O Homem Invisível estreia com US$ 50 milhões globalmente

O líder de bilheterias no fim de semana nos EUA foi O Homem Invisível, o thriller de horror que reimagina o clássico livro de H.G. Wells para os dias...

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O líder de bilheterias no fim de semana nos EUA foi O Homem Invisível, o thriller de horror que reimagina o clássico livro de H.G. Wells para os dias atuais. O longa estreou com bons US$ 29 milhões na bilheteria americana e US$ 20,2 milhões fora de lá para um total global de US$ 49,2 milhões.

É a primeira vez em que seu estúdio, a Universal, consegue lançar nos cinemas uma versão com boas críticas e boa bilheteria de algum longa envolvendo seus clássicos monstros (Drácula, Lobisomem, Frankenstein, a Múmia, o próprio Homem Invisível, que fizeram a fama do estúdio entre os anos 1930 e 1950) desde… vejamos… maio de 2001, com O Retorno da Múmia, que saiu de cartaz com US$ 433 milhões em todo o mundo. 

De lá para cá, foram uma coleção de fiascos: em 2004, Van Helsing saiu de cartaz com US$ 300 milhões, o que não foi suficiente para dar lucro, considerando seu orçamento de US$ 160 milhões, e além disso as críticas foram terríveis. O Lobisomem, em 2010, foi uma produção totalmente calamitosa e um total desastre de bilheteria, US$ 140 milhões globalmente a um custo de US$ 150 milhões. Drácula: A História Nunca Contada, em 2014, arrecadou meramente decentes US$ 217 milhões a um custo de US$ 70 milhões, porém teve críticas pavorosas e pouquíssimo boca a boca do público. Finalmente, A Múmia, em 2017, foi salva pela China e chegou a US$ 409 milhões a um custo de US$ 125 milhões, porém com críticas igualmente ruins e bilheteria fraca fora do Oriente.

Para se ter uma ideia, a estreia de O Homem Invisível foi pouco menor que a do longa da Múmia estrelado por Tom Cruise (US$ 31 milhões), porém, a um custo bem inferior (apenas US$ 7 milhões, bem mais adequado para um filme de terror) e com críticas muito superiores. A Universal finalmente acertou ao apostar em um filme puramente de horror, e com o monstro do título no papel de vilão, e não em aventuras bizarras que objetivavam transformar seus monstros em anti-heróis e construir um universo compartilhado similar ao da Marvel. 

O Homem Invisível também foi eficiente ao resgatar seu próprio gênero do buraco em que se enfiou. Trata-se da maior estreia para um longa de terror desde It: Capítulo Dois, lá em setembro de 2019. De lá para cá, foram uma coleção de desastres: Doutor Sono, Natal Sangrento (este distribuído pela própria Universal), o novo O Grito, Os Órfãos, Maria e João: O Conto das Bruxas, A Ilha da Fantasia e Boneco do Mal 2. Alguns deles receberam críticas tão ruins que acabaram se tornando motivo de piada entre os críticos na internet. Felizmente, O Homem Invisível foi o primeiro filme de terror bem sucedido do ano, e não deverá ser o último, uma vez que este mês ainda tem a estreia do aguardadíssimo Um Lugar Silencioso – Parte II.

A partir de agora, a não ser que seja esmagado pelo rival, O Homem Invisível tem perspectivas positivas diante de si. Uma performance similar à de Nós o leva aos US$ 71,3 milhões na bilheteria americana, enquanto uma mais parecida com Fragmentado o faz sair de cartaz com pouco mais de US$ 100 milhões. Tudo vai depender de como o longa se sairá contra Um Lugar Silencioso – Parte II daqui a três semanas.

O horror é um gênero crucial e estratégico para Hollywood, pois combinando orçamentos baixos, tramas ousadas e boas bilheterias, acabam trazendo bastante lucro aos estúdios. A Universal há muito tempo vem tentando relançar seus monstros clássicos no contexto de filmes de terror aclamados pela crítica que vem surgindo nos últimos anos, e finalmente conseguiram, ao deixarem o diretor Leigh Whanell e a atriz Elizabeth Moss produzirem um thriller de boa qualidade e a um custo baixo, ao invés de tentarem criar a versão assustadora do MCU. 

Bilheteria EUA 28/02/20 a 01/03/20: