Godzilla vs. Kong conquista a maior abertura da pandemia nos EUA

Godzilla vs. Kong conquista a maior abertura da pandemia nos EUA

Godzilla vs. Kong conquista a maior abertura da pandemia nos EUA

Em maio de 2019, Godzilla II: Rei dos Monstros estreou nos Estados Unidos e Canadá arrecadando R$ 47,7 milhões ao longo de seus três dias de abertura (sexta a...

Godzilla vs. Kong conquista a maior abertura da pandemia nos EUA
Imagem: Reprodução | Divulgação
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Em maio de 2019, Godzilla II: Rei dos Monstros estreou nos Estados Unidos e Canadá arrecadando R$ 47,7 milhões ao longo de seus três dias de abertura (sexta a domingo). Apesar de ter liderado as bilheterias daquele fim de semana (com o sucesso da Disney Aladdin logo atrás), sua abertura foi tida como uma grande decepção para o estúdio, por ficar bem abaixo dos US$ 93 milhões que o primeiro Godzilla arrecadou em 2014 e também dos US$ 61 milhões de Kong: A Ilha da Caveira em 2017.

Corta para pouco menos de dois anos depois. Em abril de 2021, o novo capítulo do chamado “Monstroverso” Godzilla vs Kong arrecadou US$ 32,2 milhões entre sexta e domingo, chegando a um total de US$ 48,5 milhões desde quarta. Tal lançamento foi tido como um sucesso pela indústria do cinema.


Você pode estar se perguntando: “Godzilla vs Kong arrecadou em cinco dias mais ou menos o que Rei dos Monstros arrecadou em três, por que então o primeiro foi um sucesso e o segundo um fracasso?”. A resposta, claro, está na conjuntura atual: diferentemente de seu antecessor, GvK precisou superar uma série de obstáculos decorrentes da pandemia.

Claro, se GvK tivesse arrecadado essa mesma bilheteria em uma situação normal, ele naturalmente seria visto como um fiasco. No entanto, dadas as condições impostas pela pandemia, seus números são impressionantes. Para começar, nem todos os cinemas nos EUA estão abertos, e o longa teve que se contentar em ser exibido em apenas 3.064 salas. Como comparação, Rei dos Monstros estreou em 4.108 salas, e nem foi o maior circuito daquela semana (Aladdin continuava em cartaz em 4.476 salas). 


Apenas 55% dos cinemas da América do Norte estão abertos, sendo que no Canadá essa proporção cai para 25%. E as salas abertas estão operando com capacidade reduzida, de maneira a reduzir aglomerações. Ou seja, uma sessão pode se esgotar com apenas 75% dos assentos ocupados.


Além disso, o filme também está disponível nos EUA no serviço de streaming HBO Max. Ou seja, se um fã quiser ele nem precisa sair de casa para assistir ao filme, basta fazer uma assinatura que lhe custará US$ 15 por mês. Ainda assim, claramente muitas pessoas decidiram deixar seus lares e ir ao bom e velho cinema para assistir os dois kaiju lutarem. E por quê?

Explico melhor: nas últimas semanas houve uma tempestade perfeita de fatores que permitiram a abertura heroica de GvK. Para começar, a vacinação nos EUA prossegue a todo vapor, o que levou o número de casos de COVID 19 a diminuírem drasticamente no país (o mais afetado pela pandemia) se comparados com alguns meses atrás. Aos poucos as pessoas nos Estados Unidos estão começando a ter segurança para deixar suas casas e retomarem atividades que a pandemia não permitia – incluindo ir ao cinema.


Ainda assim, faltava um componente para ressuscitar os cinemas de vez: um grande blockbuster à moda antiga, divertido, com cenas de ação de cair o queixo e que deve ser experimentado na maior tela possível. Assim, meses após a péssima recepção de Rei dos Monstros, sobrou para Godzilla vs Kong ser este blockbuster imperdível que atraísse as pessoas de volta aos cinemas.

Não que Hollywood não tenha tentado trazer o público de volta após meses de pandemia antes. Primeiro Tenet de Christopher Nolan estreou exclusivamente nos cinemas e obteve uma performance fraca, saindo de cartaz com US$ 58 milhões na América do Norte. No restante do mundo o longa teve uma recepção até decente, arrecadando US$ 305 milhões fora dos EUA graças à Europa (que vivia um respiro da pandemia naquela época) e à Ásia. 

Em dezembro, foi a vez de Mulher-Maravilha 1984 tentar a sorte. Mesmo também estando disponível na HBO Max, o longa arrecadou US$ 16,7 milhões durante seu primeiro fim de semana no Natal, o que deu esperança a alguns (inclusive este autor) de que o filme teria uma carreira decente nas bilheterias. Não foi o que aconteceu: após seu primeiro fim de semana, MM84 despencou feito rocha e saiu de cartaz com fracos US$ 46,1 milhões, decepcionando a todos (seus números no streaming foram decentes pelo menos).

Finalmente, o atual maior estúdio de Hollywood, a Disney, lançou simultaneamente nos cinemas e no streaming (por uma taxa adicional) seu novo desenho animado, Raya e o Último Dragão, que, apesar das ótimas críticas, acabou decepcionando nas bilheterias, com apenas US$ 32 milhões nos EUA.

Até então, as maiores bilheterias da pandemia nos EUA/Canadá eram Tenet com seus US$ 58 milhões e Os Croods 2: Uma Nova Era, com US$ 56,3 milhões, seguidos por MM84 e Tom & Jerry, com US$ 33 milhões. Entretanto, Godzilla vs Kong conseguiu superar os dois últimos e chegar perto dos primeiros em apenas cinco dias. Ele deve ultrapassar Tenet na segunda ou na terça e então alcançar as bilheterias de Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, O Chamado da Floresta e O Homem Invisível, que tiveram de encerrar sua carreira prematuramente na casa dos US$ 60 milhões.

Depois disso, o céu é o limite. A ótima recepção do público deve gerar bom boca a boca nas próximas semanas, evitando que o longa despenque como aconteceu com Mulher-Maravilha 1984. Além disso, não haverá nenhum outro blockbuster no mínimo até Mortal Kombat, que aliás será proibido para menores de idade. Ou seja, GvK será o único blockbuster que crianças e adolescentes podem assistir até… vejamos… Cruella, em 28 de maio (!). 

Por isso, é bem possível que o longa se torne o primeiro a superar a marca dos US$ 100 milhões na bilheteria americana desde Sonic: O Filme, lá no longínquo fevereiro de 2020. Se Godzilla vs Kong conquistar este feito mesmo estando disponível na HBO Max, será uma grande vitória para os cinemas e para os fãs que preferem ver os filmes como eles devem ser vistos: na telona.

Enfim, GvK foi o filme certo (com boas críticas, divertido para todas as idades, não muito longo e cansativo) na hora certa (com a campanha de vacinação a todo vapor, casos diminuindo e o público começando a ter segurança para deixar seus lares), coisa que nem MM84 nem Tenet conseguiram ser. 

Quando será que nós brasileiros, tal como os americanos, vamos poder assistir Godzilla vs Kong nos cinemas com toda a segurança?

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