Bilheteria Brasil: Entre Facas e Segredos estreia em primeiro!

O elogiado suspense Entre Facas e Segredos liderou as bilheterias nacionais em mais uma semana com fracas arrecadações. Comandado por Rian Johnson, do controverso Star Wars: Os Últimos Jedi,...

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O elogiado suspense Entre Facas e Segredos liderou as bilheterias nacionais em mais uma semana com fracas arrecadações. Comandado por Rian Johnson, do controverso Star Wars: Os Últimos Jedi, o longa levou cerca de 123 mil pessoas aos cinemas e faturou R$ 2,2 milhões no fim de semana. Somado com algumas pré estreias, o longa possui R$ 4,6 milhões e quase 250 mil ingressos no país.

Considerando apenas a bilheteria do primeiro fim de semana, Entre Facas e Segredos teve um público curiosamente similar ao do filme anterior de Johnson antes dele se aventurar na saga espacial, a ficção científica de 2012 Looper: Assassinos do Futuro, que estreou vendendo 158 mil ingressos. A estreia também foi próxima à de outros longas autorais comandados por diretores relativamente jovens e que tem conquistado a crítica nos EUA, mas nem tanto o público no Brasil, como Ad Astra: Rumo às Estrelas (172 mil) e Nós (165 mil). 

No entanto, mesmo levando em conta as pré estreias, Entre Facas e Segredos ainda ficou atrás dos primeiros fins de semana do elogiado drama Era uma Vez… em Hollywood (326 mil ingressos) e do suspense Vidro (341 mil), embora, claro, seus diretores Quentin Tarantino e M. Night Shyamalan tenham muitos anos a mais de carreira do que Johnson. Além disso, o suspense estrelado por Daniel Craig também ficou atrás da abertura de outro drama sobre mistérios e um excêntrico detetive, Assassinato no Expresso do Oriente (273 mil). Porém, tal filme, lançado há exatamente dois anos (justo quando Johnson se preparava para a estreia de Os Últimos Jedi) era uma adaptação direta de um muito conhecido clássico de Agatha Christie, enquanto Entre Facas e Segredos é inspirado pelas obras da autora, mas com personagens originais – o que torna muito mais difícil vendê-lo para o público em geral.

Ainda assim, julgando pelos bons números da pré estreia, creio que o suspense de Johnson tem potencial para uma boa carreira nas bilheterias. Talvez não vá muito além da marca do 1 milhão de ingressos (Assassinato no Expresso do Oriente e Vidro encerraram com 1,1 milhão e 1,3 milhão respectivamente), mas muito provavelmente ele não vai decair tão rapidamente quanto Ad Astra. Uma performance similar à adaptação do clássico de Christie de 2017 e do suspense de Shyamalan lançado em janeiro deste ano leva Entre Facas e Segredos a sair de cartaz com um público de pouco mais de 1 milhão, o que seria decente para o filme – e, claro, a segunda maior bilheteria de Johnson no Brasil, atrás de seu blockbuster espacial. Mas vamos acompanhar!

Afora isso, a semana ainda teve duas outras estreias, a “menos pior” delas sendo a comédia para toda a família da Paramount Brincando com Fogo, que abriu com R$ 1,4 milhão e vendeu pouco mais de 100 mil ingressos em seu primeiro fim de semana no país. É uma abertura inferior à dos dois filmes da franquia familiar também distribuída pela Paramount Pai em Dose Dupla (175 mil ingressos para o primeiro, em janeiro de 2016, e 143 mil para o segundo, em novembro de 2017). Por outro lado, Brincando com Fogo obteve um primeiro fim de semana superior ao também colega de Paramount Monster Trucks (82 mil), porém tal filme, lançado em fevereiro de 2017, havia realizado pré estreias anteriormente, de modo que o seu primeiro domingo ele tinha um público total de 216 mil ingressos – um luxo que Brincando com Fogo não obteve.

Ainda assim, estou curioso para a performance desta comédia nas próximas semanas até o Ano Novo. Afinal, com os principais filmes infantis da temporada estreando em janeiro, em pleno período de férias escolares (Frozen II em 02/01, Jumanji: Próxima Fase e Doolittle em 16/01, Um Espião Animal em 23/01), Brincando com Fogo será uma das únicas opções para crianças durante os últimos dias do ano, juntamente com o indestrutível Malévola: Dona do Mal e a animação Playmobil: O Filme.

A outra estreia foi o suspense policial Crime Sem Saída, que tem pedigree da Marvel em sua equipe: a produção é dos irmãos Joe e Anthony Russo (diretores de Guerra Infinita e Ultimato) e o protagonista é ninguém menos que Chadwick “Pantera Negra” Boseman. Ainda assim, os numerosos fãs da Marvel não compareceram massivamente: apenas 87 mil ingressos vendidos R$ 1,35 milhão de faturamento no fim de semana. Contando as pré estreias, são apenas 150 mil espectadores e R$ 2,3 milhões em bilheteria. Creio que Boseman vai precisar tentar novamente se não quiser que sua carreira fique eternamente ligada apenas ao papel de T’Challa.

Entre os filmes veteranos, vale o destaque para a inacreditável vitalidade de Malévola: Dona do Mal. Em cartaz desde o dia 19 de outubro (!), a fantasia da Disney ainda conquistou um faturamento de R$ 1,6 milhão e quase 110 mil ingressos vendidos em seu nono (!!) fim de semana. No total, o longa estrelado por Angelina Jolie possui R$ 88,8 milhões de bilheteria e um público de 5,57 milhões de pessoas. Trata-se do 7º maior faturamento de 2019 e o 8º filme que mais vendeu ingressos este ano, bem como um público bastante próximo do alcançado pelo primeiro Malévola há cinco anos (5,79 milhões de ingressos, segundo filme mais assistido de 2014).

Claro, a feiticeira interpretada por Jolie é popularíssima entre o público brasileiro, mas só isso não explica a gigantesca vitalidade do filme. Afinal, após a estreia de Dona do Mal, os outros candidatos a blockbuster no país afundaram de maneira humilhante: Doutor Sono, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, As Panteras… Com quase todas as novas estreias que chegaram ao Brasil de novembro para cá naufragando, sobrou para Dona do Mal, Coringa e A Família Addams (que estrearam em outubro) carregarem a bilheteria brasileira nas costas. Perceba como longas como As Panteras ou Ford vs Ferrari já desapareceram do top 10, enquanto Dona do Mal, em cartaz há nove semanas, ainda está em exibição em mais de 500 salas no país.

Enquanto isso, a comédia nacional Os Parças 2 já conquistou um faturamento de R$ 16,4 milhões e vendeu 1,15 milhão de ingressos no país. Com um desempenho bastante próximo ao primeiro Os Parças, o filme pode acabar alcançando o público de 1,6 milhão de seu antecessor, lançado há dois anos. Por outro lado, no próximo dia 26 de dezembro chega Minha Mãe é uma Peça 3, sequência da popularíssima franquia de Paulo Gustavo, cuja segunda parte é a comédia nacional de maior bilheteria da história (R$ 124,2 milhões de faturamento e 9,32 milhões de ingressos vendidos), o que pode prejudicar um pouco a carreira do filme estrelado por Whindersson Nunes e Tom Cavalcante. 

Já o também extremamente resistente A Família Addams (em cartaz em mais de 300 salas mesmo após 7 semanas de seu lançamento) vendeu mais 37 mil ingressos e faturou mais R$ 556 mil. No total, a animação que reinicia a famosa franquia já faturou R$ 23,4 milhões e levou 1,54 milhão de pessoas aos cinemas. Trata-se da sétima animação de maior público de 2019 no país, um feito incrível para um longa não associado a nenhuma grande produtora poderosa (Disney, Pixar, DreamWorks, Illumination, etc).

Enquanto isso, Coringa chegou a uma bilheteria de R$ 156,5 milhões e 9,72 milhões de ingressos vendidos. Tendo ultrapassado o público do blockbuster da Marvel Capitão América: Guerra Civil há alguns dias, o vilão da DC está a 154 mil ingressos de também ultrapassar Velozes & Furiosos 7. A esta altura do campeonato, é um feito que parece um pouco impossível… Mas o que Coringa mais tem feito desde sua estreia é superar as expectativas.

Bilheteria Brasil de 12/12/2019 a 15/12/2019: