Parasita tem bilheteria turbinada no Brasil após o Oscar

Unanimemente considerado pelos críticos como um dos melhores filmes de 2019, o vencedor da Palma de Ouro em Cannes e do Oscar de Melhor Filme Parasita experimentou um grande...

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Compartilhe: Tiago
Publicado em 19/2/2020 - 15h40


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Unanimemente considerado pelos críticos como um dos melhores filmes de 2019, o vencedor da Palma de Ouro em Cannes e do Oscar de Melhor Filme Parasita experimentou um grande ressurgimento nas bilheterias após conquistar o careca dourado. Antes restrito ao circuito dos filmes de arte, o suspense de Bong Joon-Ho está sendo exibido agora em todo o Brasil, e com ótima bilheteria.

No último fim de semana, seu 15º em cartaz no país e primeiro após a cerimônia do Oscar que o consagrou, Parasita vendeu mais 159 mil ingressos e arrecadou mais R$ 3,3 milhões. No total, o longa sul-coreano possui um público de 564 mil e R$ 10,6 milhões de bilheteria em nosso país.

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Para se ter uma ideia do quanto o Oscar turbinou o sucesso do filme, basta dizer que seu público neste fim de semana foi 383% (!) maior que no anterior. Afinal, após vencer a estatueta, o longa expandiu-se para mais salas, e depois o boca a boca na internet e na vida real fez o resto do trabalho ao atrair cada vez mais pessoas ao filme.

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Na verdade, 37% da bilheteria do filme foi conquistada na semana seguinte após o filme vencer o Oscar. Graças à estatueta, muitos correram aos cinemas para assistir ao tão comentado filme sul-coreano que foi capaz de tomar o prêmio de Melhor Filme de blockbusters hollywoodianos como Coringa, 1917 e Adoráveis Mulheres. Ou seja, se antes Parasita parecia relegado a ter um público não muito longe de algum filme estrangeiro e não-hollywoodiano de sucesso no país (pense em Relatos Selvagens, Intocáveis ou os filmes de Pedro Almodóvar), agora ele tem uma chance de figurar entre os maiores públicos para um vencedor do Oscar de Melhor Filme da última década.

Com 564 mil pessoas nos cinemas, Parasita está pouco acima do público médio para um longa que venceu o prêmio nos últimos 10 anos. Por enquanto, ele perde apenas para os vencedores em 2011, 2018 e 2019, respectivamente O Discurso do Rei (1,1 milhão de ingressos vendidos), A Forma da Água (872 mil) e Green Book: O Guia (621 mil). Talvez alcançar o primeiro possa ser difícil, porém superar os dois primeiros ainda é uma grande possibilidade.

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Caso Parasita deixe para trás o romance fantástico de Guillermo Del Toro, ele será o nono maior público para um vencedor do Oscar no Brasil deste século. Tirando O Discurso do Rei, todos os oito longas acima estrearam na década de 2000: O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (4,27 milhões), Gladiador (2,65 milhões), Uma Mente Brilhante (2,2 milhões), Quem Quer Ser Um Milionário? (1,37 milhão), Menina de Ouro (1,13 milhão) e Os Infiltrados (1,03 milhão). Mesmo descontando os óbvios blockbusters, é notável que nos anos 2000 o cinéfilo brasileiro comparecia às telonas para assistir a longas desafiadores e distintos como Uma Mente Brilhante e Menina de Ouro

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Já na última década, entre os concorrentes mais prováveis ao Oscar, os que conquistavam maior público no Brasil (novamente, excluindo blockbusters de ação e ficção científica, como Pantera Negra, Mad Max: Estrada da Fúria e Avatar) acabavam perdendo a estatueta: Bohemian Rhapsody (3 milhões) levou mais pessoas aos cinemas do que Green Book, e idem para La La Land (1,37 milhão) e Moonlight, ou O Regresso (2,66 milhões) e Spotlight e As Aventuras de Pi (2,23 milhões) e Argo. Aliás, o mesmo ocorreu este ano: tendo levado 880 mil pessoas aos cinemas, 1917, que também foi o adversário mais forte de Parasita, por enquanto está tendo uma bilheteria maior que o rival coreano no Brasil.

Mas, claro, isso diz mais sobre a Academia do que sobre o comportamento dos cinéfilos, não só no Brasil como também nos EUA e no mundo, onde o padrão descrito acima se repetiu. Na última década, a Academia resolveu premiar longas menores, ao invés de filmes de maior sucesso nas bilheterias que atraíam os espectadores com efeitos especiais e histórias de guerra e sobrevivência (1917, O Regresso, As Aventuras de Pi) e números musicais (La La Land). 

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Mesmo assim, comparações com outros anos são difíceis, pois em 2020 a cerimônia do Oscar foi realizada mais cedo do que o costume, com um tempo menor de campanha para os filmes. Como resultado, se antes os principais candidatos estreavam aqui no país entre janeiro e fevereiro (após o Globo de Ouro e da divulgação dos indicados) e logo tinham um mês até a cerimônia de entrega do careca dourado, agora foram apenas poucas semanas. Isso beneficiou Parasita, dando-lhe uma grande turbinada após o Oscar. 

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Exemplificando: há dois anos, A Forma da Água estreou por aqui em 1º de fevereiro, mais de um mês antes da cerimônia daquele ano (realizada em 4 de março). A maior parte de sua (boa) bilheteria brasileira foi conquistada ao longo de fevereiro – apenas 20,5% de sua bilheteria foi conquistada depois que o filme foi consagrado com o Oscar de Melhor Filme. Já Parasita estava em exibição no país desde o final de 2019, mas com a visibilidade dada pelo Oscar, é possível que 50% de sua bilheteria final, ou pouco mais do que isso, sejam conquistados depois da cerimônia.

Em suma, foi extremamente vantajoso para Parasita o fato de ele ter ganhado o Oscar tão cedo, pois isso permitiu excelente bilheteria posterior.  Mas e você, assistiu ao premiado filme de Bong Joon-Ho? O que achou? Comente conosco!

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