Aves de Rapina tem uma das piores estreias da história da DC

Aves de Rapina tem uma das piores estreias da história da DC

Aves de Rapina tem uma das piores estreias da história da DC

As Aves de Rapina não alçaram voo neste fim de semana. O mais novo longa do DC Extended Universe decepcionou nas bilheterias americanas e mundiais, faturando apenas US$ 33...

Aves de Rapina tem uma das piores estreias da história da DC
Imagem: Reprodução | Divulgação
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As Aves de Rapina não alçaram voo neste fim de semana. O mais novo longa do DC Extended Universe decepcionou nas bilheterias americanas e mundiais, faturando apenas US$ 33 milhões na América do Norte e terríveis US$ 46.5 milhões fora de lá, a estreia global do longa foi de míseros US$ 79.5 milhões. Sim, Aves de Rapina arrecadou menos no mundo todo do que Coringa e Mulher-Maravilha faturaram apenas nos EUA em seus respectivos fins de semana de estreia. Que fiasco…

 

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Na bilheteria americana, Aves conquistou um dos piores fins de semana de estreia para uma adaptação da DC, e aliás, para um longa baseado em quadrinhos de grande porte, da história. Foi uma abertura menor que as de todos os longas anteriores do DCEU, roubando do também decepcionante Shazam! o posto de menor fim de semana de estreia para um longa da combalida franquia. Sua abertura foi inferior inclusive a longas que não foram exatamente bem sucedidos nas bilheterias, como Watchmen (US$ 55 milhões), Lanterna Verde (US$ 53,1 milhões) e Superman: O Retorno (US$ 52 milhões).

 

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Aliás, sem nem sequer ajustar pela inflação, foi uma abertura menor que a dos quatro filmes do Batman dos anos 80 e 90: US$ 40,4 milhões para o primeiro, US$ 45,6 milhões para O Retorno, US$ 52,7 milhões para Eternamente e US$ 43 milhões para o infame Batman & Robin. De um modo geral, esta é a menor abertura para um longa em live action da DC desde o hoje esquecido Jonah Hex, lançado há quase dez anos (!).

 

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Muitos podem argumentar que o longa tem uma escala (e orçamento) menores do que um Aquaman ou um O Homem de Aço da vida, e isso de fato é verdade. A um custo de produção de cerca de US$ 85 milhões, Aves de Rapina pode ser lucrativo caso chegue nos números globais de MIB: Homens de Preto – Internacional ou X-Men: Fênix Negra (pouco mais de US$ 250 milhões). Porém, sua péssima abertura neste fim de semana coloca até isso em risco, considerando que, ao contrário dos dois fiascos do ano passado, Aves não deve chegar à China (atualmente lidando com o surto de Coronavírus, e aliás Esquadrão Suicida nem foi lançado lá).

 

Mas como isso foi acontecer? Afinal, o filme recebeu ótimas críticas, ostentando uma boa cotação no Rotten Tomatoes de 81%, com uma nota média de 6,77 em 10 – números superiores aos de Aquaman, O Homem de Aço e mesmo do indicado ao Oscar de Melhor Filme Coringa. Bem, para começar, o público está gostando do longa na mesma medida que Esquadrão Suicida, com um B+ no CinemaScore. Mas esse não é o único problema. A Warner, na verdade, cometeu três pecados capitais, que deixaram o destino de Aves muito mais sombrio.

 

Primeiro, a data de estreia. De fato, no primeiro fim de semana de fevereiro em anos anteriores, a Warner já fez sucesso com as animações Uma Aventura Lego e Lego Batman. No entanto, estes são longas infantis, enquanto, no fim de semana seguinte, é feriado nos EUA de Dia dos Presidentes, que já serviu de data de lançamento para muitos filmes de quadrinhos pouco convencionais e violentos (o primeiro Deadpool, Motoqueiro Fantasma, Kingsman: Serviço Secreto, Constantine), longas proibidos para menores (Cinquenta Tons de Cinza) e, claro, o mega sucesso Pantera Negra

 

 

Se a WB tivesse optado por estrear o filme na semana que vem, durante o Dia dos Presidentes, não apenas Aves de Rapina teria uma abertura de 4 dias, como também ganharia distância entre si próprio e a cerimônia do Oscar, afora os também violentos filmes de ação Bad Boys para Sempre e 1917. O que nos traz ao segundo problema: sua classificação para maiores de idade.

 

Claro, observando o sucesso que a Fox obteve com os dois filmes do Deadpool e Logan, e querendo distanciar-se do Universo Cinematográfico da Marvel (ainda mais agora que a Fox pertence à Disney), é natural que a DC prefira apostar em longas mais ousados e proibidos para menores, tornando este seu diferencial. E é saudável para a indústria que a WB tenha dado liberdade a cineastas como Todd Phillips e Cathy Yan (diretora de Aves) para fazerem o filme que desejassem com suas propriedades da DC. Dito isso, lançar Aves como um filme para maiores provou ser um tiro no próprio pé do estúdio, e um erro estratégico colossal.

 

Veja, atualmente existem poucas opções de filmes para todas as idades em cartaz (o que explica a presença do desastre Dolittle no top 5 americano do fim de semana até hoje), enquanto, entre filmes para maiores, a concorrência está particularmente forte. Bad Boys para Sempre saiu-se melhor do que o esperado e pode figurar como uma das maiores bilheterias de 2020, enquanto 1917 alcançou excelente bilheteria para um drama de guerra. E isso sem falar no futuro O Homem Invisível

 

 

Caso Aves tivesse estreado durante o feriado, e tivesse uma censura PG-13 (a mesma dos filmes do MCU e da maioria dos da DC), poderia se destacar em meio a um mar de filmes adultos. Em outubro de 2018, fãs choramingaram na internet por Venom não ter sido proibido para menores, mas foi justamente isso que o permitiu ser extremamente bem sucedido nas bilheterias, ao ser o único blockbusters que crianças e adolescentes (que curtem o simbionte tanto quanto o “trintão” que lê quadrinhos há décadas) em meio a competidores como Nasce Uma Estrela, O Primeiro Homem e Halloween.

 

Tudo isso para agradar uma pequena, porém barulhenta, parte da internet que crê que longas de quadrinhos precisam ser os mais violentos possível. No entanto, a WB deixou de fora milhões de garotas adolescentes que adoram a anarquia da Arlequina tanto quanto os meninos gostam do Deadpool e do Venom. 

 

No fim das contas, todos esses problemas pudessem ser superados caso a Warner não tivesse cometido um último e crucial erro: ter exibido o filme para os críticos a apenas uma semana de sua abertura. O estúdio deveria ter compreendido que, para a maioria do público em geral (não os nerds barulhentos da internet), a última vez que a Arlequina apareceu nas telas do cinema foi em Esquadrão Suicida, considerado um dos piores filmes da última década e motivo de vergonha para o estúdio.

 

 

Para superar essa desconfiança, uma vez que o estúdio percebesse que o longa era de boa qualidade, a melhor estratégia seria exibi-lo com antecedência para os críticos, a fim de que o boca a boca positivo para o longa se espalhasse pela internet, o que se refletiria nas vendas de ingressos antecipadamente. Seria uma estratégia similar a Aquaman: sabendo que a última vez que o público viu o herói dos mares foi no fiasco Liga da Justiça, a WB realizou pré estreias alguns dias antes da abertura oficial, no início de dezembro de 2018, para gerar antecipação. Coringa foi exibido no Festival de Veneza e já gerava falatório na internet mais de um mês antes de sua estreia (incluindo uma ridícula especulação de que o longa era “perigoso” e poderia inspirar tiroteios em cinemas), levando a uma abertura turbinada ao redor do mundo.

 

No entanto, as críticas de Aves saíram a poucos dias antes da estreia, sem dar tempo para construir qualquer tipo de antecipação, qualquer boca a boca, nada. Quem compareceu ao longa neste fim de semana foi apenas quem já estava no hype pelo filme – como a WB viu, não é tanta gente quanto eles gostariam.

 

Talvez ocorra aqui uma situação similar a Mulher-Maravilha: abertura inferior, porém uma longa e frutífera carreira nas bilheterias. Caso isso ocorra, Aves sairia de cartaz com cerca de US$ 133 milhões nos EUA e US$ 313 milhões globalmente. Mas, para isso, o filme precisaria de um boca a boca excepcionalmente positivo. Uma previsão mais realista seria que o filme desempenhasse como Uma Aventura Lego 2 ou John Wick: Um Novo Dia Para Matar, que também estrearam no início de fevereiro com uma bilheteria na casa dos US$ 30 milhões. Caso isso ocorra, Aves sai de cartaz com pouco mais de US$ 100 milhões na bilheteria americana e (mantendo a atual proporção entre bilheteria americana e estrangeira) US$ 252 milhões global.

 

 

 

Já uma perspectiva pessimista seria que o longa desempenhasse como as sequências de Cinquenta Tons e saísse de cartaz com fracos US$ 83,1 milhões e pouco mais de US$ 200 milhões globalmente. Tudo vai depender se o filme foi tão bem quisto pelo público quanto foi pela crítica e tiver bom boca a boca. Ao menos a competição será fraca até a chegada de O Homem Invisível.

 

E você, foi assistir Aves de Rapina? O que achou? Comente com a gente.

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