Divertida Mente 2 e Um Lugar Silencioso: Dia Um lideram a recuperação das bilheterias

As bilheterias ao redor do globo estão vendo um sucesso que não tinham desde o ano passado graças à animação da Pixar e terror da Paramount.

Divertida Mente 2 e Um Lugar Silencioso: Dia Um lideram a recuperação das bilheterias
REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO
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Compartilhe: Tiago
Publicado em 1/7/2024 - 04h00

Após algumas semanas de números fracos nas bilheterias americanas e mundiais, finalmente estamos voltando a assistir sucessos que não deixam nada a dever para os grandes hits da década passada.


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Em cartaz há três semanas, Divertida Mente 2 continua a caminho de se tornar uma das maiores, se não a maior, animação da história. Nos EUA, o longa arrecadou US$ 57,4 milhões, o oitavo maior terceiro fim de semana da história (sem ajustar pela inflação).

Com um absurdo total de US$ 469 milhões na bilheteria americana, Divertida Mente 2 é o oitavo filme que mais rapidamente ultrapassou a marca dos US$ 450 milhões, tendo chegado lá em 16 dias. Isso é um dia mais rápido do que Barbie e o primeiro Os Vingadores (respectivamente US$ 459 milhões e US$ 458 milhões após 17 dias) e ambos esses filmes encerraram suas carreiras com mais de US$ 620 milhões, adentrando as top 10 maiores bilheterias americanas da história na época.

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Se Divertida Mente 2 não perder o gás, tem grande chance de se tornar a animação de maior bilheteria de todos os tempos nos EUA (sem ajustar pela inflação). Atualmente este ranking é liderado pelo colega de Pixar Os Incríveis 2 (US$ 608 milhões), seguido por Super Mario Bros.: O Filme (US$ 574 milhões), Procurando Dory (US$ 486 milhões) e Frozen II (US$ 477 milhões).

No entanto, o total de Divertida Mente 2 após três semanas em cartaz é maior que o atingido tanto por Mario (US$ 436 milhões) e Os Incríveis 2 (US$ 440 milhões), o que indica que o segundo filme focado nas emoções de uma menina, se não cair muito, pode muito bem acabar ultrapassando os personagens da Nintendo e a família de super-heróis antes do final de sua carreira.

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Dito isso, Divertida Mente 2 irá enfrentar um adversário potencialmente muito mais forte do que qualquer um deles antes: Meu Malvado Favorito 4, que estreia no próximo fim de semana nos EUA e no Brasil após já estar em cartaz em alguns poucos países (sua bilheteria até o momento é de US$ 25 milhões).

No entanto, uma característica que une tanto Divertida Mente 2 a Mario, Os Incríveis 2 e Procurando Dory é o fato de, apesar de serem desenhos animados, atraírem não apenas as famílias com crianças mais novas como também o público adulto, seja pela nostalgia ou pelos temas abordados (os dois Os Incríveis são filmes de heróis que não deixam nada a dever para os blockbusters da Marvel, Divertida Mente e suas sequência abordam temas sobre amadurecimento e crescimento).

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Animação infantil ou não, Divertida Mente 2 é o filme do momento também para adultos, tal como fora Mario em abril do ano passado.

Meu Malvado Favorito 4 pode ser visto como um longa exclusivamente para o público infantil, especialmente os pais com crianças mais novas. Justamente por isso, a história mostra que embates entre animações da Disney/Pixar e da Illumination não costumam ser prejudiciais a nenhuma delas. O primeiro Malvado saiu na quarta semana de Toy Story 3, já o segundo foi lançado na terceira de Universidade Monstros e o primeiro Minions competiu diretamente com o primeiro Divertida Mente. Ambos saíram de cartaz com mais de US$ 300 milhões na bilheteria americana.

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Globalmente, Divertida Mente 2 chegou a US$ 1.015 bilhão. Ou seja: temos o primeiro filme bilionário desde Barbie no ano passado. Aliás, a animação da Pixar é apenas o sétimo filme a ultrapassar a temida (e antes exclusiva) marca do bilhão desde a pandemia. Os outros foram Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (US$ 1,91 bilhão em dezembro de 2021), Top Gun: Maverick (US$ 1,49 bilhão em maio de 2022), Jurassic World: Domínio (US$ 1 bilhão em junho de 2022), Avatar: O Caminho da Água (US$ 2,32 bilhões em dezembro de 2022), Super Mario Bros (US$ 1,36 bilhão em abril de 2023) e Barbie (US$ 1,44 bilhão em julho de 2023).

DM2 precisou de apenas 19 dias para chegar à marca do bilhão, o mesmo período de tempo que Barbie e Star Wars: Os Últimos Jedi (que terminou com US$ 1,33 bilhão) precisaram. Atualmente, as animações de maior bilheteria global da história são Frozen II (US$ 1,45 bilhão), Mario, Frozen (US$ 1,28 bilhão), Os Incríveis 2 (US$ 1,24 bilhão) e Minions (US$ 1,1 bilhão). Se não perder fôlego, principalmente nos mercados internacionais onde os longas dos Minions/Meu Malvado Favorito são fortes, Divertida Mente 2 ainda tem grandes chances de se tornar a animação de maior bilheteria global da história e a primeira a chegar ao US$ 1,5 bilhão.

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Não, não estamos contando o remake de O Rei Leão (que arrecadou US$ 1,656 bilhão em 2019) como animação, ao menos não uma no estilo de Frozen ou Divertida Mente.

Enquanto isso, provando que o mundo do cinema não vive apenas de um único blockbuster, a prequel Um Lugar Silencioso: Dia Um também estreou com excelentes números: US$ 53 milhões nos EUA e US$ 99 milhões global. Baseado na popular franquia que rendeu dois bem sucedidos filmes lançados em 2018 e 2021, Dia Um conquistou a façanha de ser uma das raríssimas prequels a ter uma abertura maior que as dos longas da série principal: os dois primeiros estrearam com US$ 50 milhões e US$ 47,5 milhões no primeiro fim de semana.

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Claro, em 2018 o primeiro Um Lugar Silencioso foi um filme de terror totalmente original, sem ser baseado em franquia alguma. Mesmo que o terror permaneça como um dos poucos gêneros que permitam (ou permitiam?) ideias originais, ainda se tratava de um projeto relativamente arriscado. Mesmo assim, graças às ótimas críticas e recepção do público, a aposta da Paramount deu certo: a um custo de US$ 17 milhões, Um Lugar Silencioso saiu de cartaz com US$ 188 milhões nos EUA e US$ 335 milhões globalmente.

O segundo, um dos filmes mais aguardados de 2020, acabou adiado por conta da pandemia. Quando ele finalmente abriu em maio de 2021, foi um dos primeiríssimos blockbusters da retomada dos cinemas pós-Covid. Tendo custado US$ 61 milhões, seu resultado não ficou muito abaixo do primeiro considerando que as normas de distanciamento social ainda estavam em vigor: US$ 160 milhões nos EUA e US$ 297 milhões global.

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A prequel Dia Um, por sua vez, carrega a vantagem de ser baseada em uma franquia estabelecida e cujos dois primeiros longas receberam excelente recepção. A Paramount até se permitiu arriscar e gastar um pouco mais (US$ 67 milhões) a fim de mostrar um cenário até então inédito na franquia: uma Nova York no dia em que as criaturas que servem de vilãs da franquia (monstros que possuem audição super aguçada) atacaram pela primeira vez.

Junte os resultados de Um Lugar Silencioso: Dia Um e Divertida Mente 2 às boas bilheterias de Bad Boys: Até o Fim (US$ 166 milhões nos EUA e US$ 332 milhões global a um custo de US$ 100 milhões) e Garfield (US$ 90 milhões nos EUA e US$ 240 milhões global a um custo de US$ 60 milhões) e você tem um bom momento que, pela milésima vez, reafirma que o público está sim disposto a voltar aos cinemas após a pandemia para assistir aos mais variados tipos de filmes, de comédias animadas à longas sangrentos de ação e terror.

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Dito isso, um sinal de preocupação que deveria ser ligado em Hollywood é que as bilheterias de 2024 só decolaram quando foram lançadas continuações de filmes muito bem recebidos da década passada. Mas… e quando não restar mais o que continuar? Veja os primeiros Divertida Mente e Um Lugar Silencioso: saíram respectivamente em 2015 e 2018 e foram dois dos últimos originais a encontrarem bilheterias nível blockbuster.

No caso das animações, 2016 e 2017 trouxeram: Zootopia (cuja sequência está agendada para novembro de 2025), Pets: A Vida Secreta dos Bichos (que recebeu uma continuação em 2019 que faturou menos da metade da bilheteria do antecessor e pode ter matado a franquia), Moana (sua sequência estreia em novembro deste ano), Sing (teve uma continuação razoavelmente bem sucedida para os padrões da pandemia em 2021 e ainda pode ser explorada), O Poderoso Chefinho (outro que lançou sua sequência em meio à pandemia) e finalmente Viva: A Vida é uma Festa (sem nenhuma continuação agendada por enquanto).

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Dentre os longas pós-Covid, severamente prejudicados pelo streaming, talvez seja possível produzir sequências bem sucedidas de Encanto, Os Caras Malvados, Elementos e Patos! no futuro. Ainda assim, é inegável que Hollywood esteja ficando sem opções de franquias novas. E quando não houver mais?

Por isso, seria importante que a indústria não desista de produzir ideias originais, mesmo que a um custo menor do que o gasto em um Divertida Mente 2 da vida. O público pode demorar a comparecer a um longa não baseado em nada, mas eventualmente um bom boca a boca pode empurrar um original a uma boa bilheteria. Que o digam Elementos (que superou a péssima abertura para finalizar com quase US$ 500 milhões global) e Amigos Imaginários (outro que teve uma estreia decepcionante, mas conseguiu ultrapassar a casa dos US$ 100 milhões no mercado doméstico, um feito e tanto para um live-action infantil original).

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A audiência precisa se acostumar novamente a ir ao cinema ver obras que não sejam sequências ou spin-offs ou algo do tipo, e Hollywood precisa se reacostumar a fazer tais longas, ainda que por um orçamento que não exija bilheterias bilionárias só para cobrir os custos de produção.

Do contrário, a indústria ficará presa às mesmas franquias de sempre.

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