, que em três semanas atingiu 1,7 milhão de ingressos, entrando no top 10 do ano e superando com facilidade o total de seu antecessor Para Sempre em 2020 (1,3 milhão).

Já a grande estreia desse fim de semana foi Divertida Mente 2, que em seu primeiro fim de semana atraiu mais de 4,5 milhões de pessoas às salas escuras (praticamente empatado com a estreia nacional de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa) e faturou R$ 97 milhões (pouca coisa abaixo dos R$ 103,5 milhões de Vingadores: Ultimato). A sequência da Pixar (uma estratégia que deu certo na década passada com os titãs de bilheteria Procurando Dory, Os Incríveis 2 e Toy Story 3 e 4) se tornou a maior bilheteria do ano – e, na verdade, o longa mais assistido desde Barbie há quase um ano.


E julho trará as chegadas de Meu Malvado Favorito 4 e do aguardadíssimo Deadpool & Wolverine.

São duas continuações de animações do passado e um filme de super-heróis vendido parcialmente na nostalgia de ver Ryan Reynolds e Hugh Jackman de volta aos papéis que os consagraram – e agora oficialmente no MCU! O mesmo segredo que permitiu a Homem-Aranha: Sem Volta para Casa atingir seus números monstruosos.


Ou seja: o mesmo tipo de filme que ajudou a concentrar as bilheterias da segunda metade da década passada em torno de uns poucos blockbusters. Marcas e personagens com os quais o público já está familiarizado. Sequências de sucessos do passado.

E após o cinema nacional ensaiar uma recuperação nos primeiros meses do ano, não demorou muito para voltar aos números medíocres do período pós-pandêmico. Grandes apostas da indústria nacional acabaram fracassando. É o caso da comédia romântica Evidências do Amor: trazendo Fábio Porchat e Sandy numa trama conduzida pela icônica canção de Chitãozinho e Xororó, o longa atraiu menos de 300 mil pessoas às salas.


Assim, em 2024 a indústria se vê num impasse. O público quer ir ao cinema, mas é preciso ao menos tentar fazer a audiência assistir algo afora os blockbusters de super-heróis, franquias de animação e infinitas sequências de Transformers, Velozes e Furiosos, Star Wars e Jurassic World. Afinal, o que acontecerá quando o público finalmente se cansar dos mesmos tipos de filmes?

O próprio MCU só está vivo agora por conta de heróis antigos, sejam Vingadores ainda na ativa após a batalha contra Thanos (como o Doutor Estranho e Thor), sejam personagens de filmes antigos da Marvel que agora foram retroativamente adicionados à franquia. Tentativas da franquia liderada por Kevin Feige de introduzir uma nova geração de heróis e heroínas (como a Fóton e a Miss Marvel de As Marvels, o Shang-Chi e os Eternos) foram recebidas com bem menos entusiasmo do que nos tempos do Homem de Ferro e Capitão América.


Em 2023 nós vimos o que acontece quando o que há em cartaz é somente franquias velhas e cansadas. Não foi um quinto Indiana Jones estrelado por um octogenário Harrison Ford, um sétimo Missão: Impossível protagonizado pelo sexagenário Tom Cruise, o décimo Velozes & Furiosos ou mais filmes de super-heróis os grandes campeões de bilheteria do ano mas sim a comédia colorida e feminista de Barbie – um tipo de blockbuster muito distinto do que o público estava acostumado.

A audiência precisa se acostumar a ver longas novos, diferentes, adequados para o momento atual e não ligados às marcas de sempre se quisermos fomentar a nova geração de astros e de franquias que liderarão tanto Hollywood quanto a indústria brasileira de cinema rumo ao futuro.

Porém, tudo isso corre o risco de ser desfeito e a audiência voltar ao conforto de sequências cujo apelo está na nostalgia de originais de décadas passadas, como Divertida Mente 2, Deadpool & Wolverine, Twisters, Beetlejuice Beetlejuice: Os Fantasmas se Divertem 2

Como o cinema vai lidar com esse problema? Deixe o seu comentário aí embaixo!

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