Nova animação da Disney, Encanto decepciona nas bilheterias

Apesar das boas críticas (92% no Rotten Tomatoes), Encanto não conseguiu, digamos, encantar o público na bilheteria americana. Distribuído pela Disney, o longa arrecadou cerca de US$ 27 milhões...

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Compartilhe: Tiago
Publicado em 28/11/2021 - 15h38


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Apesar das boas críticas (92% no Rotten Tomatoes), Encanto não conseguiu, digamos, encantar o público na bilheteria americana.

Distribuído pela Disney, o longa arrecadou cerca de US$ 27 milhões entre sexta e domingo e US$ 40,3 milhões desde sua estreia na quarta-feira nos EUA. Globalmente, Encanto arrecadou US$ 70 milhões, bem dentro das previsões do estúdio.

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Trata-se de uma estreia bem abaixo de outras animações que também foram lançadas pela Disney no feriado de Ação de Graças em anos anteriores, como Enrolados (US$ 67 milhões em seus primeiros cinco dias em 2010), Viva: A Vida é uma Festa (US$ 73 milhões em 2017), Moana (US$ 82 milhões em 2016) e Frozen: Uma Aventura Congelante (US$ 94 milhões em 2013). Aliás, Encanto ficou abaixo até de O Bom Dinossauro, cujos US$ 55,4 milhões durante o feriado em 2015 foram tidos como uma decepção para o estúdio.

Na indústria, muitos tem culpado a concorrência com outro título para toda a família que também está em cartaz: Ghostbusters: Mais Além. Após sua promissora estreia na semana passada, o novo longa dos Caça-Fantasmas arrecadou US$ 24,5 milhões no fim de semana e US$ 35,3 milhões entre quarta e domingo – ou seja, pouco atrás de Encanto. Com quase US$ 88 milhões de faturamento desde sua estreia, Mais Além logo vai ultrapassar os US$ 100 milhões nos EUA para se tornar mais um hit da Sony em 2021 após o grande sucesso de Venom: Tempo de Carnificina.

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Porém, culpar apenas a concorrência com os caçadores de fantasmas não contempla o tamanho do problema que Hollywood vem enfrentando desde 2018: a dificuldade em lançar animações totalmente originais, não conectadas a nenhuma franquia.

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As únicas animações de sucesso da Disney nos últimos anos foram sequências!

Há quase uma década atrás, estúdios como a Disney, a DreamWorks e a Blue Sky eram especialistas em longas animados originais, que estreavam com ótimos números. Mesmo não sendo (ainda) ligados a nenhuma franquia, filmes como Kung Fu Panda, Enrolados, Rio, Frozen e Moana levavam multidões de famílias com crianças ao cinema. No entanto, isso mudou nos últimos anos. A última animação americana original a fazer grande sucesso foi o vencedor do Oscar Viva: A Vida é uma Festa, que estreou há quatro anos. 

De lá para cá, quase todas as animações com ótima bilheteria foram continuações: Os Incríveis 2, Hotel Transilvânia 3, Toy Story 4, Como Treinar o seu Dragão 3, WiFi Ralph, Frozen II, entre outros. Enquanto isso, originais como Abominável, da DreamWorks, e Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica falhavam em ter uma bilheteria que justificasse seu custo. 

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Ainda assim, 2020 era para ser um ano importante para longas infantis originais após anos com a Disney focando apenas em sequências. No entanto, a pandemia estragou tudo: Soul e Luca foram lançados diretos no streaming enquanto Raya e o Último Dragão até teve um lançamento híbrido nos cinemas e no Disney+, porém seus números de bilheteria foram decepcionantes. Além disso, a Sony vendeu para a Netflix longas que, em tempos normais, iriam para os cinemas, como A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas.

Enfim, Encanto foi mais uma tentativa da Disney de lançar uma animação original, e mais uma vez com números ruins. Se essa tendência continuar, pode ser que, no futuro próximo, todas os seus originais ou vão direto para o Disney+ ou ganham algum tipo de lançamento híbrido aos moldes do de Raya.

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