Filmes da Netflix sofrem grande perda de audiência em dois anos

Dados de audiência revelam que os filmes originais do streamer estão sendo menos assistidos hoje do que há dois anos atrás.

Filmes da Netflix sofrem grande perda de audiência em dois anos

Dados de audiência revelam que os filmes originais do streamer estão sendo menos assistidos hoje do que há dois anos atrás.

Filmes da Netflix sofrem grande perda de audiência em dois anos
MENOS GENTE LIGADA NO TUDUM
Imagem: Reprodução | Divulgação
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O último grande lançamento de filme da Netflix, Um Tira da Pesada 4: Axel Foley, foi recebido com críticas surpreendentemente decentes e assistido 41 milhões de vezes na plataforma em seus primeiros cinco dias. Trata-se do segundo maior “fim de semana de abertura” na Netflix de 2024, atrás somente da fantasia estrelada por Millie Bobby Brown Donzela (50 milhões de views).




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Apesar de terem sido líderes de audiência, ambos os filmes conquistaram um público bem menor do que aquele atingido pelos originais da Netflix dos últimos anos. Conforme nota o escritor Scott Mendelson em sua newsletter no Substack, apesar dos dois longas serem os mais assistidos do streamer em 2024, seus números ainda são bastante tímidos se comparados com outros lançamentos da Netflix de anos passados.

Em 2023, cinco filmes da Netflix foram mais assistidos em suas estreias do que Um Tira da Pesada 4 e Donzela. São eles: A Mãe (84 milhões de views), Luther: O Cair da Noite (66 milhões), Mistério em Paris (64 milhões), Certas Pessoas (56 milhões) e Na Sua Casa ou na Minha? (55 milhões). A comédia de ação com Eddie Muprhy ainda foi superada por Resgate 2 e O Mundo Depois de Nós (ambos com 42 milhões).


Já em 2022, a Netflix teve ainda mais filmes cujas visualizações na estreia deixam no chinelo os maiores campeões de audiência do streamer neste ano. Foram 12 ao todo (respire fundo): O Projeto Adam (92 milhões), Agente Oculto (88 milhões), Arremessando Alto (84 milhões), Glass Onion: Um Mistério Knives Out (82 milhões), A Escola do Bem e do Mal (79 milhões), 365 Dias: Hoje (78 milhões), O Enfermeiro da Noite (68 milhões), Enola Holmes 2 (64 milhões), De Férias da Família (59 milhões), Dupla Jornada (56 milhões), De Volta ao Baile (55 milhões) e O Homem de Toronto (54 milhões).

Em outras palavras, em 2022 a Netflix lançou 12 filmes vistos por mais de 50 milhões de vezes na estreia. Já em 2023 esse número caiu para 5, a grande maioria dos quais lançados no início do ano. Em 2024, apenas um único longa conseguiu ultrapassar tal marca.


Um fato que explica essa queda é o fim da pandemia de Covid 19. Sem os lockdowns, as pessoas puderam voltar a frequentar cinemas, parques, estádios, clubes, praias e outras opções de diversão fora de casa. Com isso, quem acabou sofrendo foram justamente o entretenimento caseiro, como streaming e videogames, que cresceram de modo sem precedentes durante a pandemia.

Também é preciso acrescentar que, hoje em dia, simplesmente há muito mais opções de serviços de streaming do que até poucos anos atrás. Na década passada, a Netflix era vista como um grande agregador de conteúdo, contendo não apenas filmes e séries originais como também uma imensa quantidade de material produzido por terceiros. Mas nos últimos anos, a criação de streamers como o Disney+, Max, Paramount+ e Apple TV+, bem como o forte crescimento do Amazon Prime Vídeo, acabaram aumentando a concorrência pelo tempo e, principalmente, pelo bolso dos consumidores.


Com os principais estúdios de Hollywood criando seus próprios serviços de streaming, a Netflix passou a depender cada vez mais e mais de conteúdo original ao invés do terceirizado. E, mesmo assim, produções como The Boys e The Mandalorian mostraram que não era só a Netflix que poderia lançar séries e filmes imensamente populares.

Mesmo assim, é fato que, na guerra do streaming, a Netflix se encontra bem à frente dos rivais. Segundo informações de O Globo, no primeiro trimestre de 2024, a empresa atraiu 9,33 milhões de novos assinantes, acima das projeções do mercado. O lucro líquido cresceu para US$ 2,3 bilhões, mais uma vez melhor do que analistas do mercado financeiro esperavam. O streamer é responsável por 8% de todo o tempo de televisão nos EUA.


Todo esse crescimento foi creditado graças às restrições ao compartilhamento de senhas. Apesar de temerem uma reação negativa do público, o fato é que mais pessoas passaram a pagar pelo serviço.

Ainda assim, a gritante queda na audiência de seus filmes originais é um problema que não deve ser ignorado. Numa era onde simplesmente há tanto conteúdo e tantas opções disponíveis ao toque de um botão, talvez os novos lançamentos da Netflix não sejam mais tão especiais quanto a até poucos anos atrás.

Isso vale mesmo dentro da própria plataforma. Com a Netflix passando a voltar a receber conteúdo terceirizado (com a guerra do streaming, muitos estúdios descobriram que seria mais vantajoso vender conteúdo antigo para a Netflix do que tentar convencer o público a desembolsar mais dinheiro por seus novos streamers), agora os assinantes tem muito mais opções dentro da empresa do que somente os novos originais Netflix, não importando o quão caros ou quão cheios de estrelas eles sejam.

Ou seja: será que o conteúdo vindo de outros estúdios está retirando o interesse da audiência pelas novas estreias da Netflix? E será que isso vai ser o suficiente para reter o assinante no futuro? São perguntas que a indústria do entretenimento espera responder, ainda que isso talvez seja difícil com a própria Netflix dificultando cada vez mais o acesso aos dados (a partir de 2025 a empresa não irá mais reportar o número trimestral de assinantes).

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