Divertida Mente 2 é uma das maiores aberturas da história para uma animação

Filme da Pixar surpreendeu até as expectativas mais otimistas e em apenas um fim de semana faturou mais do que todos os últimos filmes da empresa nas bilheterias.

Divertida Mente 2 é uma das maiores aberturas da história para uma animação
REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO
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Compartilhe: Tiago
Publicado em 17/6/2024 - 06h00

Nova animação da Pixar e sua primeira continuação direta (considerando que Lightyear está mais para um spin-off) desde Toy Story 4 em junho de 2019, Divertida Mente 2 estreou faturando números absolutamente astronômicos. Foram US$ 154 milhões na bilheteria americana e US$ 140 milhões em outros 38 países, resultando numa abertura global de US$ 294 milhões.


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Considerando apenas o mercado doméstico, Divertida Mente 2 conquistou um punhado de vitórias:

Além disso, a chegada de Divertida Mente 2 foi bem vinda para toda a indústria. Trata-se do primeiro fim de semana desde o segundo do fenômeno Barbenheimer, em julho de 2023, em que a renda combinada de todos os filmes em cartaz foi acima de US$ 200 milhões.

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Ou seja, com os adiamentos causados pela greve e as opções que restaram incapazes de alcançar as rendas de centenas de milhões de dólares dos blockbusters dos últimos anos, as bilheterias americanas tiveram quase um ano sem um fim de semana com faturamento total acima de US$ 200 milhões, que costumava ser muito mais comum na década passada.

Fora dos EUA, a abertura de Divertida Mente 2 superou a de Super Mario Bros nas taxas cambiais atuais e no mesmo conjunto de países em que o longa da Pixar já estreou (ele ainda precisa chegar a mercados importantes como França, Itália, Espanha, China, Japão e, claro, o Brasil).

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A julgar pelo imenso sucesso do longa na América Latina, a filial brasileira da Disney pode comemorar com antecedência. Na Colômbia, Divertida Mente 2 conquistou o maior fim de semana de abertura da história, enquanto no México, Argentina, Chile, Uruguai e na América Central ele foi “apenas” a segunda maior.

Vale ressaltar que todo esse momento de otimismo não se deve apenas ao sucesso massivo de Divertida Mente 2. O principal competidor da animação infantil é um filme proibido para menores: Bad Boys: Até o Fim, mostrou excelente sustentação com arrecadação de US$ 33,7 milhões na segunda semana e total acumulado de US$ 113 milhões. Globalmente, o longa de ação estrelado por Will Smith e Martin Lawrence possui US$ 215 milhões e deve encerrar sua carreira acima dos US$ 350 milhões, um bom resultado considerando seu orçamento de US$ 100 milhões.

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Outros filmes das últimas semanas também se mantêm vivos, em grande parte devido à audiência descobrindo-os após sua abertura. Planeta dos Macacos: O Reino continua sendo a melhor opção para quem não quer ver um desenho infantil como Divertida Mente 2 ou Garfield mas também não possui idade (ou interesse) em um proibido para menores como Bad Boys 4 ou Furiosa. Com um total de US$ 158 milhões nos EUA e US$ 374 milhões global, a ficção científica símia tem mostrado resiliência, ainda que esteja longe de cobrir seus monstruosos custos de produção (US$ 160 milhões). Hollywood precisa descobrir como produzir seus filmes sem gastar tanto.

Garfield é um sinal disso. A animação da Sony foi impactada pela forte estreia de Divertida Mente 2 (em sua quarta semana, caiu 50% em relação à anterior), porém tem US$ 78,3 milhões nos EUA e US$ 217 milhões global, um total que garante que muito em breve o filme será lucrativo (seu custo de produção foi de míseros US$ 60 milhões, baixos até para os padrões de filmes infantis).

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Mesmo O Dublê, comédia de ação lançada no início de maio que foi tida como flop e já está em PVOD, se recusa a sair do top 10 do fim de semana. Seu acumulado é de US$ 88 milhões nos EUA e US$ 170 milhões mundial. Não será o suficiente para o longa ser lucrativo (ele custou absurdos US$ 125 milhões). Porém, mostra que, ao contrário de Furiosa (acumulado de US$ 63 milhões nos EUA e US$ 160 milhões global a um custo de US$ 168 milhões), O Dublê não foi totalmente rejeitado e continua a encontrar seu público baseado no bom e velho boca a boca.

Por um lado, o sucesso monstruoso de Divertida Mente 2 trouxe o respiro que o mercado de cinema precisava após um abril vazio de blockbusters e um maio lotado de decepções. Por outro, mesmo que não sejam os titãs das bilheterias que Hollywood se acostumou a esperar (muito graças à Disney e seus números inacreditáveis da década passada), longas como O Dublê ainda são essenciais no processo infelizmente doloroso que Hollywood e o público precisam passar se a indústria quiser se tornar um pouco menos dependente de franquias já estabelecidas e sucessos de décadas passadas.

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Longas como Elementos e Patos! superaram aberturas fracas e aos poucos encontraram seu público, vindo a encerrar suas carreiras com totais razoáveis (US$ 485 milhões para o da Pixar e US$ 298 milhões para o da Illumination). Após mais de meia década com apenas continuações fazendo sucesso entre os filmes infantis, tais longas foram importantes para mostrar ao público que eles não precisam levar seus filhos apenas a animações com numerais no título.

Hollywood precisa entender que vale a pena arriscar em mais filmes originais se a indústria quiser continuar viável. Seria até melhor se a indústria não gastar fortunas em filmes como Elementos (US$ 200 milhões) ou O Dublê para que tais longas não precisem atingir receitas bilionárias (atualmente reservadas apenas a sequências de franquias que iniciaram seus primeiros capítulos a mais de uma década) para ser lucrativos.

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Afinal, para que Divertida Mente 2 aconteça e quebre recordes de bilheteria, antes é necessário que haja um primeiro Divertida Mente que seja um sucesso.



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