Surpresa do ano, thriller Som da Liberdade superou bilheteria de grandes blockbusters
Apesar de ser recebido com controvérsias, o suspense Som da Liberdade foi um fenômeno nas bilheterias dos EUA e do Brasil, ultrapassando super-heróis.
A grande surpresa de 2023 nas bilheterias é o thriller Som da Liberdade, que arrecadou excelentes números nos EUA e agora no Brasil.
O longa conta a história real de Tim Ballard, um ex-agente especial do governo norte-americano que parte numa missão pessoal para resgatar crianças de uma perigosa rede de tráfico humano para fins sexuais.
Celebrado por grupos conservadores e religiosos, o filme tornou-se um sucesso de bilheteria apesar das polêmicas. Nos EUA, Som da Liberdade foi lançado em julho e faturou nada menos que US$ 184 milhões, o suficiente para fazer dele a nona maior bilheteria doméstica do ano, à frente de concorrentes muito mais caros e badalados como Indiana Jones e a Relíquia do Destino (US$ 174,5 milhões), Missão: Impossível 7 (US$ 172,1 milhões) e Transformers: O Despertar das Feras (US$ 157 milhões).
No Brasil, Som da Liberdade repetiu o sucesso. O longa estreou em setembro e, após apenas quatro semanas em cartaz (três delas na liderança), faturou ao todo R$ 41,3 milhões, com um público de 2,26 milhões de pagantes.
Trata-se da 13ª maior bilheteria do ano no Brasil, à frente não apenas dos citados Indiana Jones (que mal ultrapassou o 1 milhão de ingressos) e Missão: Impossível (que, com menos de 2 milhões de público, é o menor capítulo da franquia desde 2006) como também de qualquer filme de super-heróis da DC lançado este ano, como The Flash (outro que tropeçou e também não bateu os 2 milhões de entradas) e Besouro Azul (atualmente com 2,11 milhões).
Ao todo, o longa possui nada menos que US$ 238 milhões na bilheteria global.
Filmado em 2018 a um custo de apenas US$ 14 milhões (mais de 20 vezes menor que o orçamento dos novos Indiana Jones e Missão: Impossível), Som da Liberdade era para ter sido distribuído pela hoje extinta 20th Century Fox. Porém, quando a distribuidora foi adquirida pela Disney, o longa acabou engavetado.
O filme teria sido mais uma casualidade da maior compra da história de Hollywood. Entretanto, seu produtor Eduardo Verástegui readquiriu os direitos e os ofereceu à pequena distribuidora Angel Studios, especializada em filmes voltados para o público cristão. Assim, Som da Liberdade tornou-se facilmente a maior bilheteria de sua história (no Brasil, a distribuição coube à Paris Filmes).
No entanto, enquanto o longa esteve em exibição nos EUA, apareceram nas redes sociais diversos relatos de sessões esgotadas porém com salas vazias, como se alguém estivesse comprando ingressos em massa a fim de manipular a bilheteria do filme, confira aqui. Como sempre, é difícil saber a verdade, pois grupos de lados ideológicos opostos se acusam mutuamente nas redes sociais.
Mas o fato é que, tanto nos EUA quanto aqui, se trata de um longa bastante popular, que será alvo de debates e discussões entre direita e esquerda nos próximos meses e anos.