Missão: Impossível 7 é a segunda menor abertura da franquia no Brasil
Missão: Impossível 7 decepciona nas bilheterias do Brasil com uma abertura menor que a de quase todos os capítulos anteriores.
Embora tenha conquistado boa abertura nas bilheterias globais, no Brasil Missão: Impossível: Acerto de Contas – Parte Um fez números ruins para os padrões da franquia.
O longa arrecadou R$ 11,8 milhões e vendeu 490 mil ingressos para os cinemas nacionais entre quinta e domingo. Até onde existem dados confiáveis, trata-se do segundo menor público de abertura da série Missão: Impossível no Brasil.
Infelizmente não existem dados confiáveis sobre quantas entradas o primeiro Missão: Impossível vendeu em seu primeiro fim de semana, em julho de 1996. Porém, o segundo e o terceiro capítulos estrearam com respectivamente 565 mil e 588 mil ingressos ao estrearem em 2000 e 2006.
O quinto Missão, subtitulado Nação Secreta, é o recordista de maior abertura da saga estrelada por Tom Cruise, com 728 mil ingressos em agosto de 2015. Três anos depois, Efeito Fallout chegou perto, com 702 mil entradas, ainda que tenha superado o antecessor no faturamento (R$ 10,8 milhões em 2015 contra R$ 13,3 milhões em 2018).
Desse modo, o único longa da saga cujo primeiro fim de semana foi inferior ao de Acerto de Contas no quesito público foi o quarto, Protocolo Fantasma. E isso graças à sua data de lançamento um tanto inusitada: bem no fim de semana do Natal de 2011. Com as pessoas mais concentradas nas festas de fim de ano, M: I 4 teve público de apenas 189 mil pagantes em sua abertura. O longa só foi crescer mesmo em sua terceira semana, já em janeiro de 2012.
Enfim, é uma péssima notícia para Acerto de Contas ter uma abertura inferior às de quase todos os seus predecessores, inclusive de longas lançados duas décadas atrás, quando o número de salas de cinema no Brasil era bem mais limitado.
No entanto, os resultados de Missão: Impossível 7 ressaltam uma tendência recente na bilheteria brasileira. Nos últimos anos, conforme o público foi retornando às salas após a pandemia, filmes de ação de franquias antigas, com décadas de experiência nas costas e voltadas para um público mais velho conquistaram resultados inferiores aos dos longas que os precederam.
Em outubro de 2021, 007: Sem Tempo para Morrer estreou com 330 mil ingressos, uma estreia menor que os de quase todos os filmes de James Bond anteriores do século XXI, à exceção apenas de Cassino Royale. Seu público final, de pouco mais de 1 milhão de pagantes, ficou consideravelmente abaixo de todos os antecessores que estrearam depois da virada do milênio, os quais ou chegaram aos 2 milhões de ingressos ou ficaram bem perto disso.
Poucas semanas atrás, Indiana Jones e a Relíquia do Destino também teve abertura de 330 mil ingressos, bem atrás da do longa anterior da série, que conseguiu vender mais de 630 mil em maio de 2008 (a terceira maior abertura daquele ano). Enquanto A Relíquia do Destino se arrasta rumo à marca de 1 milhão de pagantes (até o último fim de semana eram 897 mil), O Reino da Caveira de Cristal chegou a um acumulado de 2,48 milhões quinze anos atrás.
Agora com o novo Missão ocorreu o mesmo: uma abertura inferior às de longas lançados muitos anos atrás, quando não haviam nem tantas salas de cinema ao redor do país.
Isso pode significar que tais filmes falharam em conseguir atrair na mesma quantidade de antes os espectadores que cresceram assistindo tais franquias e hoje são mais velhos. Ou seja, mesmo havendo em cartaz filmes estrelados por heróis cinematográficos de outrora como James Bond e Indiana Jones, a audiência que foi cativada por eles anos atrás não se sentiu compelida a voltar para ver suas novas aventuras.
Some isso com o fato do público mais jovem também não ter mostrado tanto interesse, e você tem a receita perfeita para uma bilheteria decepcionante.
A única exceção a essa triste tendência foi Top Gun: Maverick, que atraiu mais de 5 milhões de pessoas às salas nacionais, o maior público para um filme estrelado por Tom Cruise. Tal filme só atingiu este total graças às excelentes críticas e ao boca a boca, que cativou não só os mais velhos como também os jovens.
A esperança da Paramount era que um pouco da boa vontade com Maverick passasse para as duas partes de Acerto de Contas, mas até o momento não foi isso que aconteceu. O público mais jovem, afinal, deve estar guardando dinheiro para Barbie e seu rival Oppenheimer a partir de quinta-feira, dois longas cujo embate é tão inusitado que tem gerado memes nas redes sociais – o que é mais marketing do que Missão: Impossível 7 conseguiu entre a juventude.
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