Elementos é uma raridade na história das bilheterias brasileiras
A animação da Disney/Pixar Elementos tem uma performance que não é vista em um filme na bilheteria do Brasil desde 2017; entenda.
Compartilhe: Tiago
Publicado em 11/7/2023 - 23h56
Antes tida como um fracasso de bilheteria após abertura decepcionante, a animação infantil Elementos conquistou um feito extraordinário no Brasil – e não visto por aqui desde janeiro de 2017.
O novo longa da Disney/Pixar registra crescimento nas bilheterias já há duas semanas seguidas. Elementos estreou com arrecadação de R$ 7,59 milhões e 353,6 mil de público, depois cresceu 12% na segunda semana, com R$ 8,6 milhões/403 mil ingressos e depois mais 8% na terceira, com R$ 9,35 milhões e 441 mil.
Para se ter uma ideia, o normal para blockbusters (até mesmo para os voltados para crianças) é que ele vá decaindo semana após semana depois da abertura, que deve ser a melhor possível para compensar as quedas posteriores. Hoje em dia, o primeiro fim de semana se tornou tão importante que, se um filme não abre bem, a mídia já o declara um fracasso – o que foi exatamente o que houve com Elementos.
A última vez que isso ocorreu com um longa de grande circuito foi no final de 2016 e início de 2017, com Minha Mãe é uma Peça 2. O filme estrelado pelo saudoso Paulo Gustavo também registrou crescimento em seus três primeiros finais de semana, atingindo seu ápice no terceiro, quando vendeu mais de 1 milhão de ingressos (na época, um feito inédito para uma comédia nacional).
Tanto no caso de Minha Mãe é uma Peça 2 quanto no de Elementos, um feito como esse vem da combinação de dois fatores. O primeiro são as férias: com mais pessoas de folga, fica mais simples das famílias irem aos cinemas. Já o segundo é o boca a boca positivo, que pode atrair pessoas que foram por recomendação de amigos e parentes.
No caso de Elementos, trata-se do filme certo na hora certa. Com as crianças de folga, os pais naturalmente vão procurar programas para os filhos,e o longa da Pixar é o maior infantil em cartaz.
Ao todo, Elementos possui R$ 33,7 milhões de arrecadação e 1,7 milhão de ingressos. Se mantiver essa boa sustentação, poderá sair de cartaz com um público acima dos 3 milhões, o que seria um valor próximo do conquistado por Valente (3,48 milhões), Divertida Mente (3,78 milhões) e O Bom Dinossauro (3,62 milhões).
Tais longas saíram em uma época em que o público de fato assistia animações originais, que não fossem sequências de nada, apenas por serem “o novo da Pixar”. Como eu discuto aqui, esse hábito foi se perdendo no final da década passada e piorou com a pandemia. Assim, se Elementos atingir um total similar ao conquistado por tais longas, poderá ser o filme que vai começar a trazer as famílias de volta e mostrar que animações não precisam ter um numeral no título (ou marcas famosas associadas a elas) para serem bem sucedidas.
Infelizmente, essa recuperação vale apenas para Elementos, pois os outros longas voltados para crianças em cartaz seguem afundando. Tal como a Disney, a DreamWorks também apostou em um original com Ruby Marinho, Monstro Adolescente, em cartaz já há duas semanas mas com menos de 90 mil ingressos vendidos ao todo.
Já o nacional Os Aventureiros: A Origem, baseado na série de vídeos de Luccas Neto, estreou em sexto lugar, com um público total (incluindo as pré-estreias) de 111 mil pagantes. Uma performance decepcionante, e que mostra que o cinema nacional continua carente de sucessos.
E olha que tanto Ruby Marinho quanto Os Aventureiros foram lançados em um bom número de salas.
Enfim, o público (e não só o brasileiro) está reaprendendo com Elementos a assistir originais na telona e não só no streaming. Esperemos que um dia isso não se restrinja apenas à Disney.
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[fonte: Filme B]
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Eu fui um dos que achei que seria mais um filme bobinho da Pixar e paguei com a língua! Ele é incrível! Te faz rir, chorar e tem uma lição muito bonita sobre família e imigração. Vale a pena conferir