Quais foram os maiores fracassos de bilheteria de 2022?
Apesar dos diversos sucessos, 2022 também trouxe uma série de fracassos históricos e humilhantes para Hollywood. Saiba quais são eles.
2022 foi um ano de recuperação para Hollywood nas bilheterias. Foi a primeira vez desde antes da pandemia que os estúdios mantiveram um calendário consistente de candidatos a blockbuster. Porém, o ano também trouxe uma série de desastres caríssimos para a indústria – e, em especial, para a Disney.
Saiba quais foram os maiores fracassos de bilheteria de 2022!
1 – Mundo Estranho
Estúdio: Walt Disney
Rendimentos: US$ 120 milhões
Gastos: US$ 317,4 milhões
Prejuízo: -US$ 197,4 milhões
O maior desastre do ano foi esta animação da Disney, que falhou em encantar o público e a crítica, e ainda foi alvo de polêmicas por trazer como um dos protagonistas um personagem abertamente homossexual.
O longa arrecadou ao todo míseros US$ 37,9 milhões nas bilheterias americanas (menos do que Encanto fez nos cinco dias do feriado de Thanksgiving em 2021, e olha que tal longa não é nenhum exemplo de sucesso nas bilheterias) e US$ 35,6 milhões fora da América do Norte, resultando em um total global de apenas US$ 73,5 milhões. Desse total, US$ 35 milhões ficaram com a Disney e o restante com os exibidores. Somado com mais US$ 30 milhões em home entertainment e US$ 55 milhões em vendas para televisão e streaming, o filme rendeu ao todo US$ 120 milhões para a empresa.
Mas isso não foi o suficiente para cobrir os absurdos custos de produção (US$ 180 milhões) e marketing (US$ 90 milhões) do filme. No total, a Disney gastou nada menos que US$ 317,4 milhões com Mundo Estranho, o que significa que ele deu um prejuízo de quase US$ 200 milhões.
É o maior fracasso de bilheteria do ano passado, e a Disney segue sem conseguir lançar uma animação realmente bem sucedida nos cinemas desde Frozen II.
2 – Amsterdam
Estúdio: New Regency/Disney
Rendimentos: US$ 63 milhões
Gastos: US$ 171,4 milhões
Prejuízo: -US$ 108,4 milhões
Com um elenco lotado de estrelas (incluindo a Arlequina Margot Robbie e o Batman Christian Bale, bem como John David Washington, Taylor Swift, Chris Rock, Anya-Taylor Joy e Rami Malek) sob a direção do renomado David O. Russell, Amsterdam tinha tudo para ser um dos principais competidores na última temporada de premiações.
Porém, a comédia dramática ambientada na época da Primeira Guerra Mundial não conseguiu agradar nem a crítica (apenas 32% no Rotten Tomatoes) e muito menos ao público: sua arrecadação foi de apenas US$ 14,9 milhões na bilheteria americana e US$ 16,2 milhões na internacional, resultando em US$ 31,1 milhões global (dos quais só US$ 13 milhões ficaram para a distribuidora).
Somando o total nos cinemas com o conquistado via home entertainment e streaming, a Disney faturou ao todo US$ 63 milhões com Amsterdam. Porém, gastou nada menos que US$ 171,4 milhões com ele, incluindo os US$ 80 milhões de produção e US$ 70 milhões de marketing – e olha que muitos artistas do elenco optaram por um cachê menor a fim de viabilizar a produção.
Com isso, o estúdio teve um prejuízo de US$ 108,4 milhões, o que foi piorado pela falta de indicações a prêmios relevantes. O único consolo para Amsterdam é que, como você vai ver aí embaixo, ele não foi a única comédia de época estrelada por Margot Robbie na lista dos maiores fracassos do ano passado.
3 – Lightyear
Estúdio: Pixar/Disney
Rendimentos: US$ 267 milhões
Gastos: US$ 373 milhões
Prejuízo: -US$ 106 milhões
Um spin-off de uma das melhores e mais lucrativas franquias animadas da história (Toy Story) seria garantia de salas cheias e recordes de bilheteria, certo? Não no caso de Lightyear. A animação da Pixar se viu envolta em polêmicas como a substituição do clássico dublador do personagem (Tim Allen por Chris Evans), inclusive aqui no Brasil (Guilherme Briggs por Marcos Mion), e um beijo entre duas mulheres que atraiu a ira dos mais conservadores.
Somado com uma recepção morna da crítica e o longa afundou rapidamente nas bilheterias, saindo de cartaz com US$ 118,3 milhões nos EUA e US$ 108,1 milhões na internacional, o que resulta num total global de US$ 226,4 milhões, dos quais US$ 112 milhões ficaram para a distribuidora.
Ao todo, a Disney (sim, ela mais uma vez) arrecadou US$ 267 milhões com Lightyear, incluindo os valores em home entertainment e streaming. Porém, gastou US$ 373 milhões para produzir e vender a animação, um valor que inclui US$ 200 milhões do custo de produção e US$ 110 milhões de marketing.
Isso resulta em um prejuízo de US$ 106 milhões para a Casa do Mickey, um valor deprimente para a primeira animação da Pixar lançada nos cinemas após a pandemia. De toda forma, o estúdio tentará de novo esse ano com Elementos, que será lançado em junho mas fará uma pré-estreia no Festival de Cannes em maio – o que indica grande confiança da Disney em receber boas críticas pelo filme. É uma boa estratégia, mas é extremamente arriscado abrir uma animação original, não baseada em nenhuma franquia, no mesmo dia do aguardadíssimo The Flash.
4 – Irmãos de Honra
Estúdio: Sony
Rendimentos: US$ 69 milhões
Gastos: US$ 158,2 milhões
Prejuízo: -US$ 89,2 milhões
Top Gun: Maverick foi um dos maiores blockbusters do ano passado, um gigantesco sucesso de público e crítica que faturou quase US$ 1,5 bilhão nas bilheterias globais. Mas ele não foi o único drama de ação sobre pilotos de jatos lançado em 2022. Ao contrário de Maverick, que conta uma história fictícia, este Irmãos de Honra foi produzido com a nobre ideia de dramatizar a vida de Jesse LeRoy Brown, o primeiro homem negro a ser treinado pela Marinha americana como aviador.
O longa foi um projeto de paixão para todos os envolvidos, incluindo a produtora Molly Smith, o ator Glenn Powell (que também esteve em Maverick) e o cineasta J.D. Dillard, cujo pai foi um piloto naval afro-americano. O estúdio não poupou despesas e desembolsou US$ 90 milhões com o longa, que veio a estrear durante o Festival de Toronto.
Infelizmente, nem isso nem a aclamação da crítica (81% no Rotten Tomatoes) foram o suficiente para atrair o público aos cinemas. O longa estreou em meio ao feriado de Ação de Graças, mas a audiência praticamente o ignorou em favor do blockbuster da Marvel Pantera Negra: Wakanda para Sempre. Ele saiu de cartaz com míseros US$ 21,7 milhões, dos quais US$ 9 milhões retornaram para a Sony. Somado com as vendas para home entertainment e streaming, bem como para distribuidoras locais de outros países (o que acabou sendo sua maior fonte de renda), o longa faturou para o estúdio US$ 69 milhões.
Como a empresa gastou US$ 158,2 milhões, acabou tendo um prejuízo de US$ 89,2 milhões com o filme. É uma pena, mas ao menos ele tem tudo para virar cult com o passar dos anos (isto é, se as polêmicas envolvendo seu protagonista Jonathan Majors não atrapalharem).
5 – Babilônia
Estúdio: Paramount
Rendimentos: US$ 75 milhões
Gastos: US$ 162,4 milhões
Prejuízo: -US$ 87,4 milhões
Outro filme bastante controverso, Babilônia (dirigido pelo ganhador do Oscar Damien Chazelle e estrelado por Margot Robbie e Brad Pitt) era uma das principais apostas da Paramount para a temporada de premiações. O longa trazia a história de vários artistas hollywoodianos nos primeiros anos do cinema lidando com a transição de filmes mudos para falados, fazendo um retrato cru e sem censura da época – o que inclui uso de drogas, orgias, diversas taras sexuais e até mesmo um elefante defecando.
Babilônia era tão explícito que os críticos ficaram divididos (56% no Rotten Tomatoes) e o público passou longe dos cinemas. A competição com Avatar: O Caminho da Água também não ajudou. Ele arrecadou US$ 63 milhões global (sendo US$ 15,3 milhões nos EUA e US$ 48 milhões fora), dos quais apenas US$ 25 milhões voltaram para a Paramount.
Ao todo, o longa trouxe apenas US$ 75 milhões para o estúdio, que em troca precisou bancar US$ 162,4 milhões de seus custos (incluindo os US$ 80 milhões do orçamento e US$ 60 milhões do marketing). Isso dá um prejuízo de US$ 87,4 milhões para a Paramount, que pensou que tinha em suas mãos um novo Era Uma Vez em Hollywood (que não coincidentemente também trazia Pitt e Robbie no elenco) apenas para ver o longa naufragar.
É o segundo fracasso consecutivo de Chazelle. Após vencer o Oscar de Melhor Direção por La La Land, o cineasta fez este filme e O Primeiro Homem, que também perdeu dinheiro para a Universal em 2018.
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[fonte: Deadline]