Malévola: Dona do Mal estreia em primeiro no Brasil e melhor que Aladdin!
Se nos EUA a abertura de Malévola: Dona do Mal ficou bem abaixo da do primeiro longa com a vilã de A Bela Adormecida interpretada por Angelina Jolie,...
Se nos EUA a abertura de Malévola: Dona do Mal ficou bem abaixo da do primeiro longa com a vilã de A Bela Adormecida interpretada por Angelina Jolie, aqui no Brasil o segundo filme da saga de fantasia da Disney conseguiu ser superior ao de seu antecessor, um feito notável, apesar da concorrência com Coringa – ou talvez justamente por causa desta. Afinal, já que o grande blockbuster (ambientado num universo) de super-heróis é restrito para maiores de 16 anos, só resta aos pais levar os filhos à nova fantasia da Disney.
Por aqui, Dona do Mal liderou as bilheterias no fim de semana e faturou ótimos R$ 18,5 milhões, levando pouco mais de 1 milhão de pessoas aos cinemas na abertura, derrotando Coringa por muito pouco. Trata-se d0 7ª maior faturamento e 11º maior público de estreia no país em 2019.
O que é mais surpreendente: Malévola 2 conseguiu vender mais ingressos e ter um faturamento maior do que Aladdin em sua estreia, apesar deste ser baseado em uma das animações mais icônicas da história da Casa do Mickey. Em maio passado, o longa que trazia Will Smith no papel do Gênio estreou faturando pouquíssima coisa a menos do que Dona do Mal e vendendo 953 mil ingressos.
Além disso, como dito acima, Dona do Mal também obteve uma estreia melhor que a do primeiro Malévola, não apenas em faturamento como também em ingressos vendidos – o longa de 2014 estreou com R$ 13,4 milhões e levou 925 mil pessoas aos cinemas. No primeiro quesito, era até óbvio que isso iria ocorrer, afinal, o preço médio do ingresso de cinema há cinco anos era R$ 12,55; em 2019 é de R$ 15,92. Mas é surpreendente que este segundo filme, lançado nos cinemas sem o mesmo hype ou frescor do primeiro (era a primeira vez que o público punha os olhos na versão de Jolie da vilã), tenha levado mais gente aos cinemas na estreia do que seu predecessor.
Afinal, Malévola foi um grande sucesso no Brasil, porém não é exatamente um dos longas mais queridos da Disney desta década. Ainda assim, diferentemente dos americanos, os brasileiros estavam claramente desejando mais aventuras da fada interpretada pela icônica atriz, ou talvez seja a falta de filmes infantis relevantes em cartaz no momento (sinto muito, Abominável e Angry Birds 2, mas seu desempenho foi péssimo). De todo modo, Dona do Mal obteve uma das melhores estreias para uma fantasia da Disney baseada em alguma de suas animações, perdendo apenas para os monstros de bilheteria O Rei Leão e A Bela e a Fera, mas derrotando, afora os citados Aladdin e Malévola, também longas como o Cinderela de 2015 e o Alice no País das Maravilhas de 2010.
Enfim, uma ótima e surpreendente estreia. O problema é daqui para a frente. Em 2016, Alice Através do Espelho também obteve uma abertura (R$ 16,1 milhões / 965 mil ingressos) superior à de seu predecessor (R$ 10,6 milhões / 876 mil ingressos), apenas para despencar em uma velocidade inacreditável nas semanas subsequentes, saindo de cartaz tendo vendido apenas 2,23 milhões de ingressos – um desempenho pós-estreia pavoroso.
Caso algo parecido ocorra com Dona do Mal, o filme sai de cartaz com um público de míseros 2,32 milhões, bem abaixo do primeiro, que se aproveitou da falta de concorrentes entre filmes familiares durante a Copa do Mundo de 2014 e chegou a imensos 5,79 milhões, o segundo longa mais assistido daquele ano nos cinemas nacionais. E os paralelos entre Dona do Mal e Alice Através do Espelho são claros: ambos são continuações de remakes de clássicos animados que, apesar de terem muitos efeitos especiais, não agradaram muito a crítica, logo suas sequências acabaram pagando o preço, apesar de terem estreado por aqui com números maiores que os dos originais.
Por outro lado, vale lembrar que a malfadada sequência de 2016 estreou justamente no meio da temporada de blockbusters, quando haviam várias outras opções em cartaz. Já Dona do Mal não terá concorrentes relevantes entre filmes familiares por um bom tempo, possivelmente até Dora e a Cidade Perdida no dia 14/11 (se você está se perguntando, Frozen II só chega ao Brasil em janeiro). Claro, tudo dependerá de se a recepção entre o público nacional também for boa – em 2019, os pais preferem entreter seus filhos com o infinito catálogo de desenhos animados em serviços de streaming do que levá-los a um longa que não os atraia, preferindo guardar o dinheiro apenas para os maiores blockbusters. É por isso que Toy Story 4 e O Rei Leão fizeram números tão absurdos enquanto Abominável e Angry Birds 2 sofreram.
Dessa forma, sendo mais otimista, uma performance mais parecida com as de Cinderela e Alice no País das Maravilhas leva Dona do Mal a sair de cartaz com entre 4,6 milhões e 4,9 milhões de ingressos vendidos, o que seria ótimo para o longa. Vale lembrar que Aladdin encerrou sua carreira com 4,77 milhões.
Enfim, apesar do histórico não muito favorável, Dona do Mal tem a chance de ser um gigantesco sucesso na bilheteria brasileira. Vamos acompanhar para ver até onde a fada de Jolie vai!
Bilheteria Brasil de 10/10/2019 a 13/10/2019:
Filme | Semanas em cartaz | Renda na semana (em R$) | Público na semana | Renda acumulada (em R$) | Público acumulado |
1- Malévola: Dona do Mal | 1 | 18.514.514 | 1.006.549 | 18.514.514 | 1.006.549 |
2- Coringa | 3 | 17.730.517 | 990.635 | 105.072.580 | 6.550.481 |
3- Projeto Gemini | 2 | 2.597.471 | 141.466 | 10.160.805 | 597.914 |
4- Angry Birds 2: O Filme | 3 | 1.307.594 | 83.655 | 10.832.052 | 766.264 |
5- Abominável | 4 | 682.086 | 44.584 | 14.356.156 | 953.130 |
6- Bacurau | 8 | 183.991 | 10.752 | 10.352.707 | 658.996 |
7- Ela Disse, Ele Disse | 3 | 156.476 | 9.657 | 3.064.738 | 215.458 |
8- Morto Não Fala | 2 | 86.490 | 4.473 | 280.922 | 16.355 |
9- Ad Astra: Rumo às Estrelas | 4 | 102.056 | 4.265 | 6.791.294 | 357.587 |
10- A Luz no Fim do Mundo | 1 | 93.121 | 3.760 | 93.121 | 3.760 |