Godzilla e Kong é uma das maiores estreias do ano nos EUA, no Brasil e no mundo
Godzilla e Kong: O Novo Império faturou números surpreendentes nas bilheterias de vários países, inclusive nos EUA e Brasil.
Compartilhe: Tiago
Publicado em 3/4/2024 - 02h00
No último fim de semana, Paul Atreides e o panda Po tiveram que abrir espaço para dois novos (e massivos) competidores: Godzilla e King Kong.
Cinco anos atrás, o fracasso de Godzilla II: Rei dos Monstros nas bilheterias pareceu por um fim antecipado no Monsterverse, a franquia da WB/Legendary centrada em monstros gigantes (os populares kaiju). Porém, em abril de 2021, o longa seguinte da saga Godzilla vs Kong tornou-se o improvável salvador dos cinemas ao arrecadar números surpreendentes para a pandemia, com US$ 470 milhões ao redor do globo (incluindo US$ 101 milhões nos EUA e US$ 189 milhões na China).
Foi graças ao surpreendente desempenho de GvsK que os estúdios hollywoodianos sentiram-se encorajados a lançar seus filmes nos cinemas (ainda que, em alguns casos, simultaneamente no streaming) ao longo de 2021 enquanto a população se vacinava contra o coronavírus e lentamente recuperava a confiança para ir ao cinema.
Em um movimento iniciado pelo dinossauro radioativo e pelo gorila gigante, longas como Invocação do Mal 3, Velozes & Furiosos 9, Viúva Negra, Space Jam: Um Novo Legado, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, 007: Sem Tempo para Morrer, Venom: Tempo de Carnificina e, finalmente, o massivamente bem sucedido Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (nada menos que US$ 1,9 bilhão na bilheteria global, e sem a China) conseguiram salvar o hábito secular de se assistir a um filme no cinema.
Em 2024, porém, esse costume encontra-se novamente em risco, dessa vez ocasionado pela falta de blockbusters teoricamente fortes graças às greves que abalaram Hollywood no ano passado (ocasionadas pela brusca e estúpida mudança da indústria do cinema rumo ao streaming, incentivada por uma Wall Street que não percebeu que o “modelo Netflix” não era sustentável para as centenárias empresas hollywoodianas).
Entram mais uma vez no ringue Godzilla e King Kong para salvar os cinemas. E foi o que eles fizeram: com uma abertura global de US$ 195 milhões ao redor do mundo, Godzilla e Kong: O Novo Império mantiveram os cinemas com boa atividade durante o feriado da Páscoa.
Nos EUA, o blockbuster arrecadou US$ 80 milhões entre sexta e domingo. Trata-se da segunda maior abertura do ano, atrás apenas de Duna: Parte 2 (US$ 82,5 milhões). Além disso, o filme é também a segunda maior abertura de todo o Monsterverse, atrás apenas do Godzilla original de 2014 (US$ 93,2 milhões) e à frente de Kong: A Ilha da Caveira (US$ 61 milhões em março de 2017), Rei dos Monstros (US$ 47,8 milhões em maio de 2019) e GvK (US$ 48,1 milhões de quarta a domingo em 2021).
Já no Brasil, o filme levou 599 mil pessoas aos cinemas e arrecadou R$ 13,2 milhões entre quinta e domingo. Em público, trata-se de uma estreia próxima da dos filmes mais bem sucedidos em nosso país do Monsterverse, como A Ilha da Caveira (631 mil ingressos) e o Godzilla de 2014 (611 mil). Ou seja, a franquia mantém boa popularidade no país mesmo após dez anos.
Além disso, Godzilla e Kong também é a maior abertura de 2024 até o momento nas salas brasileiras. Os dois kaiju superaram por pouco Kung Fu Panda 4 (549 mil ingressos) e Nosso Lar 2: Os Mensageiros (554 mil).
Enfim, em um momento em que não podemos contar muito com o tipo de filme e franquias que eram sinônimos de sucesso até poucos anos atrás, cabe a séries que antes não eram exatamente relacionados a grandes bilheterias, como Duna (os números da Parte 1 seriam extremamente decepcionantes se não fosse o contexto da pandemia), Kung Fu Panda (o último longa, lançado em 2016, teve recepção medíocre, e a própria DreamWorks não é sinônimo de grandes bilheterias já há anos), comédias românticas como Todos Menos Você (era um gênero acabado e que se pensava que agora ficaria restrito ao streaming) e agora o Monsterverse (que parecia derrotado em 2019 com o fiasco de Rei dos Monstros) manterem os cinemas vivos. No caso do Brasil, a esses longas incluem-se também o bom e velho filme nacional, que parecia morto do final da pandemia até o início deste ano.
De novo e de novo, e ao contrário do que os investidores de Wall Street queriam e previam, o público mostra que tem vontade de continuar frequentando os cinemas. Com as franquias que antes Hollywood contava para atrair a audiência ao cinema quase acabadas, sobra ao espectador priorizar longas que não teriam sido exatamente um sucesso até poucos anos atrás.