Aves de Rapina tem uma das piores estreias da história da DC

As Aves de Rapina não alçaram voo neste fim de semana. O mais novo longa do DC Extended Universe decepcionou nas bilheterias americanas e mundiais, faturando apenas US$ 33...

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Compartilhe: Tiago
Publicado em 11/2/2020 - 16h26


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As Aves de Rapina não alçaram voo neste fim de semana. O mais novo longa do DC Extended Universe decepcionou nas bilheterias americanas e mundiais, faturando apenas US$ 33 milhões na América do Norte e terríveis US$ 46.5 milhões fora de lá, a estreia global do longa foi de míseros US$ 79.5 milhões. Sim, Aves de Rapina arrecadou menos no mundo todo do que Coringa e Mulher-Maravilha faturaram apenas nos EUA em seus respectivos fins de semana de estreia. Que fiasco…

 

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Na bilheteria americana, Aves conquistou um dos piores fins de semana de estreia para uma adaptação da DC, e aliás, para um longa baseado em quadrinhos de grande porte, da história. Foi uma abertura menor que as de todos os longas anteriores do DCEU, roubando do também decepcionante Shazam! o posto de menor fim de semana de estreia para um longa da combalida franquia. Sua abertura foi inferior inclusive a longas que não foram exatamente bem sucedidos nas bilheterias, como Watchmen (US$ 55 milhões), Lanterna Verde (US$ 53,1 milhões) e Superman: O Retorno (US$ 52 milhões).

 

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Aliás, sem nem sequer ajustar pela inflação, foi uma abertura menor que a dos quatro filmes do Batman dos anos 80 e 90: US$ 40,4 milhões para o primeiro, US$ 45,6 milhões para O Retorno, US$ 52,7 milhões para Eternamente e US$ 43 milhões para o infame Batman & Robin. De um modo geral, esta é a menor abertura para um longa em live action da DC desde o hoje esquecido Jonah Hex, lançado há quase dez anos (!).

 

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Muitos podem argumentar que o longa tem uma escala (e orçamento) menores do que um Aquaman ou um O Homem de Aço da vida, e isso de fato é verdade. A um custo de produção de cerca de US$ 85 milhões, Aves de Rapina pode ser lucrativo caso chegue nos números globais de MIB: Homens de Preto – Internacional ou X-Men: Fênix Negra (pouco mais de US$ 250 milhões). Porém, sua péssima abertura neste fim de semana coloca até isso em risco, considerando que, ao contrário dos dois fiascos do ano passado, Aves não deve chegar à China (atualmente lidando com o surto de Coronavírus, e aliás Esquadrão Suicida nem foi lançado lá).

 

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Mas como isso foi acontecer? Afinal, o filme recebeu ótimas críticas, ostentando uma boa cotação no Rotten Tomatoes de 81%, com uma nota média de 6,77 em 10 – números superiores aos de Aquaman, O Homem de Aço e mesmo do indicado ao Oscar de Melhor Filme Coringa. Bem, para começar, o público está gostando do longa na mesma medida que Esquadrão Suicida, com um B+ no CinemaScore. Mas esse não é o único problema. A Warner, na verdade, cometeu três pecados capitais, que deixaram o destino de Aves muito mais sombrio.

 

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Primeiro, a data de estreia. De fato, no primeiro fim de semana de fevereiro em anos anteriores, a Warner já fez sucesso com as animações Uma Aventura Lego e Lego Batman. No entanto, estes são longas infantis, enquanto, no fim de semana seguinte, é feriado nos EUA de Dia dos Presidentes, que já serviu de data de lançamento para muitos filmes de quadrinhos pouco convencionais e violentos (o primeiro Deadpool, Motoqueiro Fantasma, Kingsman: Serviço Secreto, Constantine), longas proibidos para menores (Cinquenta Tons de Cinza) e, claro, o mega sucesso Pantera Negra

 

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Se a WB tivesse optado por estrear o filme na semana que vem, durante o Dia dos Presidentes, não apenas Aves de Rapina teria uma abertura de 4 dias, como também ganharia distância entre si próprio e a cerimônia do Oscar, afora os também violentos filmes de ação Bad Boys para Sempre e 1917. O que nos traz ao segundo problema: sua classificação para maiores de idade.

 

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Claro, observando o sucesso que a Fox obteve com os dois filmes do Deadpool e Logan, e querendo distanciar-se do Universo Cinematográfico da Marvel (ainda mais agora que a Fox pertence à Disney), é natural que a DC prefira apostar em longas mais ousados e proibidos para menores, tornando este seu diferencial. E é saudável para a indústria que a WB tenha dado liberdade a cineastas como Todd Phillips e Cathy Yan (diretora de Aves) para fazerem o filme que desejassem com suas propriedades da DC. Dito isso, lançar Aves como um filme para maiores provou ser um tiro no próprio pé do estúdio, e um erro estratégico colossal.

 

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Veja, atualmente existem poucas opções de filmes para todas as idades em cartaz (o que explica a presença do desastre Dolittle no top 5 americano do fim de semana até hoje), enquanto, entre filmes para maiores, a concorrência está particularmente forte. Bad Boys para Sempre saiu-se melhor do que o esperado e pode figurar como uma das maiores bilheterias de 2020, enquanto 1917 alcançou excelente bilheteria para um drama de guerra. E isso sem falar no futuro O Homem Invisível

 

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Caso Aves tivesse estreado durante o feriado, e tivesse uma censura PG-13 (a mesma dos filmes do MCU e da maioria dos da DC), poderia se destacar em meio a um mar de filmes adultos. Em outubro de 2018, fãs choramingaram na internet por Venom não ter sido proibido para menores, mas foi justamente isso que o permitiu ser extremamente bem sucedido nas bilheterias, ao ser o único blockbusters que crianças e adolescentes (que curtem o simbionte tanto quanto o “trintão” que lê quadrinhos há décadas) em meio a competidores como Nasce Uma Estrela, O Primeiro Homem e Halloween.

 

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Tudo isso para agradar uma pequena, porém barulhenta, parte da internet que crê que longas de quadrinhos precisam ser os mais violentos possível. No entanto, a WB deixou de fora milhões de garotas adolescentes que adoram a anarquia da Arlequina tanto quanto os meninos gostam do Deadpool e do Venom. 

 

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No fim das contas, todos esses problemas pudessem ser superados caso a Warner não tivesse cometido um último e crucial erro: ter exibido o filme para os críticos a apenas uma semana de sua abertura. O estúdio deveria ter compreendido que, para a maioria do público em geral (não os nerds barulhentos da internet), a última vez que a Arlequina apareceu nas telas do cinema foi em Esquadrão Suicida, considerado um dos piores filmes da última década e motivo de vergonha para o estúdio.

 

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Para superar essa desconfiança, uma vez que o estúdio percebesse que o longa era de boa qualidade, a melhor estratégia seria exibi-lo com antecedência para os críticos, a fim de que o boca a boca positivo para o longa se espalhasse pela internet, o que se refletiria nas vendas de ingressos antecipadamente. Seria uma estratégia similar a Aquaman: sabendo que a última vez que o público viu o herói dos mares foi no fiasco Liga da Justiça, a WB realizou pré estreias alguns dias antes da abertura oficial, no início de dezembro de 2018, para gerar antecipação. Coringa foi exibido no Festival de Veneza e já gerava falatório na internet mais de um mês antes de sua estreia (incluindo uma ridícula especulação de que o longa era “perigoso” e poderia inspirar tiroteios em cinemas), levando a uma abertura turbinada ao redor do mundo.

 

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No entanto, as críticas de Aves saíram a poucos dias antes da estreia, sem dar tempo para construir qualquer tipo de antecipação, qualquer boca a boca, nada. Quem compareceu ao longa neste fim de semana foi apenas quem já estava no hype pelo filme – como a WB viu, não é tanta gente quanto eles gostariam.

 

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Talvez ocorra aqui uma situação similar a Mulher-Maravilha: abertura inferior, porém uma longa e frutífera carreira nas bilheterias. Caso isso ocorra, Aves sairia de cartaz com cerca de US$ 133 milhões nos EUA e US$ 313 milhões globalmente. Mas, para isso, o filme precisaria de um boca a boca excepcionalmente positivo. Uma previsão mais realista seria que o filme desempenhasse como Uma Aventura Lego 2 ou John Wick: Um Novo Dia Para Matar, que também estrearam no início de fevereiro com uma bilheteria na casa dos US$ 30 milhões. Caso isso ocorra, Aves sai de cartaz com pouco mais de US$ 100 milhões na bilheteria americana e (mantendo a atual proporção entre bilheteria americana e estrangeira) US$ 252 milhões global.

 

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Já uma perspectiva pessimista seria que o longa desempenhasse como as sequências de Cinquenta Tons e saísse de cartaz com fracos US$ 83,1 milhões e pouco mais de US$ 200 milhões globalmente. Tudo vai depender se o filme foi tão bem quisto pelo público quanto foi pela crítica e tiver bom boca a boca. Ao menos a competição será fraca até a chegada de O Homem Invisível.

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E você, foi assistir Aves de Rapina? O que achou? Comente com a gente.

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