Bilheteria EUA: Star Wars: A Ascensão Skywalker despenca mais que o previsto!

Uma curiosidade: na América do Norte, as pessoas não costumam ter longas semanas de férias como nós em janeiro, pois afinal, para eles é inverno. Então, há alguns dias...

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Compartilhe: Tiago
Publicado em 8/1/2020 - 19h22


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Uma curiosidade: na América do Norte, as pessoas não costumam ter longas semanas de férias como nós em janeiro, pois afinal, para eles é inverno. Então, há alguns dias de folga para os festejos do Natal e do Ano Novo, mas logo nos primeiros dias de janeiro os adultos retornam ao trabalho e os jovens retornam para a escola/universidade. As férias de quem mora nesses países é em julho, quando lá é verão.

 

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Isso costuma ter um efeito nos principais blockbusters de fim de ano: eles alcançam números excelentes no período que vai dos dias imediatamente anteriores ao Natal até o Ano Novo, sofrendo em seguida quedas consideráveis. Para se ter uma ideia, o faturamento alcançado por longas como os três Star Wars da Disney lançados em dezembros anteriores e os filmes da Terra-Média de Peter Jackson entre os dias 23 de dezembro e 1º de janeiro  representa entre 33% e 39% do que veio a ser sua bilheteria final.

 

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Ou seja, para A Ascensão Skywalker, o período de bonança acabou, e sua trajetória a partir de agora será muito mais difícil. 

 

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O longa arrecadou mais US$ 34,5 milhões em seu terceiro fim de semana nos EUA/Canadá e agora tem um total de US$ 451,5 milhões. Com isso, o Episódio IX efetivamente ultrapassou os colegas de Disney Toy Story 4 e Frozen II para se tornar o terceiro maior filme de 2019 na bilheteria americana, atrás apenas dos também distribuídos pela Casa do Mickey O Rei Leão (US$ 543 milhões) e Vingadores: Ultimato (US$ 858 milhões).

 

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Em uma primeira análise, A Ascensão Skywalker está indo bastante bem. Após sua estreia decepcionante há duas semanas, o longa conseguiu recuperar-se durante justamente os feriados de fim de ano, e agora é o 8º filme que mais rápido conseguiu ultrapassar a marca dos US$ 450 milhões na bilheteria americana, tendo atingido este feito em seu 17º dia em cartaz. Trata-se do mesmo período que o primeiro Os Vingadores precisou para chegar lá, e olha que o blockbuster de 2012 da Marvel estreou com quase US$ 30 milhões a mais que A Ascensão Skywalker, o que mostra o poder das imensas bilheterias nos dias do fim de ano (o filme de Joss Whedon estreou em maio).

 

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Como comparação, seus antecessores O Despertar da Força e Os Últimos Jedi precisaram de respectivamente 9 e 14 dias em cartaz para bater a marca, ao passo em que Rogue One só chegou lá após 20 dias. Finalmente Avatar e Titanic, os dois outros únicos filmes a estrearem em dezembro e superarem a marca dos US$ 450 milhões nos EUA sem ajustar pela inflação, levaram bem mais tempo: 28 dias para a ficção científica sobre os Na’Vi e nada menos que 81 dias para o romance de Jack e Rose. 

 

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Claro, este é um ranking que deve ser posto em perspectiva. Sim, Os Últimos Jedi precisou da metade do tempo gasto por Avatar para superar os US$ 450 milhões, porém eventualmente o premiado filme de James Cameron acabou não apenas alcançando como também superando o rival: no fim das contas, os Na’Vi saíram de cartaz com US$ 749,7 milhões (sem contar um relançamento oito meses após a estreia), enquanto os Jedi encerraram a carreira com US$ 620 milhões. 

 

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E por quê? Simples: enquanto Avatar ainda foi o blockbuster mais comentado mesmo semanas após o Ano Novo, Os Últimos Jedi precisou enfrentar reações negativas na internet e a concorrência com longas mais leves e bem menos controversos, como Jumanji: Bem-Vindo à Selva, O Rei do Show e As Aventuras de Paddington 2. E é provável que a carreira em janeiro de A Ascensão Skywalker siga mais o padrão de seu antecessor do que o do filme de James Cameron.

 

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O Episódio IX, afinal, decaiu nada menos que incríveis 52,3% em seu terceiro fim de semana comparado com o segundo, o que é bem mais do que o desejável para o longa. Comparações com o Episódio VIII e Rogue One não são exatamente justas, pois seus terceiros fins de semana ocorreram pouco antes do Ano Novo, bem na época do período de bonança que mencionei (eles caíram respectivamente 27% e 22,5% em comparação com a segunda semana). No entanto, os terceiros fins de semana de outros longas de fantasia de Natais passados, como a trilogia O Senhor dos Anéis, Aquaman, O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos e o próprio O Despertar da Força também caíram após o Ano Novo, e tais filmes não despencaram da mesma forma que A Ascensão Skywalker, com todos eles obtendo quedas entre 40% e 49%.

 

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Ou seja, o autoproclamado “encerramento da saga Skywalker” tem um futuro sombrio pela frente. Caso desempenhe de agora em diante como A Batalha dos Cinco Exércitos, sai de cartaz com US$ 524 milhões, enquanto uma performance similar à de Os Últimos Jedi o leva a US$ 541 milhões – em ambos os casos, o longa não conseguiria ultrapassar O Rei Leão e assumir a medalha de prata da bilheteria americana em 2019. Já estabelecendo uma comparação com outros blockbusters de estatura parecida que não estrearam em dezembro, Vingadores: Era de Ultron e o próprio Rei Leão tiveram quedas similares na terceira semana, portanto, caso desempenhe igual a um deles, A Ascensão Skywalker pode sair de cartaz entre US$ 555 milhões e US$ 569 milhões.

 

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Portanto, a grosso modo, podemos estabelecer que o Episódio IX terminará sua carreira com uma bilheteria final nos EUA entre US$ 530 milhões e US$ 570 milhões. Em nenhum dos casos o filme chegaria perto de alcançar seu antecessor, Os Últimos Jedi, mas ao menos ele superaria Rogue One (US$ 532 milhões) e O Rei Leão (US$ 543 milhões) para se tornar respectivamente a terceira maior bilheteria da franquia espacial nos EUA sem ajustar pela inflação e o segundo maior filme de 2019.

 

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Caso o longa consiga chegar ao menos até os US$ 540 milhões, então será o sétimo filme da icônica saga em valores ajustados. Isso significa que ele terá vendido menos ingressos que a trilogia original dos anos 1970 e 1980, A Ameaça Fantasma e os Episódios VII e VIII, porém ao menos vai ter levado mais gente aos cinemas na América do Norte do que Rogue One, A Vingança dos Sith, Ataque dos Clones e, claro, o fiasco Han Solo.

 

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Já na bilheteria internacional A Ascensão Skywalker acrescentou mais US$ 50,5 milhões em 53 países, ficando em primeiro lugar no ranking do fim de semana na Europa Ocidental e no Japão – os melhores territórios para a saga afora os EUA. No total, o longa já arrecadou US$ 470 milhões internacionalmente. Ele deve superar os US$ 523 milhões fora dos EUA de Rogue One, mas talvez não os US$ 712 milhões de Os Últimos Jedi.

 

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Assim, o Episódio IX chegou a US$ 920 milhões após 18 dias em cartaz (considerando que ele estreou na quarta, dia 18 de dezembro, em alguns países). Como comparação, Os Últimos Jedi bateu a marca do bilhão em 17 dias, enquanto O Despertar da Força precisou de apenas 12 para atingi-la. Rogue One levou mais de um mês, mas não creio que A Ascensão Skywalker precisará de tanto tempo assim, possivelmente até a próxima sexta o filme já será bilionário.

 

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Considerando que ele manterá a proporção até o momento entre bilheteria americana e internacional, creio que podemos imaginar que o longa terminará sua carreira com entre US$ 1.07 bilhão e US$ 1.16 bilhão. Sim, ele vai ficar bem longe de Os Últimos Jedi e também de Frozen II (ambos com mais de US$ 1.3 bilhão), o que significa que, na melhor das hipóteses, A Ascensão Skywalker será a quarta maior bilheteria global de 2019. Caso o filme falhe em sequer alcançar US$ 1.13 bilhão, então ele será o sexto maior longa do ano passado globalmente, atrás também de Homem-Aranha: Longe de Casa e Capitã Marvel.

 

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Descontando Han Solo, nunca nenhum longa da saga espacial ficou abaixo da quarta posição no ranking global de um determinado ano. Aliás, os únicos que não foram as maiores bilheterias globais de seus respectivos anos foram Ataque dos Clones (quarto lugar em 2002, atrás de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres, Harry Potter e a Câmara Secreta e Homem-Aranha), A Vingança dos Sith (segundo lugar em 2005, atrás de Harry Potter e o Cálice de Fogo) e Rogue One (segundo lugar em 2016, atrás de Capitão América: Guerra Civil).

 

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Mas se até os americanos estão tendo dificuldades em aceitar o que J.J. Abrams e sua equipe prepararam para o encerramento da saga, que dirá do público estrangeiro, hoje mais preocupado com o Universo Cinematográfico da Marvel, Velozes & Furiosos e o que quer que a DC decida lançar.




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