Os maiores sucessos e fracassos de bilheteria de 2024

O ano de 2024 foi marcado por bilheterias históricas e recordes quebrados, mas também por muitos desastres. Confira!

Os maiores sucessos e fracassos de bilheteria de 2024
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Compartilhe: Tiago
Publicado em 1/9/2024 - 16h00

Quantas vezes você foi ao cinema este ano? Se 2024 aparentava ser um ano mais fraco devido aos adiamentos causados pelas greves do ano passado, os numerosos (e históricos) sucessos de bilheteria deste ano mostraram, de novo, que, ao contrário do que Wall Street imaginava, o público segue sim com muita vontade de ir ao cinema. Desde que, claro, esteja passando algo que a audiência quer ver.


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Tal gosto parece ser muito restrito, mas na verdade a cada ano é provado que mesmo gêneros considerados “mortos” nos dias atuais podem voltar a serem bem sucedidos – que o diga o romance. Qualquer executivo de Hollywood que analisar os dados desse ano conseguirá extrair as lições certas e contribuir para que a indústria volte a ser saudável.

Confira os maiores sucessos e fracassos de bilheteria de 2024!

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Quais foram os maiores sucessos de bilheteria de 2024?

 

Divertida Mente 2

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Orçamento: US$ 200 milhões
Bilheteria global: US$ 1,66 bilhão

Depois de um 2023 desastroso, a Disney voltou com toda a força neste ano, em grande parte graças ao incrível sucesso de Divertida Mente 2. É a maior bilheteria da história para uma animação, superando os US$ 1,45 bilhão de Frozen II. Caso você considere o remake de 2019 de O Rei Leão (US$ 1,66 bilhão) como uma animação, não se preocupe: Divertida Mente 2 acaba de superá-lo também.

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Nos EUA (onde Divertida Mente 2 faturou US$ 650 milhões), o longa é a 11ª maior arrecadação da história e a maior para uma animação, batendo o recorde mantido por seis anos por Os Incríveis 2 (US$ 608 milhões). E em outros países o filme se tornou simplesmente o maior da história, seja live-action ou animado.

É o caso do Brasil, onde Divertida Mente 2 bateu a inédita marca dos 20 milhões de ingressos e ultrapassou o recorde de Vingadores: Ultimato (R$ 338 milhões/19,7 milhões de público). Atualmente o longa da Disney/Pixar, ainda em cartaz em umas poucas salas, se encontra com R$ 441 milhões e 22,3 milhões de pagantes nas salas nacionais.

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O filme alcançou uma receita acima do normal até para um blockbuster familiar por ter atraído o público de um modo geral, e não só pais com crianças. Sua trama, que trata de ansiedade e inseguranças da vida atual, fizeram o filme ressoar com audiências do mundo todo. A ansiedade, afinal, é um problema global e Divertida Mente 2 tratou este sentimento tão desagradável de um modo lúdico, divertido e envolvente para espectadores dos 8 aos 80 anos.

Deadpool & Wolverine

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Orçamento: US$ 200 milhões
Bilheteria global: US$ 1,26 bilhão

Tal como a Pixar, outra das poderosas marcas sob o controle da Disney que saiu desmoralizada de 2023 foi a Marvel. O desempenho razoável de Guardiões da Galáxia Vol. 3 acabou sendo eclipsado pelos fiascos de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, Invasão Secreta e, principalmente, As Marvelsa maior humilhação da história da franquia.

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Por conta disso e da greve, Deadpool & Wolverine acabou por se tornar o único filme da Marvel Studios de 2024. Felizmente para a Disney, o longa tornou-se um sucesso. Apesar de ser proibido para menores de idade, o filme não teve dificuldades em alcançar bilheterias recorde ao redor do mundo.

Tanto nos EUA/Canadá quanto globalmente, Deadpool & Wolverine é a maior bilheteria da história para um filme para maiores. Na América do Norte, o filme já tem US$ 600 milhões, superando sem muitas dificuldades o recorde mantido por 20 anos por A Paixão de Cristo (US$ 370 milhões). Na bilheteria global, os heróis desbocados da Marvel ultrapassaram o vilão da DC Coringa (US$ 1,08 bilhão em 2019).

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Então isso significa que a Marvel Studios está salva… Certo? Não tão rápido: um dos motivos pelo qual Deadpool & Wolverine alcançou um sucesso tão grande foi o fator nostalgia. Apesar de ser produzido pela Marvel Studios, o longa é estrelado por dois personagens que alcançaram popularidade sob a extinta 20th Century Fox, hoje comprada pela Disney mas até então concorrente do MCU.

Deadpool & Wolverine é uma celebração de personagens interpretados por atores que acabaram ofuscados quando o MCU concentrou toda a atenção do público. O longa tem forte apelo nostálgico por uma era do cinema de super-heróis anterior ao Universo Cinematográfico da Marvel. Embora imperfeitos, o MCU não existiria sem esses longas antes.

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Agora, tais personagens ajudaram a fazer de Deadpool & Wolverine o primeiro filme bilionário da Marvel desde Homem-Aranha: Sem Volta para Casa – outro que também se apoiava em nostalgia por longas (até então) fora do MCU. Enquanto isso, tentativas de emplacar novos heróis pertencentes ao próprio MCU até agora só renderam resultados frustrantes.

Em 2025, com um novo Capitão América que não é Steve Rogers, a equipe de anti-heróis Thunderbolts* e outro Quarteto Fantástico, o MCU não terá o auxílio da nostalgia para aumentar suas bilheterias. Será que o público estará disposto a dar uma chance às novas caras?

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Meu Malvado Favorito 4

Orçamento: US$ 100 milhões
Bilheteria global: US$ 914 milhões

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Acredite ou não, mas já fazem 14 anos desde que os Minions foram introduzidos ao mundo em Meu Malvado Favorito – e 11 anos desde que se tornaram sinônimos de bilheterias monstruosas com seu segundo filme (US$ 975 milhões em 2013, a terceira maior bilheteria daquele ano).

Assim, seria de se pensar que a franquia desse sinais de desgaste após tanto tempo e seis filmes lançados (incluindo os dois spin-offs dos Minions lançados em 2015 e 2022). Nada disso: mesmo enfrentando concorrência pesada com Divertida Mente 2, este quarto Meu Malvado Favorito já tem US$ 355 milhões nos EUA e US$ 914 milhões mundial.

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Analisando os números percebemos que, se a franquia demonstra algum sinal de desgaste após uma década e meia, é nos mercados internacionais. Em 2017, Meu Malvado Favorito 3 compensou uma performance mais fraca nos EUA (US$ 265 milhões) com um desempenho poderoso fora de lá (US$ 768 milhões, a maior bilheteria internacional para um filme familiar naquele ano, superando o remake de A Bela e a Fera), resultando num total global bilionário (US$ 1,03 bilhão).

Sete anos, uma pandemia e uma sequência dos Minions depois, Meu Malvado Favorito 4, a situação se inverteu: a bilheteria nos EUA cresceu para mais de US$ 350 milhões (34% a mais) enquanto a internacional caiu para US$ 559 milhões (queda de 27%).

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Até que ponto isso deve ser um sinal de preocupação para a franquia que fez a fama da Illumination? Não muito, desde que o estúdio e a Universal mantenham os orçamentos baixos. Todos os longas da franquia custaram entre US$ 70 milhões e US$ 100 milhões, uma fração do que a Disney gasta com suas animações. Além disso, a receita vinda de licenciamento dos Minions é bastante substancial.

Tanto é que a Universal já agendou um terceiro Minions para junho de 2027. Isso mostra que o estúdio ainda confia na franquia para entregar somas vultosas, ao menos no momento.

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Duna: Parte Dois

Orçamento: US$ 190 milhões
Bilheteria: US$ 711 milhões

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Com US$ 282,1 milhões na bilheteria americana e US$ US$ 428 milhões na internacional, Duna: Parte Dois finalizou com US$ 711 milhões globalmente, um crescimento de quase 80% em relação à Parte Um (que, para ser justo, estreou ainda em meio à pandemia, e simultaneamente na HBO Max).

Por diversos meses, Duna: Parte Dois carregou sozinho o posto de “único blockbuster de 2024”, até a chegada dos hits do verão norte-americano.

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Assim, não é surpresa que um terceiro Duna esteja sendo preparado, novamente reunindo o diretor Denis Villeneuve e sua equipe.

Boa bilheteria, orçamento razoável

 

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Godzilla e Kong: O Novo Império

Orçamento: US$ 135 milhões
Bilheteria global: US$ 568 milhões

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Provando que seu estúdio não precisa gastar mais de US$ 200 milhões para ter monstros gigantes se digladiando nas telas do cinema, Godzilla e Kong: O Novo Império conseguiu o feito de se tornar a maior bilheteria do chamado Monsterverse apesar de ter o menor orçamento de sua franquia.

Para quem não sabe, o Monsterverse é a franquia kaiju da Warner Bros/Legendary, que começou há dez anos com o novo reboot americano de Godzilla (US$ 530 milhões a um custo de US$ 160 milhões) e continuou com Kong: A Ilha da Caveira (US$ 560 milhões/US$ 185 milhões em 2017, até então o maior hit da saga), Godzilla II: Rei dos Monstros (US$ 383 milhões/US$ 170 milhões em 2019, o único flop da franquia), Godzilla vs Kong (US$ 450 milhões/US$ 155 milhões em 2021) e agora este O Novo Império.

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Curiosamente, há três anos Godzilla vs Kong acabou por se tornar o grande salvador das salas de cinema. Na época, o mundo ainda vivia a pandemia de Covid 19, que fechou os cinemas ao redor do mundo e levou muitos filmes a serem adiados ou enviados direto para o streaming. O próprio Godzilla vs Kong saiu simultaneamente na HBO Max, porém mesmo assim foi o primeiro blockbuster em um ano a contar com grande distribuição global que priorizasse as salas de cinema.

Tendo arrecadado US$ 450 milhões ao redor do globo (incluindo quase US$ 190 milhões na China), Godzilla vs Kong fez a indústria do cinema respirar aliviado. Pode-se dizer que os dois monstros pavimentaram o caminho para futuros sucessos daquele ano, como Velozes & Furiosos 9, Venom: Tempo de Carnificina, 007: Sem Tempo para Morrer e Homem-Aranha: Sem Volta para Casa.

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Agora em 2024 o lagarto e o gorila gigante mais uma vez foram encarregados de salvar Hollywood – dessa vez não de uma tragédia de saúde pública mas sim de sua própria estupidez. A ganância e o desespero dos executivos em ter seus próprios serviços de streaming e agradarem a acionistas míopes de Wall Street levou às greves de 2023 que paralisaram a indústria por meses. Com muitos filmes mais uma vez adiados, Godzilla e Kong foi obrigado a ser o único blockbuster em cartaz durante semanas a fio.

Missão dada, missão cumprida: O Novo Império tornou-se o maior e mais lucrativo sucesso do Monsterverse apesar das críticas ruins. Esperemos que, quando a franquia voltar às telas, não seja encarregada de carregar sozinha as bilheterias nas costas novamente.

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Kung Fu Panda 4

Orçamento: US$ 85 milhões
Bilheteria: US$ 548 milhões

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Todo mundo sabe que a Disney é mestre em extrair a nostalgia do público por seus sucessos passados e faturar bilheterias bilionárias com isso. A DreamWorks, se não tem o mesmo poder com suas sequências de sucessos do passado (os três primeiros Kung Fu Panda foram lançados entre 2008 e 2016), ao menos mantém o custo de produção de tais filmes num patamar em que elas não precisam arrecadar quantias exorbitantes para se pagar.

Em 2019, Como Treinar o seu Dragão 3 saiu quase cinco anos após o segundo e nove desde o primeiro. Arrecadou US$ 521 milhões globalmente a um custo de US$ 130 milhões, menor que os de seus dois predecessores e foi tido como um sucesso (o segundo recebeu injustamente a pecha de fracasso, mesmo tendo arrecadado US$ 614 milhões com um orçamento de US$ 145 milhões).

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Agora em 2024 a DWA trouxe Kung Fu Panda de volta após 8 anos. Este quarto longa custou apenas US$ 85 milhões, menos do que os três anteriores. O primeiro e o segundo conseguiram arrecadar mais de US$ 600 milhões, o quarto não chegou tão longe mas, com um orçamento razoável, nem precisou disso.

Além disso, Kung Fu Panda 4 também encontrou um mercado que sentia falta de um grande blockbuster para crianças baseado numa marca conhecida. Os outros infantis a chegarem às telas nos meses anteriores eram todos originais (Elementos, Wish, Patos) lutando desesperadamente para atrair a atenção de pais que foram acostumados a só levarem os filhos para assistir franquias famosas, ou séries de menor expressão (Patrulha Canina). Assim, Kung Panda 4 tornou-se o único filme infantil a arrecadar mais de US$ 500 milhões globalmente desde Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e Super Mario Bros.: O Filme em meados de 2023.

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Dito isso, 2026 trará a estreia de Shrek 5, com a perspectiva de faturar uma bilheteria mais próxima da de Os Incríveis 2 e Divertida Mente 2 do que de Kung Fu Panda 4 e Como Treinar o seu Dragão 3. E com isso o reinado das franquias de décadas passadas sobre produções infantis vai seguir firme e forte…

Bad Boys: Até o Fim

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Orçamento: US$ 100 milhões
Bilheteria: US$ 402 milhões

Quase trinta anos após o primeiro Bad Boys e quatro anos e meio desde que o terceiro capítulo resgatou a franquia do limbo, este Até o Fim mostrou que a série de ação com Will Smith e Martin Lawrence ainda é capaz de atrair as multidões.

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A um custo de US$ 100 milhões, o longa arrecadou o quádruplo disso nas bilheterias globais. Antes de sua estreia, havia uma preocupação de se o famoso tapa de Will Smith em Chris Rock durante a Cerimônia do Oscar de 2022 iria afetar sua performance. No entanto, a renda de Bad Boys 4 sugere que a audiência já perdoou Smith e quer continuar vendo o ator na telona.

Um Lugar Silencioso: Dia Um

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Orçamento: US$ 67 milhões
Bilheteria: US$ 261 milhões

Spin-off/prequel dos dois longas lançados em 2018 e 2021, este Dia Um faturou um pouco menos (US$ 261 milhões contra US$ 335 milhões do primeiro e US$ 297 milhões do segundo) apesar de ter custado bem mais que Um Lugar Silencioso (US$ 17 milhões) e pouco a mais que a Parte 2 (US$ 61 milhões). Não chega a ser uma surpresa o orçamento mais elevado considerando que Dia Um se passa bem na cidade de Nova York em meio à invasão alienígena que começa a trama.

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Este terceiro Um Lugar Silencioso ainda foi um sucesso, afinal, arrecadou quase quatro vezes mais o que custou. Porém, deu azar de topar justo com Divertida Mente 2. Sim, um é um terror adulto e o outro uma comédia familiar, porém a animação da Pixar atraiu também os mais velhos por tratar de ansiedade e expectativas do mundo atual, um tema relevante também para quem já tinha deixado a infância para trás.

Esse embate acabou por testar os limites da franquia Um Lugar Silencioso. Porém, desde que futuros capítulos não aumentem muito mais os custos de produção, a série ficará bem.

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Garfield: Fora de Casa

Orçamento: US$ 60 milhões
Bilheteria: US$ 255,4 milhões

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Vinte anos após a primeira tentativa de levar o icônico felino laranja para as telas do cinema em um equivocado live-action no qual Bill Murray dublou o personagem, este Fora de Casa busca levar o Garfield para uma nova geração. Trazendo agora Chris Pratt como a voz do gato preguiçoso, o longa pode ter faturado menos que outros blockbusters animados, porém, a um orçamento responsável, ele não precisou ter bilheteria no nível de Divertida Mente 2 para dar lucro à Sony.

É Assim Que Acaba

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Orçamento: US$ 25 milhões
Bilheteria: US$ 284 milhões

Um dos maiores sucessos surpresa do ano, bem como uma das melhores histórias de 2024 nas bilheterias. É Assim que Acaba, um romance dramático baseado num romance de sucesso que aborda temas pesados como abuso doméstico, conquistou uma receita muito acima do normal para um longa do tipo, especialmente nos dias de hoje.

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O romance, afinal, era dado como um gênero morto nas telonas e que existia agora somente no streaming. Porém, no final de 2023 a comédia romântica Todos Menos Você foi um sucesso surpresa, com arrecadação de US$ 220 milhões a um custo de US$ 25 milhões.

É Assim que Acaba é mais pesado e menos bem humorado e teve sua parcela de polêmicas na internet. Porém, foi ainda mais bem sucedido do que Todos Menos Você, comprovando que o público continua tendo apetite para ver outras coisas que não sejam super-heróis, fantasia e multiversos.

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Em especial, o público feminino tem mostrado sua força, com um desejo de ver histórias relevantes e que não sejam apenas franquias de ação, fantasia e ficção científica com público alvo masculino remodeladas para atrair as mulheres com protagonistas femininas.

Isso significa que todo drama ou comédia romântica a partir de agora vão ser bem sucedidos? Não. Alguns que se seguirem aos sucessos de Todos Menos Você e É Assim que Acaba vão naufragar? Com certeza. Isso significa que, ao menor sinal de fracasso, Hollywood deve desistir? Claro que não.

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Afinal, filmes que não sejam blockbusters fantásticos e custem menos são tão ou mais importantes para a saúde da indústria do que somente os grandes hits de super-heróis.

Alien: Romulus

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Orçamento: US$ 80 milhões
Bilheteria: US$ 283 milhões

Um fato que muitos não sabem: qualidade à parte, a franquia Alien, icônica entre filmes de terror e ficção científica, não lança um longa inquestionavelmente bem sucedido com a crítica e público desde Aliens: O Resgate em 1986.

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Alien 3 e Alien: A Ressurreição tiveram resposta mista do público e da crítica (ainda mais nos anos 90, desde então sua reputação melhorou um pouco). Os dois Alien vs Predador também falharam em trazer vida nova à franquia. Ridley Scott voltou à franquia com a prequel Prometheus e se saiu razoavelmente bem na bilheteria (US$ 402 milhões a um custo de US$ 125 milhões). Cinco anos depois, porém, Alien: Covenant naufragou (US$ 238 milhões a um custo de US$ 97 milhões) e pôs fim à ideia de Scott de dirigir uma trilogia prelúdio para sua obra prima dos anos 70.

Este Alien: Romulus pelo menos saiu mais barato do que Covenant (US$ 80 milhões). Com isso, foi bem mais simples para que o longa se tornasse lucrativo. A grande pergunta é: isso será o suficiente para a Disney, agora dona do temível alienígena, investir em novos projetos na franquia?

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Deveriam ter se saído melhor dado o orçamento

 

Planeta dos Macacos: O Reinado

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Orçamento: US$ 160 milhões
Bilheteria: US$ 397 milhões

Uma das franquias que pertenciam à 20th Century Fox e agora fazem parte do Mundo Disney é a saga Planeta dos Macacos. Após uma série de filmes que se iniciou com o clássico de 1968 e um reboot controverso de 2001, a franquia foi ressuscitada em 2011 com a prequel Planeta dos Macacos: A Origem, que arrecadou US$ 470 milhões. Tal longa teve uma poderosa sequência que atingiu o incrível faturamento de US$ 710 milhões em 2014 e um terceiro filme concluindo a história de César, o macaco inteligente que se rebelou contra a raça humana, em 2017, cuja bilheteria foi bem menor: US$ 490 milhões.

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Sete anos depois, os símios estão de volta às telonas e, a julgar por sua bilheteria, não foi exatamente o retorno triunfal que a Disney desejava. Seus US$ 397 milhões são menos do que a trilogia de César, e insuficientes para dar lucro dado o custo de produção. Talvez sem o personagem interpretado por Andy Serkis a franquia tenha um teto menor nas bilheterias? Mais um motivo para não gastar tanto dinheiro assim na produção.

Twisters

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Orçamento: US$ 155 milhões
Bilheteria: US$ 357 milhões

Twisters é a continuação do icônico sucesso lançado em 1996 (ou seja, antes de que boa parte do público que vai aos cinemas hoje tenha sequer nascido). Esta sequência precisou de US$ 155 milhões para ser feita, o que significa que sua bilheteria global de US$ 357 milhões não foi o suficiente para que ele seja exatamente um blockbuster.

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Dito isso, há uma “pegadinha” aqui. Tal como o Twister de 96, Twisters teve seu custo dividido entre dois estúdios: a Warner Bros e a Universal. Dessa forma, a distribuição do longa nos EUA e Canadá ficou a cargo da Universal enquanto a Warner cuidou do lançamento nos territórios internacionais.

No entanto, tal acordo foi extremamente desfavorável para a Warner. Enquanto Twisters foi um grande sucesso nos EUA, onde arrecadou US$ 258 milhões (a quinta maior bilheteria do ano por lá), fora de lá sua arrecadação foi péssima: US$ 98,7 milhões. Ou seja, o apelo de Twisters fora dos Estados Unidos era bastante limitado, e com isso quem saiu prejudicada foi a Warner.

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Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

Orçamento: US$ 100 milhões
Bilheteria: US$ 201 milhões

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Já não é de hoje que a Sony tenta transformar os Caça-Fantasmas (hoje Ghostbusters inclusive no Brasil) em uma franquia poderosa. Houve um mal sucedido reboot em 2016 e depois uma nova tentativa em 2021 que conseguiu recuperar parte da boa vontade da audiência. Tal longa faturou US$ 203 milhões global a um custo de US$ 75 milhões, já sua sequência lançada este ano ficou com US$ 201 milhões em um orçamento de US$ 100 milhões.

Ou seja: enquanto os gastos aumentaram, a bilheteria global se manteve mais ou menos a mesma, com uma queda na bilheteria americana (US$ 130 milhões em 2021 contra US$ 113 milhões em 2024) sendo compensada por um leve porém insuficiente crescimento na internacional (US$ 74 milhões contra US$ 87 milhões).

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Além disso, as críticas recebidas por este Apocalipse de Gelo foram bem piores do que as de seu antecessor. Ou seja, essa nova tentativa da franquia se firmar podem ter parado por aqui.

Amigos Imaginários

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Orçamento: US$ 110 milhões
Bilheteria: US$ 185 milhões

Como você já sabe, filmes para a família que não sejam continuações ou pertençam à franquias famosas vão ter uma dura batalha para atraírem a atenção do público. E se seu filme for em live action isso é ainda mais difícil.

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A proposta de Amigos Imaginários é até nobre: uma comédia familiar de fantasia sobre os amigos inventados pelas crianças e o que acontece com eles quando elas crescem. No entanto, mesmo contando com Ryan Reynolds (o próprio Deadpool) no elenco, Amigos Imaginários sempre teria uma dura batalha para atrair a audiência.

Portanto, por si só sua bilheteria de US$ 185 milhões (US$ 111 milhões dos quais vieram dos EUA) não foi tão ruim considerando o momento atual vivido pela indústria. Não é exatamente um grande blockbuster, mas poderia ter sido muito pior.

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Porém, seu custo foi de US$ 110 milhões, o que significa que seu faturamento, conquistado à duras penas, não foi o suficiente para transformá-lo num hit. Pior: não é o bastante para que Hollywood continue investindo em ideias originais.

Os acionistas irão comparar a bilheteria de Amigos Imaginários com as de Divertida Mente 2 e Meu Malvado Favorito 4 e chegar à conclusão (correta) de que o público familiar só se importa com sequências de sucessos do passado. Filmes baseados em ideias originais deverão ser relegados ao buraco negro conhecido como streaming.

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Ainda assim, Hollywood precisa ter em mente que, para existir um Divertida Mente 2, foi preciso que os estúdios apostassem num primeiro Divertida Mente antes.

Guerra Civil

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Orçamento: US$ 50 milhões
Bilheteria: US$ 107 milhões

Do diretor Alex Garland, adorado entre a comunidade cinéfila por longas como Ex Machina e Aniquilação, este Guerra Civil tinha potencial para ser um dos longas mais explosivos de 2024. Lançado em pleno ano eleitoral nos EUA, o filme retrata uma guerra civil entre um autoritário presidente americano contra diversos grupos separatistas, levando o país a uma descida rumo ao inferno.

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Controverso e violento, uma bilheteria de US$ 106 milhões é ótima para um filme independente. Assim, é uma pena que este em específico tenha custado US$ 50 milhões. De toda forma, o cinema indie opera por regras diferentes do mainstream, com parte dos custos de produção sendo coberta pela venda do filme a distribuidoras internacionais.

Quais foram os maiores fracassos de bilheteria de 2024?

O Dublê

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Orçamento: US$ 125 milhões
Bilheteria: US$ 180,5 milhões

Uma comédia de ação estrelada por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê tem a distinção de ser o primeiro filme que não seja da Marvel em 18 anos a abrir a temporada de blockbusters de verão nos EUA.

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Entre 2007 e 2023 (excluindo, claro, os anos pandemias de 2020 e 2021), o longa a estrear no início de maio era sempre um blockbuster baseado nos quadrinhos da Marvel. Aliás, desde o início do século os únicos anos em que isso não ocorreu foi em 2000, 2001, 2004, 2005, 2006, 2020, 2021 e agora em 2024. No caso deste ano, a culpa foi da greve (totalmente evitável) dos roteiristas e atores, que acabou adiando a produção de vários filmes.

Enfim, este O Dublê é levemente baseado numa antiga série de TV, mas, para a maior parte da audiência, se trata de um filme “original”. E talvez seja por isso que sua bilheteria tenha sido insuficiente. Tal como no caso de Amigos Imaginários, um faturamento de US$ 180 milhões seria até decente nas atuais condições… se o filme não tivesse custado tão caro.

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Hollywood precisa acostumar o público a assistir no cinema filmes que não sejam ligados a franquias famosas. Mas também, ao apostar nesse tipo de longa, precisam gastar somas exorbitantes para não serem desestimulados a tentar de novo caso o filme fracasse.

Furiosa: Uma Saga Mad Max

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Orçamento: US$ 168 milhões
Bilheteria: US$ 172 milhões

Por mais aclamado pela crítica e premiado que tenha sido, Mad Max: Estrada da Fúria não foi exatamente um sucesso de bilheteria. Faturou US$ 368 milhões a um custo de US$ 150 milhões em 2015, menos do que outros filmes daquele ano como Kingsman: Serviço Secreto (US$ 404 milhões) e Terremoto: A Falha de San Andreas (US$ 456 milhões).

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Uma prequel ambientada no mesmo universo, com uma outra atriz interpretando Furiosa, era uma ideia extremamente arriscada. Afinal, se nem Star Wars sobreviveu a tal teste (o fiasco Han Solo, de 2018, foi o primeiro filme da franquia espacial a fracassar nas bilheterias), com Mad Max não seria diferente.

E não foi mesmo: a um custo de US$ 168 milhões (não muito longe do de Estrada da Fúria, sem considerar a inflação), Furiosa faturou somente US$ 172 milhões ao redor do globo, praticamente garantindo um imenso prejuízo para a Warner Bros. O estúdio, que vinha de uma fase excelente graças à Barbie, Duna: Parte Dois e Godzilla e Kong, não teve um único sucesso de bilheteria desde o encontro dos dois kaiju em março.

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No fim das contas, Furiosa é o típico projeto que a indústria fez mais pelo desejo artístico do que pela necessidade de manter as contas em dia.

Madame Teia

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Orçamento: US$ 80 milhões
Bilheteria: US$ 100,3 milhões

Transformado em motivo de piada na internet por sua baixa qualidade e diálogos risíveis, Madame Teia foi mais uma tentativa da Sony de produzir spin-offs baseados em coadjuvantes do Homem-Aranha nos quadrinhos, mas sem a presença do próprio herói.

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Pelo lado positivo, ao menos o estúdio não gastou uma soma exorbitante na produção de tal fiasco (diferentemente da Disney, que teve prejuízo de mais de US$ 200 milhões com As Marvels). Pelo negativo, os responsáveis esqueceram-se de lançar um filme minimamente decente. Ao menos parece que estão tomando mais cuidado com o futuro Kraven: O Caçador.

Como Vender a Lua

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Orçamento: US$ 100 milhões
Bilheteria: US$ 38 milhões

Lembra há alguns meses atrás quando as poderosas empresas de tecnologia por trás dos serviços de streaming estavam dispostas a lançar seus filmes no cinema antes das plataformas? Afinal, seria uma receita adicional e também uma forma de fazer propaganda dos streamers. Bem, isso parece ter chegado ao fim, graças ao fiasco de duas produções da Apple: a comédia de ação Argylle: O Superespião e este romance Como Vender a Lua.

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Este último precisou de nada menos do que US$ 100 milhões para ser feito, um valor completamente absurdo para um drama romântico. Sua bilheteria foi de menos de US$ 40 milhões, ou seja, menos da metade do que ele custou para ser produzido.

A Sony, como a responsável apenas pela distribuição nos cinemas, acabou não saindo muito prejudicada financeiramente deste desastre. A Apple teve um grande prejuízo, mas nada capaz de colocar a empresa em risco, tal como muitos fiascos históricos que naufragaram estúdios na história de Hollywood.

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O maior dano que Como Vender a Lua causou à Apple foi moral. Como números de bilheterias estão disponíveis na internet na medida do possível, qualquer fiasco rapidamente se espalha pelas redes sociais e se torna motivo de piada. Já números de audiência em serviços de streaming são mantidos em segredo pelas empresas justamente para que seus fiascos não sejam conhecidos pelo público (e por investidores).

Num futuro próximo, os longas da Apple vão ter uma temporada curta nos cinemas. A comédia de ação Lobos estreará em umas poucas salas em 20 de setembro e uma semana depois já estará no Apple TV+.

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Uma vitória para a Apple (que ao menos manterá para si a “vergonha” de ter um fracasso no currículo), mas uma perda para os cinemas, que precisam de mais do que somente blockbusters.

Horizon: An American Saga Chapter 1

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Orçamento: US$ 50 milhões
Bilheteria: US$ 31,5 milhões

Um western épico à moda antiga comandado por Kevin Costner, a única pessoa que ainda tem poder e interesse para fazer esse tipo de filme nos dias atuais, Horizon era um experimento interessante. O Capítulo 1 seria lançado em junho e o 2 em agosto, com partes 3 e 4 ainda por vir.

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O problema é que nem os críticos gostaram muito da primeira parte e nem a audiência apareceu. Com meros US$ 31 milhões, quase a totalidade disso arrecadada nos EUA, o segundo Horizon perdeu a data de agosto e agora não se sabe quando chegará, ou mesmo se será lançado nos cinemas ou direto no streaming.

Costner acreditou que teria um novo Dança com Lobos em mãos, mas acabou com um novo O Mensageiro. Ao menos US$ 38 milhões do orçamento das duas primeiras partes saiu de seu próprio bolso.

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Borderlands

Orçamento: US$ 110-120 milhões
Bilheteria: US$ 23 milhões

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O título de maior fracasso de 2024 (até agora) só pode ir para Borderlands. Adaptação da famosa franquia de games, o filme recebeu críticas pavorosas e foi praticamente ignorado pela audiência. Ao custo de US$ 120 milhões, o filme não arrecadou sequer US$ 25 milhões ao redor do mundo.

Claro, para ser justo, sendo uma produção da Lionsgate (um estúdio a meio caminho entre as grandes majors Hollywoodianas e os independentes), parte de seu custo de produção foi coberto para vendas para outras distribuidoras.

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Assim, mais do que um fracasso financeiro, o maior prejuízo de Borderlands foi moral. O filme lembrou o público de quando produções baseadas em games eram sinônimo de longas desastrados de baixa qualidade e bilheterias ridículas. Hoje em dia, os jogos já se tornaram filmes de sucesso (Sonic, Super Mario Bros) e até viraram séries de prestígio da HBO (The Last of Us), então filmes da qualidade de Borderlands deveriam ter sido deixados no passado.

Bônus: o desastrado verão de Shyamalan

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Com uma carreira repleta de altos e baixos, o cineasta M. Night Shyamalan parecia ter encontrado um lar na Warner – não só para si mas também para sua família. Enquanto o diretor escreveu e dirigiu Armadilha para o estúdio, sua filha Ishana Night Shyamalan foi a responsável por Os Observadores, que saiu em junho.

Nenhum dos dois filmes foi um sucesso. Os Observadores arrecadou US$ 33 milhões a um custo de US$ 30 milhões e teve críticas bem mistas. Já Armadilha, ainda em cartaz, teve bilheteria de US$ 73 milhões até o momento, tendo custado US$ 30 milhões, e com reviews igualmente divididas.

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Seria o fim da carreira de Shyamalan? O diretor sofreu com momentos bem piores do que esse em sua carreira. Porém, se antes seus filmes pareciam ser capazes de chegar ao menos até os US$ 100 milhões (como A Visita ou o sucesso Fragmentado), este fiasco duplo representa um revés para o diretor.

E para você, qual o melhor filme do ano? E qual o pior? Quem mereceu o sucesso e qual fracasso deveria ter atraído mais gente aos cinemas? Deixe seu comentário aí embaixo!

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Fonte: The Numbers




Você Comentou Este Artigo
  1. ALEXSANDER DE MENDONCA disse:

    Furiosa merecia um público maior.
    Até para continuarmos nos deleitando com esse maravilhoso universo mad max

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