Megatubarão 2 e novo Tartarugas Ninja estreiam acima das expectativas na bilheteria
Bilheterias americanas e globais viveram mais um fim de semana movimentado, com as novas estreias desempenhando acima das expectativas.
Enquanto Barbie segue na liderança das bilheterias, dois novos concorrentes mostraram que ter opções diferentes no cinema para públicos diversos pode levar a bons números para (quase) todos em cartaz.
As principais estreias da semana foram a ação Megatubarão 2 e a animação As Tartarugas Ninja: Caos Mutante – o primeiro é uma sequência de um bem sucedido filme de 2018 sobre Jason Statham enfrentando, como o próprio nome diz, tubarões gigantes, e o outro é a mais nova tentativa da Paramount com a franquia dos quelônios lutadores. É o primeiro longa nos cinemas das Tartarugas desde 2016 e a primeira animação dos personagens desde 2007.
Megatubarão 2 acabou levando a melhor sobre os rivais, arrecadando bons US$ 30 milhões entre sexta e domingo. Sim, é uma abertura consideravelmente abaixo da do primeiro Megatubarão de 2018 (US$ 45,4 milhões), porém é bem acima das expectativas, considerando que o filme foi odiado pelos críticos (apenas 29% no Rotten Tomatoes, abaixo de seus concorrentes).
Já o novo As Tartarugas Ninja estreou na quarta-feira e arrecadou US$ 43 milhões em seus primeiros cinco dias, US$ 28 milhões dos quais foram feitos entre sexta e domingo. Pode parecer um valor humilde, e de fato é bem abaixo da do reboot live-action de 2014 das Tartarugas (US$ 65,5 milhões em três dias).
Porém, Caos Mutante custou bem menos do que seus predecessores live-action da década passada: apenas US$ 70 milhões, comparado com US$ 125 milhões do reboot produzido por Michael Bay e lançado há exatos nove anos. E, ao contrário do Tartarugas Ninja versão 2014, o novo traz uma animação no melhor estilo Aranhaverso e, tal como os longas protagonizados por Miles Morales, foi aclamada pela crítica, com 96% no RT.
Com boa recepção da crítica e do público, Caos Mutante não deverá ter problemas para ter uma boa carreira nas próximas semanas, ainda mais considerando a falta de conteúdo infantil em cartaz. O boca a boca deve ser positivo, e se espalhar para os outros mercados afora os EUA e Canadá – por enquanto, As Tartarugas Ninja estreou em apenas 24 países, cobrindo cerca de 30% de todos os territórios que devem receber o longa. No Brasil, ele chega em 31 de agosto.
Voltando às bilheterias americanas, este foi um fim de semana especial: com os excelentes números de Barbie, Megatubarão 2, Caos Mutante e Oppenheimer (US$ 28,7 milhões em seu terceiro fim de semana, total de US$ 228,7 milhões), trata-se de apenas a quarta vez na história que quatro longas faturaram mais de US$ 25 milhões em um fim de semana.
A última vez que isso ocorreu foi durante o Dia de Ação de Graças de 2018, uma época dominada por hits como WiFi Ralph, Creed II, O Grinch e Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald (e isso sem falar em Bohemian Rhapsody, que ficou em quinto lugar).
Tanto naquela época quanto hoje em dia, a chave para ter tantos filmes desempenhando bem é ter opções diferentes para diversos tipos de público: temos uma comédia explicitamente feminina como Barbie, uma ação voltada para o público masculino com Megatubarão 2, um drama adulto aclamado pela crítica em Oppenheimer, e uma opção de boa qualidade para crianças em Tartarugas Ninja: Caos Mutante.
Todos eles são filmes que a audiência de fato quer ver no cinema, mesmo em plena era do streaming.
E é isso que Hollywood deveria estar se focando: produzir conteúdos de qualidade para diferentes perfis demográficos, sempre trazendo algo a mais que a audiência não irá encontrar nos streamers. Em vez disso, os roteiristas e atores hollywoodianos seguem em greve, lutando por direitos básicos como melhores salários e proteção contra a ameaça da Inteligência Artificial, mas sem chegar a um consenso com os estúdios.
A greve já causou atrasos na produção de diversos filmes e séries, de modo que, em meados do ano que vem ou de 2025, Hollywood simplesmente não terá o que lançar nos cinemas (e nos serviços de streaming), levando a uma falta de conteúdo que prejudicará a indústria do entretenimento como um todo. No ano passado, a falta de blockbusters fortes entre de agosto a outubro levou a fraquíssimas bilheterias por semanas, o que prejudicou severamente as finanças dos cinemas até que Adão Negro, Pantera Negra: Wakanda para Sempre e Avatar: O Caminho da Água vieram para salvá-los.
Espero que os estúdios olhem para os excelentes resultados das últimas semanas e percebam que quando há conteúdo o público vai aparecer, possibilitando para que cheguem a um consenso que seja justo para os artistas o mais rápido possível, senão, estaremos diante de uma crise para a indústria do entretenimento tão ruim ou pior que a pandemia.
Qual a sua opinião sobre tudo isso? Deixe seu comentário aí embaixo!