Coringa ultrapassa a bilheteria de Batman: O Cavaleiro das Trevas!
Nem Deadpool, nem Pennywise, nem Wolverine: foi o Coringa o responsável pelo primeiro longa classificado nos EUA como R Rated (menores de 17 anos só entram acompanhados dos pais)...
Compartilhe: Tiago
Publicado em 19/11/2019 - 18h59
Nem Deadpool, nem Pennywise, nem Wolverine: foi o Coringa o responsável pelo primeiro longa classificado nos EUA como R Rated (menores de 17 anos só entram acompanhados dos pais) a faturar mais de US$ 1 bilhão. Um feito impressionante para um longa violento, pesado e quase sem cenas de ação, ainda mais as grandiosas e épicas que povoam os longas da Marvel Studios e da DC.
Na bilheteria americana, Coringa caiu para oitavo lugar no ranking do último fim de semana, conforme demonstra que está começando a perder força. Obrigado a ceder cerca de 470 salas para as novas estreias (atualmente, o suspense está em cartaz em pouco mais de 2300 na América do Norte), Arthur Fleck faturou mais US$ 5,3 milhões em seu sétimo fim de semana nos EUA. No total, o longa possui US$ 322,3 milhões.
Nos últimos dias, Coringa havia ultrapassado a bilheteria americana não ajustada pela inflação de alguns filmes que haviam tido estreias maiores que às do palhaço homicida, incluindo Thor: Ragnarok (que abriu com US$ 122,7 milhões e saiu de cartaz com US$ 315 milhões), o primeiro Homem de Ferro (estreia: US$ 98,6 milhões; bilheteria final: US$ 318,6 milhões) e o forte concorrente que o desafiou em maio de 2008, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (estreia: US$ 100,1 milhões; bilheteria final: US$ 317,1 milhões). Enquanto você lê este texto, porém, o longa já deve ter deixado para trás também Shrek Terceiro (que até à noite de domingo estava a meros US$ 400 mil de distância do vilão psicótico).
Em geral, Coringa é o 24ª maior filme de quadrinhos da história na bilheteria americana (novamente, não ajustada pela inflação), o 7º maior da DC e o 3º maior longa de quadrinhos voltado para maiores de idade – embora, nesse caso, seja uma afirmação relativamente controversa. No ano passado Deadpool 2 encerrou sua carreira nos EUA com US$ 318,4 milhões. Entretanto, no fim do ano a Fox resolveu lançar uma versão do filme com os palavrões e a violência cortados (porém com uma inútil cena adicional envolvendo o anti-herói e o ator Fred Savage), intitulada Era uma Vez um Deadpool, que era apropriada para menores de idade. Não foi um grande sucesso, porém ela arrecadou mais US$ 6 milhões nos EUA, gerando um montante total de US$ 324,5 milhões para Deadpool 2.
Considerando tanto a versão original quanto a recortada de Deadpool 2 como um filme só, Coringa ainda é a 6ª maior bilheteria americana não ajustada para um longa proibido para menores, atrás do segundo longa do Mercenário Tagarela e também de It: A Coisa, Sniper Americano, Deadpool e o até hoje imbatível A Paixão de Cristo. Seja como for, até o final desta semana Arthur Fleck deve ultrapassar tanto Deadpool 2 quanto o primeiro longa de Pennywise e saltar para a 4ª posição.
Alcançar os três primeiros, porém, será uma tarefa um pouco mais complicada. O longa caiu 42% em relação ao fim de semana passado, conforme a perda de telas e a chegada de novidades (ainda que não tão empolgantes assim) parecem finalmente começar a impactar o desempenho do filme nas bilheterias. Como comparação, Gravidade, o outro elogiado blockbuster da Warner de outubro (de 2013), que até então vinha mais lembrando Coringa em sua performance, havia caído apenas 28,5% em seu sétimo fim de semana, embora a ficção científica com Sandra Bullock e George Clooney estivesse enfrentando concorrentes bem menos numerosos, apenas a aventura da Marvel Thor: O Mundo Sombrio e um punhado de comédias bizarras e animações infantis de qualidade discutível.
Por isso, se Coringa quiser passar a virada do ano mais próximo dos US$ 350 milhões do que dos US$ 330 milhões, vai precisar se sustentar bem frente à inundação de novos filmes que chegarão às salas americanas nas próximas semanas, com a temporada de fim de ano (ou holiday season, na terminologia oficial do mercado) começa já na próxima sexta com o aguardadíssimo Frozen II. É uma missão bem mais difícil em 2019 do que em 2013, considerando também a quantidade de opções adicionais de entretenimento que não existiam há seis anos – como os recém-lançados serviços de streaming da Disney e da Apple.
De toda forma, um relançamento em janeiro, como parte da gigantesca campanha para o Oscar que a Warner certamente irá montar, não é uma possibilidade descartada. Vamos ver se isso será o suficiente para que o longa chegue perto do imbatível drama religioso de Mel Gibson.
Enquanto isso, fora dos EUA, Coringa faturou mais US$ 13 milhões em 79 mercados. No total, o longa possui inacreditáveis US$ 696 milhões na bilheteria internacional. O drama comandado por Todd Phillips vai se tornar um dos raros longas de quadrinhos a faturar mais de US$ 700 milhões em mercados estrangeiros – um feito que, descontada a inflação, não conseguiu ser atingido por blockbusters como Pantera Negra (US$ 647 milhões), Homem-Aranha: De Volta ao Lar (US$ 546 milhões) e Venom (US$ 643 milhões). E olha que todos esses filmes faturaram mais de US$ 100 milhões na China, em especial o simbionte, que alcançou colossais US$ 258 milhões no país oriental, ao passo em que o longa do vilão da DC nem sequer pisou no mercado chinês. Especula-se que isso tenha sido não devido ao suposto conteúdo violento e pesado do filme, mas sim porque seus temas de cidadãos se rebelando poderia “pegar mal” no país, que este ano vem enfrentando os protestos em Hong Kong.
Mas mesmo sem a China, Coringa atingiu incríveis US$ 1.018 bilhão na bilheteria global. Trata-se de um resultado superior ao de Batman: O Cavaleiro das Trevas (US$ 1.004 bilhão), outro sucesso da DC a também contar com uma memorável participação do vilão com maquiagem de palhaço. É também uma bilheteria acima da de outro sucesso da Warner, O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (US$ 1.017 bilhão). Dessa forma, Coringa agora é o terceiro maior filme da DC e o quarto da Warner, logo atrás de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (US$ 1.34 bilhão), Aquaman (US$ 1.15 bilhão) e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (US$ 1.08 bilhão).
Como dito acima, trata-se do primeiro longa para maiores a atingir a marca do bilhão. Isso sem ajustar pela inflação ou considerar o crescimento do mercado estrangeiro nas últimas décadas – em valores ajustados, clássicos como O Exorcista e O Poderoso Chefão também teriam bilheterias bilionárias.
Ainda assim, trata-se de um dos maiores e mais inesperados sucessos de bilheteria da história do cinema. Todos já sabiam que Vingadores: Ultimato arrecadaria rios de dinheiro, porém quem pensaria que esta sombria, perturbadora e violenta história de origem do vilão da DC, produzida por uma fração do que aventuras de heróis costumam custar (apenas US$ 62 milhões) explodiria a marca do bilhão e deixaria O Cavaleiro das Trevas comendo poeira?
Bilheteria EUA 15/11/19 a 17/11/19:
Filme | Semanas em cartaz | Renda no fim de semana (em US$) | Renda acumulada (em US$) |
1- Ford vs Ferrari | 1 | 31.474.958 | 31.474.958 |
2- Midway: Batalha em Alto Mar | 2 | 8.505.531 | 34.896.304 |
3- As Panteras | 1 | 8.351.109 | 8.351.109 |
4- Brincando com Fogo | 2 | 8.332.607 | 25.280.431 |
5- Uma Segunda Chance para Amar | 2 | 6.493.930 | 22.369.695 |
6- Doutor Sono | 2 | 6.006.949 | 24.865.108 |
7- A Grande Mentira | 1 | 5.605.051 | 5.605.051 |
8- Coringa | 7 | 5.338.389 | 322.302.982 |
9- Malévola: Dona do Mal | 5 | 4.900.000 | 105.693.384 |
10- Harriet | 3 | 4.590.540 | 31.693.530 |