Animação da Pixar Elementos supera The Flash nas bilheterias americanas

Performance do filme da Pixar Elementos é surpreendentemente positiva e mostra que talvez ainda haja esperança para animações originais em Hollywood.

Animação da Pixar Elementos supera The Flash nas bilheterias americanas
REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO
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Compartilhe: Tiago
Publicado em 9/7/2023 - 22h20

Após uma estreia ruim, o longa da Pixar Elementos tem mostrado excelente sustentação nas bilheterias ao redor do globo.


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Tendo arrecadado US$ 9,6 milhões nos EUA e US$ 30 milhões em outros 48 países, a animação se aproveita da falta de concorrentes muito fortes pelo público infantil e familiar. Ao todo, os seres baseados nos quatro elementos possuem US$ 109,1 milhões nos EUA e US$ 142,7 milhões nos mercados internacionais, resultando em US$ 252 milhões global.

Com isso, Elementos ultrapassou o total do concorrente The Flash na bilheteria dos EUA (US$ 105,2 milhões para o velocista da DC). Nas próximas semanas, também irá superá-lo na bilheteria global (o super-herói possui US$ 262 milhões até o momento).

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A performance de Elementos ao redor do planeta é nada menos que surpreendente. Na bilheteria americana, ele caiu apenas 21%, uma sustentação excelente para um filme de grande orçamento. Fora da América do Norte ele mostrou ainda mais resiliência, inclusive crescendo em relação à semana anterior em mercados como Austrália, Coréia do Sul, Brasil, Uruguai, Nova Zelândia, Vietnã, Chile e Israel.

Na Coréia, onde o longa virou mania, seu quarto fim de semana foi o maior do longa até então, o que é uma raridade no mercado de cinema atual (na maior parte dos lugares, é mais comum que um filme vá decaindo após a abertura).

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Quais motivos explicam uma performance tão diferente do comum? O primeiro é a falta de outros concorrentes voltados para as famílias com crianças. Em um mercado lotado de super-heróis e aventureiros que tiveram seu ápice nos anos 1980, Elementos é a melhor opção para crianças menores e seus pais, que confiam na Pixar para entregar algo que entretenha também aos “grandinhos”.

A recepção do público, muito melhor que a dos críticos, também auxiliou o longa. A estreia do filme em Cannes só prejudicou a Disney, pois lá Elementos foi recebido de forma fria pelos frequentadores do Festival, o que só prejudicou sua bilheteria de estreia. Mas uma vez que as pessoas passaram a ver o filme descobriram que ele era muito melhor do que as críticas de Cannes sugeriam, o ótimo boca a boca que se seguiu passou a se refletir nas bilheterias.

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Não é surpresa que animações originais, que não sejam sequências de sucessos do passado ou baseado em propriedades intelectuais reconhecidas ao redor do mundo (caso de Super Mario Bros ou Homem-Aranha no Aranhaverso), tenham encontrado grande dificuldade para atrair público aos cinemas.

E isso é um problema que já se arrasta a mais de meia década. Até a primeira parte da década de 2010, animações originais tinham capacidade de competir de igual para igual com as sequências, como provam os sucessos Frozen: Uma Aventura Congelante, Zootopia, Moana, Pets: A Vida Secreta dos Bichos, Os Croods, O Poderoso Chefinho e Viva: A Vida é uma Festa – este último, lançado nos EUA em novembro de 2017, foi o último original a ser bem sucedido nas bilheterias.

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De 2018 a 2020, os estúdios hollywoodianos, e em especial a Disney, inundaram os mercados com sequências de sucessos do passado, voltados tanto para as crianças quanto para os jovens que cresceram com elas: Os Incríveis 2, Como Treinar o seu Dragão 3, Wi-Fi Ralph: Quebrando a Internet, Toy Story 4, Pets: A Vida Secreta dos Bichos 2, Frozen II. Isso acelerou a tendência de acostumar o público a assistir nos cinemas somente franquias conhecidas.

No início de 2020, quando a Disney estava prestes a voltar a apostar em originais, veio a pandemia e fechou as salas ao redor do mundo, levando a empresa, então conduzida pelo entusiasta do streaming Bob Chapek a levar longas como Soul, Luca e Red: Crescer é uma Fera para o Disney+. Isso esmoreceu a relação da Disney com os artistas, mas por outro lado, com os cinemas e parques fechados, o streaming se tornou uma das únicas fontes de renda da empresa.

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Entretanto, agora que já deixamos a Covid-19 para trás, o público está tão acostumado a ver os novos desenhos da Disney em casa e priorizar nos cinemas as sequências ou adaptações, que Elementos teria um caminho difícil pela frente. Veja o caso de Encanto, o aclamado musical da Casa do Mickey que foi quase ignorado nos cinemas e se tornou um sucesso absurdo no Disney+.

No fim das contas, a abertura de Elementos foi prejudicada por todos esses fatores (críticas ruins de Cannes, resistência de audiência em ver animações originais no cinema). Mas só o fato do filme mostrar excelente sustentação, e inclusive crescer de semana a semana em muitos mercados, é sinal de que o público está disposto a dar uma chance para animações originais caso eles valham a pena a viagem para o cinema.

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Não, Elementos não vai chegar nem perto da bilheteria de um Minions 2: A Origem de Gru (US$ 370 milhões nos EUA e US$ 940 milhões global no ano passado). No fim das contas, talvez sua carreira nos cinemas até faça a Disney perder dinheiro (seu custo de produção foi de US$ 200 milhões).

Porém, o boca a boca extremamente positivo e o fato de Elementos ter se recuperado após a fraca abertura (ao contrário de Lightyear ou Mundo Estranho) mostra que, se o público foi educado a aguardar os novos longas da Disney chegar ao streaming, pode aprender a vê-los nos cinemas novamente, desde que valham a pena.

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E você, já assistiu a Elementos? Comente conosco o que você pensa dessa situação toda aí embaixo!

[fonte: DeadlineThe Numbers]

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