Minha Mãe é uma Peça 3 tem estreia histórica no Brasil!
A franquia de comédia mais bem sucedida da história do cinema brasileiro, Minha Mãe é uma Peça, chega ao final de sua trilogia com números simplesmente históricos na bilheteria...
Compartilhe: Tiago
Publicado em 3/1/2020 - 10h48
A franquia de comédia mais bem sucedida da história do cinema brasileiro, Minha Mãe é uma Peça, chega ao final de sua trilogia com números simplesmente históricos na bilheteria nacional – não só para filmes brasileiros como também em comparação com os blockbusters americanos em geral.
O longa comandado por Susana Garcia e estrelado pelo comediante Paulo Gustavo levou nada menos que 1,87 milhão de pessoas aos cinemas em seu primeiro fim de semana no país, com uma arrecadação de R$ 31 milhões. Trata-se da maior bilheteria de abertura da história (de longe) para um filme nacional, superando Nada a Perder (R$ 26,8 milhões), da quinta maior de 2019 (acima de blockbusters como Homem-Aranha: Longe de Casa e Coringa) e, aliás, da 15ª maior da história em geral. A arrecadação da estreia de Minha Mãe é uma Peça 3 foi quase o triplo da do segundo longa da saga de dona Hermínia, lançado em dezembro de 2016.
Em relação ao número de ingressos vendidos, a coisa se torna ainda mais impressionante. Veja, até então os únicos filmes nacionais a venderem mais de 1 milhão de ingressos em apenas um fim de semana eram Tropa de Elite 2 (1,3 milhão) e os blockbusters religiosos da Record Os Dez Mandamentos: O Filme (2,2 milhões), Nada a Perder (2,28 milhões) e sua continuação (1,31 milhão). No entanto, apesar de este ser o gênero mais popular do cinema brasileiro, nenhuma comédia havia conseguido quebrar esta marca até então. O recordista anterior era justamente… Minha Mãe é uma Peça 2, que estreou vendendo 724 mil ingressos em seu primeiro fim de semana.
Dessa forma, não só Minha Mãe é uma Peça 3 quebrou um recorde histórico, como também o fez com louvor, mesmo comparado com filmes americanos, levando mais gente aos cinemas em seu primeiro fim de semana do que diversos longas baseados em quadrinhos (Pantera Negra, Coringa, Logan, todos os filmes do Homem-Aranha, o primeiro Vingadores, Aquaman…) e caríssimos blockbusters que foram sucesso em quase todo o globo, incluindo Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 e Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros.
Em geral, o terceiro filme da franquia obteve o 19º maior público de abertura da história na bilheteria nacional. Aliás, considerando as polêmicas envolvendo Os Dez Mandamentos e Nada a Perder (que incluíam compras em massa de ingressos pelos fiéis da Igreja Universal para distribuí-los às pessoas na rua, ocasionando sessões esgotadas com diversas cadeiras vazias), é bem possível que Minha Mãe é uma Peça 3 seja o filme nacional mais assistido em um único final de semana de todos os tempos.
Para quebrar a série de recordes, Minha Mãe é uma Peça 3 obteve a maior abertura em público e renda no Brasil para um filme dirigido exclusivamente por uma mulher, mesmo levando em conta os filmes americanos. Sim, há Capitã Marvel (R$ 51,2 milhões de bilheteria e 2,9 milhões de ingressos vendidos no primeiro fim de semana), porém tal longa foi co-dirigido por um homem (Ryan Boden) e uma mulher (Anna Fleck). Será interessante ver até quando este recorde se manterá, considerando que em 2020 alguns dos blockbusters mais aguardados do ano (Aves de Rapina, Mulan, Viúva Negra, Mulher-Maravilha 1984, Os Eternos) serão comandados por mulheres.
Enfim, após uma abertura tão colossal, para onde irá bilheteria de Minha Mãe é uma Peça 3? Neste caso, é difícil dizer pois… realmente não há precedentes. Afinal, historicamente os filmes nacionais que conquistam boas aberturas, sejam eles os longas cristãos da Record, Tropa de Elite 2 ou as comédias da Globo Filmes que estreiam no fim do ano, também tem longas carreiras na bilheteria. Mas uma performance como a de Minha Vida em Marte (também dirigido por Susana Garcia e com Paulo Gustavo como um dos protagonistas) leva Minha Mãe é uma Peça 3 a inacreditáveis 15,3 milhões de ingressos vendidos (maior público da história para um filme nacional, de longe, e o quarto maior em geral), enquanto uma similar à seu próprio predecessor lhe faz encerrar sua carreira com nada menos que… 24 milhões de ingressos, de longe o maior público da história, 4,3 milhões a mais do que o atual campeão, Vingadores: Ultimato.
Sim, Minha Mãe é uma Peça 3 terá ótima carreira nos cinemas nacionais durante o início de 2020, mas o gigantesco tamanho de sua abertura deve levá-lo a perder seu fôlego mais rápido do que o segundo filme da trilogia de dona Hermínia. Por enquanto, creio que performances mais similares às de Loucas para Casar e Até que a Sorte nos Separe 2 são estimativas mais sensatas que as do parágrafo anterior. No primeiro caso, Minha Mãe é uma Peça 3 sai de cartaz com 11,5 milhões, e no segundo seu público final será de 13 milhões – ultrapassando o número de ingressos vendidos de Nada a Perder (11,9 milhões) para se tornar o filme nacional mais assistido da história, bem como possivelmente os de Tubarão para ficar atrás apenas de Vingadores: Guerra Infinita, o remake de O Rei Leão, Titanic e Ultimato no ranking histórico.
Enfim, nas próximas semanas, vamos ver se a colossal abertura de Minha Mãe é uma Peça 3 vai levar a quedas mais duras posteriores, ou se o filme vai se segurar bem durante as férias de janeiro, enquanto compete com Frozen II. Curiosamente, há três anos atrás Minha Mãe é uma Peça 2 competiu com Moana: Um Mar de Aventuras, o filme que atualmente é a maior bilheteria nacional para uma animação da Disney (afora as da Pixar) – um posto que Frozen II vai tentar tomar para si. Vamos acompanhar!