Bilheteria Brasil: Doutor Sono tem estreia péssima!

Já há quase um mês em cartaz, Malévola: Dona do Mal não dá sinais de que vai arredar o pé da liderança das bilheterias brasileiras. Mas também, com poucas...

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Já há quase um mês em cartaz, Malévola: Dona do Mal não dá sinais de que vai arredar o pé da liderança das bilheterias brasileiras. Mas também, com poucas opções de filmes familiares em em cartaz e nenhuma das novas estreias empolgando muito o público, o longa tem reinado sozinho sobre os concorrentes, e vai se estabelecendo, juntamente com o histórico Coringa, como um dos maiores sucessos do último trimestre de 2019.

Enfim, a segunda aventura da fada de Angelina Jolie faturou mais R$ 7,2 milhões e levou outras 415 mil pessoas aos cinemas em seu quarto fim de semana em cartaz no Brasil. No total, o longa possui ótimos R$ 66,8 milhões de bilheteria e um público de 4,1 milhões. Trata-se do oitavo maior faturamento de 2019 no país, atrás de Vingadores: Ultimato, O Rei Leão, Capitã Marvel, Coringa, Toy Story 4, Homem-Aranha: Longe de Casa e Aladdin. 

Além disso, o filme faturou mais no Brasil que outros blockbusters de fantasia, incluindo Star Wars: Os Últimos Jedi e os dois filmes da saga Animais Fantásticos. E nas próximas semanas Dona do Mal possivelmente ultrapassará a bilheteria brasileira do primeiro Malévola, que arrecadou R$ 74,2 milhões em 2014 – e, quando isso ocorrer, o longa será a quarta maior fantasia da Disney baseada em suas animações, atrás apenas de Aladdin e os monstros de bilheteria A Bela e a Fera e O Rei Leão.

Até o momento, o filme tem tido um desempenho (em termos de vendas de ingressos a cada fim de semana e quedas) bastante similar ao de Alice no País das Maravilhas em 2010. Caso continue se segurando tal como o filme dirigido por Tim Burton, Dona do Mal vai sair de cartaz tendo vendido em torno de 5,26 milhões de ingressos, superando Aladdin, porém atrás do primeiro Malévola, que teve um público gigantesco de quase 5,8 milhões de pessoas. No entanto, afora Dora e a Cidade Perdida e algumas animações menores, Dona do Mal não vai ter concorrência muito forte entre longas para o público infanto-juvenil por mais um bom tempo, no mínimo até a chegada de Jumanji: Próxima Fase no início de dezembro. Portanto, seu público pode acabar sendo bem mais próximo do de seu antecessor do que o esperado.

Falando em filmes familiares, A Família Addams tem enfrentado difícil concorrência com o blockbuster estrelado por Angelina Jolie e faturou mais R$ 4,7 milhões e vendeu mais 282 mil ingressos em seu segundo fim de semana, superando por pouco o público de Coringa. No total, a simpática animação possui pouco menos de 800 mil ingressos vendidos. O longa vai superar o público de outros desenhos recentes não produzidos pela Disney, como O Parque dos Sonhos, Angry Birds 2: O Filme e Abominável, e com um pouco de sorte talvez alcance Pokémon: Detetive Pikachu (1,14 milhão de ingressos). Ainda assim, em 2019, claramente a disputa pelo público familiar foi vencida pela Disney, e com folga, haja vista a titânica bilheteria de O Rei Leão e a dominância de Malévola: Dona do Mal sobre seus concorrentes.

Enquanto isso, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio despencou nas bilheterias brasileiras. O filme faturou mais R$ 3,4 milhões e levou outras 199 mil pessoas aos cinemas em seu segundo fim de semana. Trata-se de uma queda gigantesca de nada menos que 47% em relação à sua estreia. Como comparação, os filmes anteriores da franquia Gênesis e A Salvação haviam vendido mais ingressos em seus segundos finais de semana (453 mil e 263 mil respectivamente) e caído menos em comparação com a estreia (30,5% e 35%).

Até o momento, Destino Sombrio alcançou um público de quase 755 mil pessoas, bem abaixo dos de seus predecessores após duas semanas em cartaz, porém similar ao de Alita: Anjo de Combate, outra ficção científica deste ano que também contou com pesado envolvimento de James Cameron na produção. Dessa forma, o sexto Exterminador pode até ultrapassar a marca do 1 milhão de ingressos vendidos, mas certamente será o menor público de sua franquia no país – com exceção do primeiro, cujos dados de sua performance no Brasil são desconhecidos.

Na quinta colocação, a maior estreia da semana foi o terror baseado numa obra de Stephen King Doutor Sono. Faturando R$ 2,3 milhões e levando cerca de 129 mil pessoas aos cinemas, o filme obteve uma abertura muito inferior à de outros filmes de terror de grandes estúdios recentes, como Um Lugar Silencioso, Annabelle 3 e até mesmo outras adaptações do famoso escritor americano. Claro, competir com os dois blockbusters da série It seria difícil, porém a abertura de Doutor Sono conseguiu ser menor até mesmo que a de Cemitério Maldito (quase 200 mil ingressos) em maio deste ano – e olha que tal longa estava competindo com Vingadores: Ultimato e a estreia de Detetive Pikachu. 

Tanto no Brasil como nos EUA e no mundo todo a bem recebida sequência do clássico literário e cinematográfico O Iluminado atraiu um público bem abaixo do esperado. Por aqui, Doutor Sono não deve sequer alcançar os 400 mil ingressos caso tenha uma performance similar à de Cemitério Maldito (que tem quase uma hora a menos de duração que o longa estrelado por Ewan McGregor). Claro, o filme pode até ter bom boca a boca e surpreender nas próximas semanas. No entanto, dificilmente o público em geral irá se interessar por um longa de horror de duas horas e meia que continua a história de um filme que, apesar de importante na história do Cinema, hoje é lembrado principalmente pelos cinéfilos mais apaixonados por obras antigas e diretores cult, como é o caso de Stanley Kubrick.

Outra importante estreia da semana foi o suspense sul coreano Parasita, um dos longas mais elogiados de 2019 e desde já favoritíssimo na corrida pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Ele faturou cerca de R$ 502 mil e levou pouco menos de 24 mil pessoas aos cinemas. É um resultado bastante respeitável para um longa de nicho e, exibido em apenas 64 salas em todo o país, Parasita conquistou uma média de espectadores por sala superior à Doutor Sono, Destino Sombrio e A Família Addams.

Em sétimo lugar, outro filme estrangeiro, no caso a comédia argentina A Odisseia dos Tontos, que faturou R$ 472 mil e levou 23 mil pessoas aos cinemas em sua segunda semana, para um total de R$ 1,35 milhão de bilheteria e 68 mil ingressos vendidos. Claramente os longas com o astro hermano Ricardo Darín possuem um público fiel no Brasil.

Na oitava posição, a estreia de Cadê Você, Bernadette?, uma comédia com queridinhos dos cinéfilos na direção (Richard Linklater, responsável pelo premiado Boyhood: Da Infância à Juventude) e no elenco (Cate Blanchett, Kristen Wiig, entre outros). Porém, mesmo com tanto talento o filme ainda foi recebido com críticas medianas e bilheteria fraca, inclusive no Brasil: R$ 370 mil de faturamento e 15 mil ingressos vendidos.

Finalmente, nas últimas posições do top 10, dois longas em suas terceiras semanas: Zumbilândia: Atire Duas Vezes arrecadou mais R$ 241 mil e vendeu 14 mil ingressos, e Downton Abbey faturou R$ 306 mil e levou quase 13 mil pessoas aos cinemas. No entanto, o segundo filme da franquia de zumbis tem ao todo quase o dobro da bilheteria da adaptação da série inglesa e já levou quase 280 mil pessoas aos cinemas, enquanto o drama de época tem apenas 90 mil ingressos vendidos.

Bilheteria Brasil de 07/11/2019 a 10/11/2019: