[CRÍTICA] Casa Gucci: Do glamour à ruína por um sobrenome
Casa Gucci é o novo filme do diretor Ridley Scott, que traz um elenco de peso, com Lady Gaga, Jared Leto, Adam Driver, Al Pacino e muito mais. A...
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Publicado em 28/11/2021 - 01h45
Casa Gucci é o novo filme do diretor Ridley Scott, que traz um elenco de peso, com Lady Gaga, Jared Leto, Adam Driver, Al Pacino e muito mais. A trama embarca numa história que aconteceu de fato, ou seja, por trás da incrível marca Gucci, a famosa marca italiana, existe uma assombrosa e macabra trama que vai te prender do começo ao fim.
Claro que há um pouco da dramatização da história conhecida. Entretanto, Casa Gucci te prende de uma forma sensacional, embarcando pelos fatos e pela insensível história de Patrizia Reggiani, que se corrompeu por um sobrenome. Se as pessoas se corrompem por dinheiro, a infame mulher se corrompeu por menos, mas acompanhada da luxúria e glamour que o sobrenome Gucci traz.
Confira agora mesmo a crítica de Casa Gucci aqui no Legado Plus.
Da ascensão à ruína em Casa Gucci
Se você esperando uma dramatização completa da história, o longa traz exatamente isso, mesclado ao glamour de uma verdadeira marca de roupas chiques. Na trama nós temos Maurizio Gucci, filho único do dono de um império, e também, Patrizia Reggiani, uma moça simples que trabalha com o pai.
Ambos se conhecem em uma festa e acabam se envolvendo. Entretanto, o alerta é feito pelo pai de Maurizio, Rodolffo: “Ela não é mulher para você“. E talvez ele estivesse certo, porque no fim, o destino do herdeiro Gucci foi a morte. A história é um dos maiores marcos da moda até hoje, tanto que Reggiani é conhecida como Viúva Negra da Moda.
Entretanto, em Casa Gucci, nós entendendo o que levou Patrizia a esse extremo. Seu sonho era ser uma Gucci, mesmo se casando com um, ela não era vista como uma Gucci oficialmente. Ela moveu mundos e fundos para trazer seu marido, que não queria saber dos negócios da família, a este mundo e conquistar aquilo que ela tanto queria. Só que as coisas não terminam bem.
O filme consegue explorar e mostrar esses detalhes, apesar de ser longo, o que pode tornar a experiência um pouco cansativa. Mas, é possível ver e entender que Reggiani estava disposta a fazer o que quer que fosse para que ela tivesse uma vida bem-sucedida. Afinal, era isso que ela queria. Mesmo amando Maurizio como jamais amou alguém.
Além da trama focada no casal principal, o longa traz a visão da enorme confusão que ela conseguiu causar dentro da família Gucci. Fez Maurizio brigar com o tio, com o primo e tocar a marca sozinho, mesmo que ele nunca quisesse isso. Patrizia se mostra uma pessoa ambiciosa, que vai até os extremos para ter aquilo que se quer e quando começa a ser desprezada, ela ultrapassa qualquer limite.
Maurizio começou a ter outra visão ao se jogar de cabeça no mundo Gucci. Graças a Patrizia, é claro. Afinal, foi ela quem o moldou para ser assim. E o filme mostra como um homem calmo, tranquilo, que apenas queria carregar o sobrenome Gucci, se envolveu em uma enrascada e teve sua vida ceifada por conta do amor de Patrizia.
Afinal, ela amava mais o nome do que chegou a amar seu Maurizio.
Foco para a trilha sonora
Um longa que traz uma das histórias mais famosas do mundo da moda, precisava ter uma trilha sonora digna de tal glamour das passarelas. Embalados por ritmos quentes e dançantes das décadas de 70 e 80, quem é fã das músicas da época, irá se encantar de fato com Casa Gucci.
O filme traz grandes nomes, como David Bowie, Donna Summer, Dead or Alive e outros nomes que com certeza farão você se remexer na cadeira. E é incrível como cada música se encaixa perfeitamente em momentos extremamente cruciais da trama, como o crescimento de um personagem ou a exibição do luxo que é fazer parte do mundo Gucci.
Palmas para os atores de Casa Gucci
Estamos falando de um elenco de peso, não podemos negar. Afinal, temos dois indicados ao Oscar e um vencedor da premiação entre tantos nomes citados na trama. E ter cada um desses atores faz com que o público entenda a grandiosidade de personagens interpretados pelos nomes escolhidos.
Começando por Lady Gaga, que vamos combinar, se entrega em tudo o que ela se propõe a fazer. E como ela conseguiu captar a essência de Patrizia Reggiani. Se fosse outra pessoa em seu lugar, não teria brilhado tanto quanto com Gaga ali. Ela fez com que a personagem, a Viúva Negra da Moda, chamasse a atenção e te levasse a outro patamar.
Jared Leto não há o que falar. Apenas que ele é outro ator que fez jus o Oscar que ganhou com Clube de Compras Dallas. Suas caracterizações, a ponto de deixar o ator quase que irreconhecível, são de longe uma das melhores coisas de Casa Gucci. Seu personagem, cheio de dramas familiares, emoções à flor da pele e sonhando com a sua liberdade, consegue cativar em seu tempo de tela.
No geral, todos os atores deram o sangue por incríveis atuações. E não há o que reclamar de nenhum deles. Até mesmo Jeremy Irons, que teve pouco tempo de tela, consegue instigar e fazer o público se interessar pelo o que ele tem a dizer.
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No fim, Casa Gucci é uma ótima dica para assistir no cinema. Além disso, a curiosidade depois de ver o filme instiga você a ir atrás da história verdadeira do assassinato de Maurizio Gucci e a vida após a prisão de Patrizia Reggiani.
O único ponto é que o filme é longo demais e chega alguns momentos a ser arrastado. Como se ele tivesse enchendo linguiça demais para estar nos finalmente. Mas, tirando isso, a experiência por trás de uma das maiores marcas do mundo é recompensadora.
Casa Gucci estreou na última quinta-feira, dia 25 de novembro e está em cartaz em todos os cinemas do Brasil.