[CRÍTICA] A Morte do Demônio: A Ascensão – Horror, nojo, risada e nostalgia
Nova versão da clássica franquia de terror iniciada por Sam Raimi, 'A Morte do Demônio: A Ascensão' chega para apresentar o terror dos deadites a uma nova geração... mas...
Compartilhe: Elvis de Sá
Publicado em 20/4/2023 - 14h55
Sempre que uma franquia clássica de terror vai ganhar um novo filme, ou um novo remake, é natural que os fãs fiquem curiosos mas ao mesmo tempo preocupados. Ainda mais se tratando de Evil Dead, ou A Morte do Demônio (numa das traduções mais curiosas de todos os tempos), que tem uma identidade bem diferente das outras franquias de terror.
Afinal, a trilogia original comandada por Sam Raimi é memorável por ser tanto sangrenta quanto horrivelmente engraçada. É uma mistura doida que sempre colocou as aventuras de Ash num patamar acima dos outros filmes do gênero.
É um alívio que o desafio do diretor Lee Cronin, de manter a essência do original e adaptar a franquia para uma nova geração, tenha dado tão certo! Às vezes pode soar um pouco mirabolante, mas o roteiro arranja bons caminhos para trazer elementos do filme clássico tanto para os tempos atuais como para o ambiente urbano de um prédio antigo e cheio de problemas.
Pode soar pragmático até demais, mas não tem como dizer que é incoerente ou forçado o fato de Danny ser DJ e portanto ter um aparelho de vinil em casa, que possibilita a leitura das palavras que despertam o Necronomicon, do mesmo jeito que nos anteriores.
Essa sintonia e amor declarado à franquia Evil Dead é um dos pontos fortes do filme, mas fique tranquilo: o filme não se escora em referências ao passado. Não só nas adaptações feitas para transformar o andar de um prédio em um ambiente mais claustrofóbico do que uma cabana isolada na floresta, o novo remake toma liberdade para tentar coisas novas.
Elementos clássicos da franquia são resgatados com muita naturalidade
A ameaça dos possuídos é feita com muito capricho e personalidade, tornando de cada momento de GORE ou pura NOJEIRA em algo hilário e agoniante, tudo ao mesmo tempo.
Seja com uma inundação de vômito, facadas, vidro saindo da garganta e ralador de queijo (!!!), temos um verdadeiro esforço para criar sequências novas e que causem alguma surpresa, para fugir de todos os clichês que os remakes e filmes dos últimos anos cometem.
No entanto, o nível de gore não é algo tão surpreendente quanto algumas reações vinham apontado. E também não é o mais pesado da franquia, ficando bem próximo do nível de violência do remake de 2013. Mas não há nada de errado nisso, é apenas um aviso para quem possa estar realmente com medo… ou muito hypado para ver a reinvenção do terror.
Por mais que alguns dos atores mais jovens não tenham a mesma entrega, o elenco é bastante competente e é inegável que Alyssa Sutherland é o grande destaque, entregando uma personagem bem interessante logo de cara e depois se consagrando como uma das melhores deadites de toda a franquia.
Você sempre vai ser famosa, Mãe do Mal!
Com muito mais humor-negro que o remake de 2013, A Ascensão é uma renovação CAPRICHADA do mito de Evil Dead, conquistando algo que parecia impossível: agradar um público que nunca viu nenhum filme e satisfazer até o fã mais hardcore.
Nesse pique de renovação, o filme não só traz um conceito totalmente inédito e BIZARRO de monstro, mas também abre as portas para que vejamos o mal do Necronomicon de formas cada vez mais diferentes. Isso, é claro, sem considerar que ele estabelece uma conexão com o filme original e o remake de 2013, mas isso é assunto para outra hora.
Com sustos, nojo e risada, o novo remake traz todos os elementos de toda a graça que é ver um BOM filme de terror nos cinemas, compartilhando todo esse misto de emoções com uma sala cheia de gente. Portanto, prestigie esse novo capítulo da franquia nos cinemas!
NOTA: 8,5/10